Menopausa sem mistério: seu intestino controla seus calorões? 7 passos práticos para você

Menopausa sem mistério: seu intestino controla seus calorões? 7 passos práticos para você

Sintomas que mexem com o corpo e a cabeça pedem respostas claras. Uma pista decisiva pode estar no prato.

Uma imersão gastronômica e científica em Belo Horizonte coloca o intestino no centro da conversa sobre menopausa. A proposta promete unir teoria, cozinha ao vivo e orientações aplicáveis para quem quer atravessar essa fase com menos calorões, menos ganho de peso e mais disposição.

O curso e por que o intestino entra na conversa

“Intestino Saudável” é a imersão conduzida pela nutricionista funcional e fitoterapeuta Silvana Portugal, profissional com 17 anos de prática clínica. O encontro acontece neste sábado (8), das 9h às 13h, no espaço Intimista Gourmet, no bairro Buritis, e propõe uma jornada que conecta alimentação, microbiota intestinal e sintomas da menopausa.

Segundo a especialista, a regulação do humor, da energia, da imunidade e do metabolismo passa pelo equilíbrio de trilhões de microrganismos que moram no intestino. Quando há desequilíbrio, os remédios e fitoterápicos usados para aliviar ondas de calor e oscilações de peso podem ter efeito abaixo do esperado.

Sem uma microbiota em equilíbrio, terapias para menopausa tendem a responder menos, mesmo quando a prescrição está correta.

O que a ciência já mapeou

Estudos recentes colocam o “estroboloma” — parte da microbiota capaz de metabolizar estrogênios — como peça-chave na intensidade dos sintomas. Enzimas como a beta-glucuronidase modulam quanto estrogênio volta à circulação. Esse ajuste fino interfere em ondas de calor, ganho de gordura abdominal e qualidade do sono.

Fibras, polifenóis, prebióticos e probióticos favorecem essa regulação. O oposto ocorre com álcool em excesso, açúcar adicionado e ultraprocessados ricos em emulsificantes, que alimentam inflamação e bactérias oportunistas, sabotando o equilíbrio hormonal.

O que acontece na imersão

O curso combina conteúdo técnico com prática culinária. A proposta é mostrar como montar pratos anti-inflamatórios, saborosos e fáceis de reproduzir em casa. O cardápio inclui degustação e um almoço funcional com lasanha de massa de palmito, recheio de cogumelos e molho de tomate natural, acompanhado de salada fresca. A montagem ilustra como reduzir carga glicêmica, oferecer fibras e entregar compostos bioativos sem abrir mão de prazer à mesa.

Comer bem não é só contar calorias: é treinar o intestino a trabalhar a seu favor, do metabolismo ao humor.

Sete passos práticos para você começar hoje

  • Priorize fibras todos os dias: 25 a 30 g vindas de legumes, verduras, frutas com casca, aveia e sementes.
  • Inclua prebióticos: banana-da-terra pouco madura, batata cozida e resfriada, alho, cebola e aspargos alimentam boas bactérias.
  • Aposte em probióticos: iogurte natural, kefir, chucrute e kombucha (sem excesso de açúcar) ajudam na diversidade microbiana.
  • Proteínas na medida: distribua em todas as refeições para preservar massa magra e reduzir picos de fome.
  • Gorduras boas: azeite, abacate, castanhas e peixes aumentam saciedade e modulam inflamação.
  • Movimento diário: 30 a 45 minutos entre caminhada, treino de força e alongamento colaboram com o trânsito intestinal e o sono.
  • Higiene do sono: dormir 7 a 8 horas regula cortisol e reduz a intensidade das ondas de calor noturnas.

O que evitar sem radicalismos

Dietas muito restritivas reduzem a diversidade do microbioma. O mesmo vale para álcool frequente, excesso de cafeína à noite e lanches industrializados ricos em aditivos. Antibióticos, quando usados sem critério, desorganizam o ecossistema intestinal e podem piorar sintomas por semanas.

Fatores que agravam Fatores que protegem
Ultraprocessados, açúcar, álcool diário Fibras, polifenóis, água
Estresse crônico e sono curto Rotina de relaxamento e 7–8 horas de sono
Sedentarismo prolongado Treino de força + caminhada

Quem pode se beneficiar

Mulheres em perimenopausa e pós-menopausa que convivem com ondas de calor, ganho de peso abdominal, alterações de humor, queda da libido e intestino preguiçoso tendem a ganhar com a abordagem. Pacientes em terapia hormonal, fitoterápicos ou suplementação encontram sinergia quando a microbiota está equilibrada.

Alinhar alimentação e intestino potencializa o que você já faz: da terapia hormonal às práticas de relaxamento.

Sinais do intestino que pedem atenção

  • Flatulência persistente, estufamento e constipação frequente.
  • Fezes muito ressecadas ou alternância com diarreia.
  • Fadiga após as refeições e sono fragmentado.
  • Piora de sintomas pré-menstruais na perimenopausa.

Como colocar em prática sem gastar mais

Monte um prato simples: metade do prato com vegetais coloridos (crus e cozidos), um quarto com proteína magra (ovos, frango, peixe ou leguminosas) e um quarto com carboidrato de baixo a médio índice glicêmico (arroz integral, batata doce, abóbora). Finalize com azeite e ervas frescas. Esse arranjo ajuda o intestino a produzir ácidos graxos de cadeia curta, compostos que nutrem a mucosa intestinal e reduzem inflamação sistêmica.

Varie os vegetais ao longo da semana para ampliar a diversidade de fibras. Rotatividade de alimentos — como trocar feijão por grão-de-bico, espinafre por couve e maçã por pera — treina a microbiota a se manter resiliente.

Como o curso se organiza

A imersão intercala conteúdo científico de base, aplicação prática na cozinha e degustação de preparos pensados para reduzir inflamação sem perder sabor. Há espaço para dúvidas, comparação de estratégias e orientação sobre combinações seguras de alimentos com fitoterápicos.

Data, horário e local: sábado (8), das 9h às 13h, no Intimista Gourmet, bairro Buritis, em Belo Horizonte.

Para ir além do prato

Gestão de estresse amplifica resultados. Técnicas simples — respiração 4-7-8 durante cinco minutos, pausa breve após o almoço para caminhar ao ar livre e alongamento antes de dormir — reduzem picos de cortisol e ajudam a estabilizar o termostato corporal, diminuindo a intensidade dos calorões noturnos.

Suplementos pedem avaliação individual. Magnésio glicina e ômega-3 podem compor o cuidado, assim como fitoterápicos. Ajustes finos dependem de histórico de saúde, uso de medicamentos e exames recentes. A orientação profissional evita interações e desperdícios.

Termos que você vai ouvir e por que importam

  • Estroboloma: conjunto de bactérias que modulam estrogênios no intestino, afetando sintomas vasomotores.
  • Beta-glucuronidase: enzima que participa da recirculação de hormônios; níveis desbalanceados podem piorar ondas de calor.
  • Polifenóis: compostos de frutas vermelhas, cacau, chá verde e azeite que alimentam bactérias benéficas.

Para quem busca uma simulação de rotina, vale começar com um café da manhã rico em fibras (aveia com iogurte e frutas), almoço colorido com leguminosas e folhas, lanche com castanhas e jantar leve com proteína, vegetais e um carboidrato de boa qualidade. Três litros de água ao longo do dia mantêm o trânsito intestinal e a termorregulação mais estáveis.

O recado central da imersão é direto: o “segundo cérebro” influencia como você vive a menopausa. Ao colocar o intestino no mapa, os resultados de qualquer estratégia — da cozinha ao consultório — ganham robustez e duram mais tempo.

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