Famílias sergipanas acordam com expectativa renovada. Uma força-tarefa promete reduzir filas e acelerar análises que se arrastam mensalmente.
O INSS mobiliza peritos, assistentes sociais e gestores para destravar pedidos do BPC de crianças e adolescentes neurodivergentes. A ação foca casos mapeados na rede pública e mira renda para lares em vulnerabilidade.
Operação especial acelera concessões do BPC
O Instituto Nacional do Seguro Social realiza hoje uma convocação presencial em Aracaju para dar celeridade ao Benefício de Prestação Continuada destinado a crianças e adolescentes neurodivergentes. O valor chega a R$ 1.518 por mês, correspondente ao salário mínimo em vigor, e atende famílias de baixa renda que aguardam avaliação social e perícia médica.
Famílias com crianças neurodivergentes previamente identificadas na rede pública foram chamadas para avaliação completa no mesmo dia, com decisão mais rápida.
A proposta integra a segunda edição do projeto Inclusão INSS, voltado a reduzir filas, melhorar a triagem e encurtar o tempo de análise. O foco recai em quem depende do benefício para compor a renda básica do lar.
Quem foi convocado e por que agora
A lista inclui crianças e adolescentes neurodivergentes matriculados na rede pública, selecionados em parceria com prefeituras e Secretarias de Educação. O mapeamento cruzou dados de matrícula e laudos escolares com informações socioassistenciais. O objetivo é levar, em um único dia, perícia médica e avaliação social ao público que mais sente o impacto da espera.
O INSS organizou uma equipe dedicada: 31 profissionais atuam no local, incluindo três peritos médicos e três assistentes sociais. A gestão local monitora caso a caso para encaminhar decisões com agilidade.
O atendimento começa às 8h no CRAS Maria Diná Menezes, na Praça Mariana Martins Moura Sousa, s/n, bairro 17 de Março, em Aracaju.
A superintendência do Nordeste acompanha a operação. A presença da chefia regional e da gerência-executiva sinaliza prioridade no esforço de reduzir o tempo entre o pedido e o pagamento.
Como funciona o BPC para crianças neurodivergentes
O BPC é um benefício assistencial da LOAS e não exige contribuição prévia à Previdência. A família recebe um salário mínimo mensal. O benefício não paga 13º e não gera pensão por morte. Para crianças e adolescentes, a concessão depende de dois eixos: avaliação da deficiência de longo prazo e verificação da renda familiar per capita.
Critérios de renda e de saúde
- Renda per capita familiar baixa, com análise social que considera despesas e composição do lar.
- Condição de deficiência de longo prazo que gere barreiras de participação nas atividades típicas da idade.
- Comprovação por laudos médicos atualizados e relatórios pedagógicos que descrevam necessidades e adaptações.
Para neurodivergências, relatórios da escola e avaliações multiprofissionais ajudam a demonstrar barreiras no cotidiano. A perícia considera impactos funcionais e sociais, não apenas diagnósticos.
Documentos que os responsáveis devem levar
Quem recebeu a convocação precisa comparecer no horário marcado com a documentação completa. A falta de papéis atrasa a análise.
| O que levar | Por que levar |
|---|---|
| Documento de identificação e CPF da criança e do responsável | Confirmação de identidade e vínculo |
| Comprovante de residência atualizado | Definição do domicílio para fins de cadastro |
| Laudos médicos, exames recentes e relatórios multiprofissionais | Caracterização da deficiência e impactos no dia a dia |
| Relatórios escolares e plano pedagógico individual, se houver | Evidências de barreiras e estratégias de apoio |
| Comprovante de matrícula escolar | Vínculo com a rede pública para o recorte da operação |
A ausência injustificada pode suspender a análise e empurrar o pagamento para mais adiante.
Onde confirmar a convocação sem cair em golpes
O INSS usa canais oficiais para convocar. Você pode checar o chamado por meios verificados e evitar contatos suspeitos.
- Aplicativo Meu INSS e site gov.br/INSS com login de cidadão.
- Central 135 para confirmar data, hora e local do atendimento.
- Perfil verificado no Instagram do INSS para comunicados gerais.
Sinais clássicos de golpe
- Mensagens por WhatsApp ou SMS pedindo dados bancários.
- Cobrança de taxas para “agilizar” o benefício.
- Perfis sem verificação e links encurtados desconhecidos.
O INSS não solicita pagamento por mensagem, não pede senha e não exige depósito para liberar o BPC.
Passo a passo rápido no dia do atendimento
- Chegue com antecedência e leve todos os documentos.
- Faça o acolhimento no CRAS e confirme seus dados cadastrais.
- Passe pela avaliação social com assistente social.
- Realize a perícia médica com laudos em mãos.
- Guarde o protocolo para acompanhar o processamento no Meu INSS ou pela Central 135.
Parte das decisões pode sair hoje, dependendo da completude do dossiê e da fila local. Quando necessário, a equipe agenda complementações e solicita documentos adicionais.
Como calcular a renda por pessoa e evitar surpresas
Organize os rendimentos do lar, some os valores mensais e divida pelo número de moradores. Exclua benefícios que a lei não computa na renda quando cabível. Em caso de oscilação, leve comprovantes de despesas que pressionam o orçamento, como tratamentos contínuos e transporte para terapias.
Exemplo prático
Uma família com quatro pessoas e renda total de R$ 1.600 tem renda per capita de R$ 400. A avaliação social verifica gastos fixos e necessidades específicas do menor para entender se a renda efetivamente sustenta o cuidado.
O que esperar após a força-tarefa
Com a perícia e a avaliação concluídas, o processo entra em etapa decisória. Quem receber o deferimento verá o benefício ativo na esteira de pagamento de R$ 1.518 mensais. Quem precisar de complementação documental terá orientações claras para regularizar o quanto antes. Em caso de indeferimento, cabe recurso administrativo dentro do prazo informado.
Se você perdeu a convocação por motivo justificável, procure o Meu INSS ou a Central 135 e peça remarcação. Leve documento que comprove o motivo na nova data. O comparecimento, com dossiê completo, encurta o caminho até a renda assistencial.
Serviços complementares que ajudam a família
O CRAS pode orientar sobre cadastro e atualização no CadÚnico, requisito para acesso a políticas sociais. Escolas da rede pública fornecem relatórios pedagógicos que fortalecem a análise do BPC para neurodivergências. Unidades de saúde emitem laudos, descrevem terapias em curso e estimam necessidade de apoio contínuo.
Combine o BPC com serviços públicos que ampliam a autonomia: transporte gratuito local quando previsto, vagas prioritárias e acesso a reabilitação. Mantenha laudos atualizados, organize uma pasta com todos os documentos e acompanhe o processo pelos canais oficiais. Esse conjunto de cuidados reduz idas e vindas e protege a família de promessas fáceis.


