Linha 7-rubi troca o vermelho por azul e laranja : você vai notar as mudanças já em novembro?

Linha 7-rubi troca o vermelho por azul e laranja : você vai notar as mudanças já em novembro?

Se você pega trem todo dia, prepare-se para ver cores diferentes nas plataformas. A paisagem metálica começa a mudar discretamente.

Uma das composições da Linha 7-Rubi iniciou a transição de identidade visual no pátio da Lapa, na zona oeste de São Paulo. A alteração marca a fase que antecede a operação plena da concessão privada, com promessa de melhorias operacionais e novos serviços regionais até 2031.

Novo visual, nova fase

O tradicional vermelho da CPTM dará lugar a uma combinação de azul e laranja, com aplicação de pintura e envelopamento. A primeira unidade, identificada internamente como D620, entrou no processo porque passaria por revisão pesada e virou a plataforma-piloto para o novo padrão estético.

Na prática, a cabine frontal ganha laranja, enquanto os carros recebem faixas e painéis azuis sobre fundo metálico. A marca da nova operadora será aplicada na parte inferior externa e em áreas internas do trem, em adesivos de alta resistência ao uso e ao clima.

Primeira composição já recebe azul e laranja no pátio da Lapa. A concessão assume a Linha 7-Rubi em 26 de novembro.

  • Cores: laranja nas cabines e azul em painéis e faixas laterais.
  • Aplicação: combinação de pintura e envelopamento técnico para agilizar a virada de frota.
  • Ambiente interno: inserção de nova identidade e sinalização de portas.
  • Calendário: primeira unidade finalizada até a estreia da concessão; demais composições seguem gradualmente.

O que muda para quem viaja

Nos primeiros dias, a alteração mais visível será estética. A operação segue com os mesmos trens da série 9.500, fabricados em 2019, que ainda têm baixa idade média e continuam em serviço. A concessionária planeja uma transição de comunicação visual por etapas, com equipes de orientação em horários de pico para reduzir dúvidas sobre plataformas e baldeações.

Três novas escadas entre as plataformas 5 e 6 da Barra Funda foram abertas para aliviar a troca de trens após o fim do serviço 710.

Desde setembro, já sob supervisão da CPTM, a nova gestão enfrentou picos de lotação, furto de cabos, interferências de carga e chuva forte. No dia 9 de outubro, uma falha interrompeu a circulação entre Francisco Morato e Campo Limpo Paulista no fim da tarde. A empresa afirma ter priorizado respostas rápidas e medidas de mitigação, como a instalação de acessos adicionais na Barra Funda para melhorar o fluxo de passageiros que trocam de trem após a descontinuação do serviço 710.

TIC e TIM: novos trajetos, novos tempos de viagem

O contrato de 30 anos prevê dois serviços que mudam a conexão entre a capital e o interior: o Trem Intercidades (TIC) entre São Paulo e Campinas, via Jundiaí, com viagem prevista em pouco mais de uma hora; e o Trem Intermetropolitano (TIM), que retoma o transporte de passageiros entre Jundiaí e Campinas, com paradas em Louveira, Vinhedo e Valinhos. Há, ainda, uma via dedicada a carga. A entrega integral do pacote está prevista até 2031.

Projeto Trecho Prazo contratual Material rodante previsto
Modernização da Linha 7-Rubi Barra Funda – Jundiaí Fases entregues até 2031 Trens série 9.500 em operação
Trem Intercidades (TIC) São Paulo – Campinas (via Jundiaí) Até 2031 Composições de média-alta velocidade importadas
Trem Intermetropolitano (TIM) Jundiaí – Campinas (Louveira, Vinhedo, Valinhos) Até 2031 Produção prevista em Araraquara (CRRC)

Para tornar viável o TIC e o TIM, o traçado exigirá a implantação de quatro trilhos em áreas hoje ocupadas por duas vias, em segmento urbanizado e com circulação simultânea de trens de passageiros e de carga. O desafio é técnico e logístico: manter o serviço rodando durante as obras, com janelas de manutenção bem planejadas e contingência clara quando houver intervenção de maior porte.

Investimentos, manutenção e segurança

Segundo a nova gestão, cerca de R$ 200 milhões serão aplicados de início em equipamentos e veículos de manutenção. O pacote inclui máquinas para intervenções corretivas e preventivas e um sistema embarcado capaz de inspecionar a rede aérea durante a circulação, antecipando falhas.

R$ 200 milhões em tecnologia e frota de manutenção para reduzir falhas e acelerar respostas a incidentes.

A empresa também programou o cercamento de áreas críticas contra invasões e vandalismo, com aproximadamente 10 km de muros a serem implantados até dezembro, dentro de um total de 60 km. Trocas de trilhos e dormentes integram a lista de obras estruturais previstas para começar no segundo semestre do próximo ano.

O que você vai notar nas próximas semanas

A mudança não acontecerá de uma vez. A pintura será feita por lotes, em períodos de baixa demanda, e os trens voltarão à linha assim que liberados pelos testes. Sinalizações internas e externas serão atualizadas gradualmente.

  • Trens com esquemas de cor diferentes circulando ao mesmo tempo durante a transição.
  • Equipes de apoio orientando a baldeação na Barra Funda em horários de pico.
  • Intervenções pontuais nas plataformas para melhorar circulação e acessibilidade.
  • Informes sonoros e visuais destacando mudanças de plataforma e numeração de trens.

Frota e fabricação

A Linha 7 segue com a frota atual, considerada recente. Para o TIM, a expectativa é de produção local na nova fábrica da CRRC em Araraquara, o que tende a facilitar manutenção e reposição de peças. Já o material do TIC deve vir importado, com foco em conforto e desempenho em trecho mais longo e rápido.

Quanto isso afeta seu trajeto diário

Se você usa a Linha 7-Rubi, programe-se para alguns minutos extras nos picos, principalmente na troca de trens na Barra Funda. Chegar antes do horário costuma diminuir filas. Outra dica é manter o bilhete carregado para evitar retenções nas bilheterias. A comunicação visual renovada deve ajudar no direcionamento, mas vale conferir painéis eletrônicos antes de embarcar.

Para deslocamentos entre Jundiaí e Campinas quando o TIM entrar em operação, a expectativa é de intervalos regulares e paradas em quatro cidades, criando uma alternativa ao trânsito das rodovias Anhanguera e Bandeirantes. Já o TIC focará em velocidade e regularidade no eixo São Paulo–Campinas com uma viagem estimada em pouco mais de uma hora, janela que, em dias de congestionamento, pode representar ganho real de tempo para quem hoje depende do carro ou do ônibus.

Mais contexto para o usuário

O fim do serviço 710 exigiu reorganização de fluxos e trouxe pressão aos acessos da Barra Funda. A abertura das novas escadas entre as plataformas 5 e 6 aliviou a passagem de passageiros, mas a gestão admite que ajustes finos seguirão. A boa notícia para quem teme falhas é a chegada de veículos e sistemas de inspeção dedicados, que dão agilidade a reparos de rede aérea e de via —traduzindo: menos tempo parado quando um problema ocorrer.

O valor total do contrato atinge R$ 14,2 bilhões, com metas de obra e desempenho auditadas. Para o passageiro, isso significa um cronograma público e marcos verificáveis. Quem depende do trem pode se beneficiar acompanhando os avisos de obras noturnas, planejando alternativas em dias de intervenção e monitorando horários pelo aplicativo. Se você viaja entre cidades, vale comparar custos e tempos do TIC/TIM com o ônibus intermunicipal para identificar a melhor relação tempo/preço assim que os serviços começarem a operar.

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