Mudanças nas viagens entre o sudoeste da Grande São Paulo prometem mexer com sua rotina e com o bolso de quem usa ônibus.
A ARTESP validou a integração física e tarifária entre linhas do Consórcio Intervias que ligam Itapecerica da Serra, Embu-Guaçu, Embu das Artes e a capital, com acesso ao Metrô Vila Sônia. A decisão saiu em deliberação oficial e prepara um novo arranjo de conexões para quem atravessa municípios todos os dias.
O que foi aprovado
A Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo publicou a Deliberação nº 567/2025 no Diário Oficial nesta sexta-feira (31). A medida autoriza integração física e tarifária entre três serviços intermunicipais operados pelo Consórcio Intervias, após a 222ª Reunião Extraordinária do Conselho Diretor.
A integração recebeu aval unânime do Conselho Diretor, com recomendação técnica da Superintendência de Transportes Coletivos (SUCOL).
O parecer técnico, registrado na Nota Técnica SUCOL/GPLA nº 0087111770, detalha critérios de operação conjunta e benefícios esperados, como redução de custos por viagem, maior fluidez nas trocas e previsibilidade para o passageiro.
Linhas contempladas
- 032TRO Itapecerica da Serra (Parque Paraíso) – São Paulo (Metrô Vila Sônia), via Embu das Artes (Centro)
- 032DV1 Itapecerica da Serra (Parque Paraíso) – São Paulo (Metrô Vila Sônia – Noturno), via Embu das Artes (Centro)
- 811TRO Embu-Guaçu (Chácara Flórida) – Itapecerica da Serra (Valo Velho)
O que muda para você
Com a decisão, usuários poderão trocar de uma linha para outra de forma física e tarifária. Isso significa transferência facilitada em pontos e terminais indicados pelo operador e desconto aplicado na bilhetagem segundo regras definidas pela ARTESP.
Quem vem de Embu-Guaçu e precisa seguir até o Metrô Vila Sônia ganhará um caminho mais simples, com integração entre 811TRO e 032TRO/032DV1.
Na prática, o passageiro tende a evitar pagamentos repetidos e reduzir o tempo total do deslocamento, já que a troca passa a ser parte do planejamento operacional e não apenas uma coincidência de itinerários.
Como funcionará a integração
- Integração física: transferência orientada em locais definidos e sinalizados pelo Consórcio Intervias.
- Integração tarifária: uso de cartão de transporte para aplicar desconto na segunda etapa da viagem, dentro de janela temporal estabelecida.
- Bilhetagem: validação eletrônica indicará direito à integração, sem necessidade de procedimentos extras no ônibus.
- Informação ao usuário: painéis, avisos em pontos e nos veículos devem orientar sobre locais de troca e regras de uso.
A regra detalhada de tempo de janela e de percentual de desconto é definida em ato regulatório e nos instrumentos do operador. A implantação inclui sinalização, adequação de pontos de parada e ajustes de tabela horária nas linhas combinadas.
Decisão regulatória e próximos passos
O Conselho Diretor da ARTESP ratificou toda a instrução processual e determinou a adoção das medidas necessárias à implementação. A execução cabe ao Consórcio Intervias, que deverá comunicar cronograma, pontos de transferência e ajustes operacionais. A SUCOL acompanha a fase de implantação, que costuma incluir testes, monitoramento de demanda e revisão fina de partidas noturnas e de pico.
Deliberação nº 567/2025: integração validada por unanimidade para linhas com conexão ao Metrô Vila Sônia.
Impactos práticos no dia a dia
A integração fecha lacunas entre bairros de Itapecerica da Serra, Embu-Guaçu e o eixo de Embu das Artes rumo ao Metrô Vila Sônia. Quem trabalha na capital e mora no sudoeste metropolitano ganha previsibilidade e uma rede mais coerente, com conexões planejadas para reduzir esperas em trocas críticas.
O período noturno recebe atenção com a 032DV1, que amplia a segurança operacional em horário sensível e mantém acesso à integração fora do pico. A presença de uma linha noturna combinada com outra diurna tende a suavizar transbordos ao longo do dia, inclusive para quem alterna janelas de trabalho ou estudo.
| Antes | Com integração |
|---|---|
| Trocas sem garantia de desconto e pouca sinalização. | Transferências orientadas e desconto aplicado via bilhetagem. |
| Maior risco de pagar duas tarifas cheias. | Tarifa de integração em janela definida pela regulação. |
| Informação dispersa sobre onde trocar de ônibus. | Pontos de conexão indicados e comunicação unificada. |
| Menos previsibilidade no noturno. | Integração estendida com serviço noturno dedicado. |
Como se preparar para aproveitar
- Verifique se seu cartão de transporte está ativo e com cadastro atualizado.
- Acompanhe avisos nos ônibus e nos pontos sobre locais oficiais de integração.
- Planeje o horário da troca para ficar dentro da janela de integração tarifária.
- Guarde comprovantes de recarga e registre o número do cartão para suporte.
Por que essa integração faz diferença
Integração física reduz a incerteza da baldeação. O operador organiza pontos específicos de conexão e ajusta partidas para minimizar esperas. Integração tarifária reduz o custo total da viagem combinada, estimulando o uso do transporte público em vez de soluções informais ou percursos fragmentados com pagamento duplo.
O desenho se torna especialmente relevante para deslocamentos que incluem trajeto até o Metrô Vila Sônia. Ao concentrar a chegada à rede metroviária, a viagem ganha previsibilidade no trecho final, que determina boa parte do tempo porta a porta.
Dicas para trajetos comuns
- De Embu-Guaçu a Itapecerica da Serra: use a 811TRO até o ponto de conexão indicado e finalize com 032TRO ou 032DV1.
- De Parque Paraíso ao Metrô Vila Sônia: mantenha o cartão validado na troca e observe a sinalização de integração.
- No horário noturno: priorize a 032DV1 para garantir menor tempo de espera nas trocas planejadas.
Informações complementares úteis
O termo integração física refere-se ao conjunto de medidas operacionais e de infraestrutura que viabilizam a troca estruturada entre linhas, como sinalização, baias de parada e coordenação de horários. Integração tarifária envolve a lógica de desconto progressivo na segunda etapa da viagem, aplicada por meio do sistema de bilhetagem eletrônica, dentro de um tempo limite de uso.
Quem depende de dois ônibus no dia a dia pode simular o próprio ganho: identifique o trecho inicial (por exemplo, Chácara Flórida até a área de conexão) e o trecho de acesso ao metrô. Se a troca ocorrer nos pontos oficiais e dentro da janela de integração, a soma cobrada tende a ficar abaixo de duas tarifas independentes, com validação transparente no cartão.
Fique atento a ajustes iniciais de horários e pontos de conexão durante a fase de implantação. Esse período costuma trazer pequenas mudanças para equilibrar oferta e demanda nos picos e no noturno, evitando sobrecarga em um único ponto de troca e reduzindo filas.


