Dívida pública, pátios cheios e sucatas paradas. Uma decisão promete mexer com o bolso e a curiosidade dos moradores.
A Prefeitura de Taubaté marcou para 18 de novembro, às 14h, um leilão público com 109 lotes de bens considerados inservíveis. A gestão mira ao menos R$ 300 mil em lances, valor que retorna aos cofres municipais, no contexto de um passivo que passa de R$ 1,1 bilhão.
O que vai a leilão
Carros batidos, máquinas fora de uso, pneus, mobiliário e sucatas metálicas compõem a lista. Os itens serão vendidos no estado em que se encontram, sem garantia, e podem ser examinados presencialmente mediante agendamento telefônico. A prefeitura afirma que o custo de recuperação de muitos veículos supera o próprio valor de mercado, razão pela qual decidiu aliená-los.
Leilão público em 18/11, às 14h, com 109 lotes; lances já abertos na plataforma credenciada; vence o maior lance.
Locais de visita e lotes
| Lotes | Itens | Local de visita | Agendamento |
|---|---|---|---|
| 1 a 95 | Veículos, máquinas e pneus | Rua Marechal Artur da Costa e Silva, 1525 – Vila Jabuticabeiras | (12) 3629-5895 |
| 96 a 106 | Mobiliário e sucata metálica | Praça Félix Guisard, 34, Quadra B (Largo da CTI) – Centro | (12) 3625-5012 |
| 79, 107 e 108 | Máquinas | Avenida Capitão Amaro de Toledo Cortês, 839 – São Gonçalo | (12) 3625-5012 |
| 109 | Luminárias | Rua Mercedes Bonafé Terashima, 5 – Residencial Portal da Mantiqueira | (12) 3625-5012 |
Quanto a prefeitura espera arrecadar
A meta mínima é levantar R$ 300 mil. Frente à dívida de R$ 1,1 bilhão, o montante não muda o quadro financeiro, mas ajuda a liberar áreas de armazenamento, corta gastos com guarda e manutenção e dá destino a materiais que não servem mais à administração. O dinheiro volta ao erário e só pode cobrir despesas permitidas em lei, segundo a gestão.
Recursos obtidos retornam aos cofres municipais e devem seguir as regras de aplicação do gasto público.
Por que vender agora
Pátios lotados, sucatas que viram foco de pragas e veículos que exigem vigilância pesam no orçamento. A alienação reduz perdas, evita depreciação total e abre espaço físico para operações da cidade. Para o cidadão, o leilão vira oportunidade real de comprar peças, sucata para reaproveitamento e máquinas para reposição.
Quem pode se interessar
- Oficinas e autopeças em busca de veículos sinistrados para desmontagem legal e reaproveitamento.
- Empresas de manutenção que precisam de máquinas para reposição de componentes.
- Microempreendedores que usam sucata metálica como matéria-prima.
- Escolas, associações e marcenarias que renoveiam mobiliário com baixo custo.
Como participar
Os lances já estão abertos na plataforma credenciada pela prefeitura. O critério é de maior oferta para cada lote. O comprador assume a retirada e o transporte, seguindo os prazos do edital. Antes de ofertar, vale agendar a visita técnica e registrar fotos e números de série dos bens de interesse.
Todos os itens são vendidos no estado em que se encontram. Verificação presencial faz diferença no valor final que você topa pagar.
Documentação e prazos
- Leia o edital e verifique prazos de pagamento, retirada e penalidades por desistência.
- Confira se há taxas administrativas, emissão de nota e custos de pátio.
- Para veículos, avalie exigências de transferência e regularização de eventuais pendências.
Riscos e cuidados para não pagar caro
O preço baixo pode esconder custos de logística, peças e mão de obra. Faça uma conta rápida: some lance, taxas, guincho e conserto. Compare com o preço de mercado do mesmo item em bom estado. Em sucata metálica, estime o peso e o valor do quilo para saber se o negócio fecha.
Checklist prático na visita
- Veículos: lata, chassi, motor, ausência de peças críticas, infiltrações e danos estruturais.
- Máquinas: integridade de carcaças, motores elétricos, rolamentos, painéis e sinais de superaquecimento.
- Mobiliário: ferragens, madeira com cupim, soldas e possibilidade de restauração.
- Luminárias: carcaças, difusores, reatores e compatibilidade com LEDs atuais.
O que muda para a cidade
Leilões periódicos formam uma rotina de limpeza de acervo e melhoram a gestão patrimonial. A venda dá transparência ao ciclo de vida de bens públicos e estimula a economia circular, porque peças e materiais retornam à cadeia produtiva. Espaços desocupados nos pátios municipal e escolar podem acolher operações logísticas, oficinas e abrigos de frota ativa, reduzindo aluguel de áreas externas.
Entenda o conceito de bem inservível
Bem inservível é o item que deixou de atender às necessidades do serviço público por obsolescência, dano irreparável ou custo de recuperação acima do valor de mercado. A legislação de compras públicas prevê a alienação por leilão, garantindo disputa e publicidade. O objetivo não é maximizar lucro, e sim recuperar parte do valor, evitar desperdício e assegurar destinação adequada.
Como estimar o custo total do seu lance
Simule um cenário conservador. Para um veículo sinistrado de R$ 7 mil em lance: some R$ 1 mil de taxas e pátio, R$ 2,5 mil de guincho e peças usadas, R$ 1,5 mil de mão de obra. Resultado: R$ 12 mil. Se o mesmo modelo, rodando e regularizado, custa R$ 18 mil, ainda há margem. Se o preço de mercado cair para R$ 13 mil, o risco aumenta. Essa conta evita surpresas e ajuda a definir o teto do lance.
Defina um teto de lance antes de ofertar e respeite a própria regra. Emoção em leilão costuma sair caro.
Para quem pretende participar, a dica é visitar os locais, conversar com um mecânico ou técnico de confiança e chegar ao dia 18 com lista de lotes, valores máximos e plano de retirada. O leilão é rápido; a preparação é que decide o negócio.


