Em meio a brilhos, vestidos e muita disciplina, duas crianças do interior paulista chamaram atenção do país. Famílias mobilizadas, rotina organizada e metas definidas.
O caminho até o palco foi pavimentado por pequenas vitórias e longas horas de preparo. Agora, com as coroas garantidas no Miss Brasil de Las Américas, Luna Mariah, de 6 anos, e Isadora Moraes, de 10, entram em nova fase: a preparação para representar o Brasil em 2026.
Quem são as meninas e o que está em jogo
Moradoras de Dracena e Promissão, no oeste paulista, Luna e Isadora competiram em categorias infantis distintas e saíram do evento nacional com as faixas máximas de suas idades. A próxima parada é a etapa mundial, prevista para novembro de 2026, em Punta Cana, com provas de passarela, avaliação de postura, entrevista e trajes temáticos.
| Nome | Idade | Cidade | Título nacional | Próxima etapa |
|---|---|---|---|---|
| Luna Mariah | 6 | Dracena (SP) | Mini Miss Brasil de Las Américas 2026 | Mundial em Punta Cana (nov/2026) |
| Isadora Moraes | 10 | Promissão (SP) | Miss Brasil Infantil de Las Américas 2026 | Mundial em Punta Cana (nov/2026) |
Vitórias em categorias infantis colocam duas paulistas no radar internacional e abrem uma corrida por patrocínio, preparação técnica e gestão da exposição online.
Trajetórias até a coroa
Primeiros passos de Luna
Luna pisou em sua primeira passarela aos três anos, em um concurso local. Voltou à cena em 2024 e conquistou o título municipal. Em 2025, venceu uma seletiva nacional de sua categoria e, meses depois, confirmou o bom momento ao garantir a coroa de Mini Miss Brasil de Las Américas 2026. A rotina combina escola pela manhã e, à tarde, ballet, natação e tênis. Ensaios de passarela entram no calendário como uma atividade lúdica, sem quebrar a rotina escolar.
Escalada de Isadora
Isadora foi apresentada ao circuito de concursos em 2023. Rapidamente acumulou faixas, entre elas a de Miss Brasil Simpatia infantil, e avançou nas etapas municipal, regional e estadual até chegar ao título nacional em Curitiba. Fora do palco, ela mantém uma agenda diversificada: dança em diferentes estilos, teatro, inglês e vôlei. A família organiza os horários para que estudo e descanso sigam como prioridade.
Disciplina e diversão caminham juntas: a agenda é planejada para caber escola, treino e tempo livre, sem transformar o concurso em obrigação.
Rotinas e bastidores: como as famílias organizam o preparo
As duas famílias adotam a mesma lógica: compromissos escolares em primeiro lugar, treinos em sessões curtas e objetivos claros. O foco não se limita à passarela. Treinos de postura, respiração e expressão facial são combinados com leitura, música e atividades esportivas, o que ajuda no autocontrole e na comunicação.
O planejamento financeiro entra no radar cedo. Figurinos, deslocamento e hospedagem exigem orçamento. Para viabilizar a etapa internacional, pais costumam buscar patrocínios locais, apoio de comércio regional e ações de arrecadação em comunidade. Cada peça de figurino é pensada para unir conforto e identidade, sem exageros que impeçam a criança de se movimentar ou brincar.
Exposição e segurança digital
O crescimento nas redes sociais é visto com cautela. Os perfis de Luna e Isadora são administrados pelas mães. Elas monitoram seguidores, filtram comentários e mantêm controle de mensagens privadas. Publicações mostram bastidores de ensaios e provas, mas a exposição de dados pessoais é reduzida ao mínimo.
- Perfis administrados por adultos, com autenticação em dois fatores.
- Revisão periódica de seguidores e bloqueio de perfis suspeitos.
- Comentários moderados e limitação de mensagens diretas.
- Regras claras de uso do celular: nada de acesso solitário.
- Conversas frequentes sobre riscos digitais e convivência respeitosa.
Controle parental ativo, transparência com a criança e limites definidos reduzem riscos de adultização e assédio online.
O que esperar da etapa mundial em 2026
O calendário internacional tende a reunir delegações de diversos países e dividir a programação em provas técnicas. Passarela, traje típico e entrevista costumam pesar na avaliação final. Para ter bom desempenho, as equipes investem em aulas de oratória, expressão corporal e etiqueta, com treinos que respeitam a idade de cada participante.
Nos próximos meses, as famílias devem ajustar a agenda para encaixar ensaios, prova de figurinos e simulações de entrevista. A etapa de traje típico é uma chance de destacar raízes regionais: rendas, bordados e referências à cultura caipira podem entrar no figurino, desde que o conjunto seja leve, seguro e confortável.
Benefícios, riscos e como equilibrar os dois lados
Concursos infantis podem fortalecer autoestima, ampliar repertório cultural e desenvolver habilidades de comunicação. Crianças tendem a ganhar segurança ao falar em público e aprendem a lidar com regras e avaliação. Por outro lado, surgem riscos de comparação constante, pressão estética e sobrecarga. O equilíbrio nasce de três decisões: ouvir a criança, definir limites e manter o estudo no centro da rotina.
A coroa não vale mais que a infância: o prazer da atividade precisa vir antes do resultado.
Orientações práticas para famílias que pensam em competir
Antes de inscrever uma criança, avalie o calendário escolar, os custos envolvidos e a postura do organizador com relação à proteção infantil. Procure regulamentos que proíbam maquiagem pesada, delimitem duração de ensaios e ofereçam orientação psicológica ou pedagógica às famílias. Se a criança demonstrar desinteresse, pause. Se insistir, volte gradualmente, sem metas inalcançáveis.
Checklist rápido de preparação saudável
- Plano de estudos preservado e horários de descanso fixos.
- Ensaios curtos, com pausa para hidratação e lanche.
- Figurino confortável, de fácil mobilidade e adequado à idade.
- Treinos de oratória com perguntas simples e respostas espontâneas.
- Agenda aberta para brincadeiras, família e amigos.
Para quem busca apoio financeiro, uma estratégia eficiente inclui carta de apresentação aos comerciantes locais, metas transparentes de arrecadação, prestação de contas e contrapartidas simples, como presença em eventos comunitários. Escolas, associações e clubes também podem colaborar com espaços para ensaios e empréstimo de estrutura.
Enquanto a etapa mundial se aproxima, Luna e Isadora mantêm os pés no chão. A meta é clara: competir com leveza, aprender com cada etapa e transformar a experiência em bagagem para os próximos anos, dentro e fora da passarela. A torcida vem das famílias, das cidades vizinhas e de quem olha para a cena infantil com a pergunta que importa: a criança está feliz? Se a resposta continuar sendo “sim”, o palco segue fazendo sentido.


