Megaoperação no Rio: você reconhece os 9 chefes do Comando Vermelho mortos? veja estados e cargos

Megaoperação no Rio: você reconhece os 9 chefes do Comando Vermelho mortos? veja estados e cargos

Uma operação inédita mexeu com a rotina da Zona Norte. Os dados revelam rotas, nomes e cifras que atingem você.

A ofensiva policial nos complexos do Alemão e da Penha, na capital fluminense, expôs uma rede que vai além das fronteiras do estado. Levantamentos oficiais apontam chefes interestaduais agindo do Rio, números expressivos de armas e drogas, e um treinamento tático que mudou a dinâmica do crime em várias capitais.

O que a polícia encontrou

A Polícia Civil do Rio de Janeiro informou ter identificado 99 dos cerca de 120 mortos durante a Operação Contenção, deflagrada no dia 28, nas comunidades do Alemão e da Penha. Entre os mortos, 42 tinham mandados de prisão ativos e 78 acumulavam histórico criminal robusto. O total de foragidos e réus pode crescer com a checagem de prontuários.

O mapa das origens assusta: 39 mortos vieram de outros estados, com concentração no Norte e no Nordeste, o que evidencia um comando nacional instalado no Rio.

Segundo a corporação, as duas áreas funcionavam como centros de comando e treinamento. Integrantes recebiam instrução de tiro, manuseio de explosivos e táticas de combate urbano. A estrutura, descrita por autoridades como um polo de decisões estratégicas, alimentava operações em diferentes cidades.

Dinheiro, armas e logística

O relatório aponta um fluxo de caixa que girava em torno de 10 toneladas de drogas por mês nessas regiões. De lá, o grupo abastecia comunidades aliadas e intermediava a compra de armamento pesado.

Estimativa oficial: entre 50 e 70 fuzis negociados mensalmente a partir do Alemão e da Penha.

  • 10 toneladas/mês de drogas movimentadas a partir dos dois complexos;
  • 50 a 70 fuzis negociados a cada mês, segundo estimativas policiais;
  • Ao menos um terço dos presos veio de outros estados, reforçando a rede interestadual;
  • Quatro das cinco regiões do país com lideranças presentes na capital fluminense.

Quem são os chefes ligados ao Comando Vermelho

Ao longo da megaoperação, foram mortos nomes considerados centrais em suas praças de atuação. A lista, confirmada pela polícia, inclui lideranças do Norte, Nordeste e Centro-Oeste, além do Sudeste. Muitos vinham se escondendo no Rio para coordenar o abastecimento de favelas e a expansão de rotas.

Nome Apelido Atuação Função segundo a polícia
Wesley Martins e Silva PP Pará Chefe do tráfico no estado
Douglas Conceição de Souza Chico Rato Manaus (AM) Chefe do tráfico na capital amazonense
Francisco Myller Moreira da Cunha Gringo Manaus (AM) Chefe do tráfico na capital amazonense
Não informado Mazola Feira de Santana (BA) Chefe do tráfico no município
Não informado DG Bahia Chefe do tráfico no estado
Fábio Francisco Santana Sales FB Bahia Chefe do tráfico no estado
Fernando Henrique dos Santos Goiás Chefe do tráfico no estado
Não informado Rodinha Itaberaí (GO) Chefe do tráfico na região metropolitana de Goiânia
Não informado Russo Vitória (ES) Chefe do tráfico na capital capixaba

Pará e Norte

No Norte, a liderança se dividia entre o Pará e a capital amazonense. “PP” é apontado como responsável por decisões estratégicas que repercutiam em cidades do interior e na rota fluvial. Em Manaus, “Chico Rato” e “Gringo” articulavam o abastecimento de bairros e o envio de drogas por rios e estradas, com conexão a depósitos no Rio.

Bahia e interior nordestino

Na Bahia, as funções se distribuíam entre “DG” e “FB”, com “Mazola” controlando a Praça de Feira de Santana, um dos maiores entroncamentos rodoviários do país. O eixo baiano aparece como corredor para a chegada de armamento pesado, favorecendo deslocamentos rápidos até o Sudeste.

Centro-Oeste e Sudeste

Em Goiás, Fernando Henrique dos Santos e “Rodinha” atuavam no arco metropolitano de Goiânia. O grupo mantinha bases de apoio para carros, armas e pessoas. No Espírito Santo, “Russo” administrava pontos em Vitória, com ramificações no abastecimento do litoral.

Como os complexos viraram centros de comando

Os complexos do Alemão e da Penha funcionavam como retroárea da facção. Ali, equipes recebiam instruções de tiro e formavam células capazes de atuar em diferentes cenários urbanos. O local servia também para reuniões de cúpula, distribuição de tarefas e resolução de disputas internas. A presença de líderes de quatro regiões do país confirma o uso do Rio como hub logístico e político.

Segundo os investigadores, a escolha dos complexos se explica pela proximidade com vias expressas, facilidade de fuga, comunicação rápida entre morros e a grande base de consumo. O efetivo militarizado, com fuzis e granadas, sustentava o domínio territorial e a proteção de depósitos.

O que é a Operação Contenção

A ação começou na terça-feira, 28, e concentrou esforços em comunidades da Zona Norte. O objetivo declarado era desarticular o comando que atuava do Rio para estados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste. De acordo com os dados policiais, 99 dos cerca de 120 mortos já foram identificados. Pelo menos um terço dos presos não é do Rio, o que reforça a presença de quadros externos na gestão do crime local.

As apreensões e a neutralização de lideranças afetam o fluxo de drogas e armas, mas abrem disputa por heranças de território. Investigadores esperam tentativas de substituição em curto prazo. Movimentos de “subchefes” e alianças improvisadas tendem a marcar as próximas semanas.

O que muda para você e para as cidades atingidas

Para quem mora no Rio e nas capitais citadas, o efeito imediato é a recomposição de quadrilhas. Moradores podem notar oscilação no preço de drogas, maior circulação de armas e fuga de criminosos para cidades médias. A rede interestadual facilita deslocamentos e pode trazer conflitos para regiões antes mais estáveis.

  • Em áreas com lacunas de comando, grupos rivais testam a força;
  • Rotas fluviais e rodoviárias do Norte e Nordeste tendem a ganhar vigilância extra;
  • Pontos de apoio no Centro-Oeste funcionam como “ponte” para o Sudeste;
  • Moradores devem redobrar atenção a mudanças bruscas na rotina local, como barreiras e toques informais de recolher.

Perguntas que seguem sem resposta

Quem assume o lugar dos chefes mortos? Há quadros capazes de manter o fluxo de 10 toneladas por mês? Qual o impacto real na compra de fuzis, estimada em até 70 unidades mensais? As autoridades pretendem manter presença prolongada nas áreas para impedir a reorganização.

Como acompanhar sinais de reorganização criminosa

Alguns indícios costumam aparecer quando grupos tentam retomar o controle: chegada de carros com placas de fora em horários atípicos, testagem de armas em morros, mensagens padronizadas em aplicativos locais e aumento de extorsões. Comerciantes e moradores que se sentirem pressionados devem procurar canais oficiais de denúncia, priorizando a segurança pessoal.

Entenda os riscos e os desdobramentos

Quando uma facção perde lideranças, o caixa sente. A arrecadação cai e os subordinados mudam a forma de cobrar taxas. Em certos bairros, isso pode resultar em redução temporária de confrontos. Em outros, o cenário é o contrário: grupos rivais tentam avançar, elevando o risco de tiroteios. Governos estaduais fora do Rio preparam ações para evitar o “efeito espiral”, com migração de criminosos e armas.

Para o leitor que vive nas cidades citadas, acompanhar os comunicados das secretarias de segurança ajuda a organizar a rotina. Eventos de grande público, deslocamentos noturnos por eixos rodoviários e áreas de divisa entre municípios merecem planejamento adicional nos próximos dias. A Operação Contenção fechou um capítulo, mas a disputa pelos lucros e pelos territórios segue aberta, com impacto direto no seu bairro, no seu comércio e no seu trajeto diário.

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