Menor cidade de Goiás promete 1.500 litros de caipirinha: você beberia um gole desse recorde?

Menor cidade de Goiás promete 1.500 litros de caipirinha: você beberia um gole desse recorde?

No interior goiano, uma festa do limão reúne vizinhos, turistas e curiosos. Negócios ganham fôlego e tradições viram atração.

Em Anhanguera, município apontado pelo IBGE como o menor de Goiás, a celebração do limão taiti virou palco de uma façanha calculada: produzir uma caipirinha de 1.500 litros durante o 5º Festival Gastronômico do Limão Taiti e, com isso, mirar o Guinness World Records. A organização local se mobiliza com equipe, maquinário e um plano para dar conta do volume e da distribuição gratuita ao público.

A cidade que quer transformar limão em manchete

Reconhecida por lei estadual como a capital goiana do limão taiti, Anhanguera aposta no festival para valorizar agricultores, aquecer o comércio e atrair visitantes. A programação, que começou em 25 de outubro, segue com shows e atividades nos dias 7, 8 e 9 de novembro, quando a caipirinha gigante deve ser preparada e servida junto de uma feijoada comunitária.

Objetivo declarado: usar a visibilidade de um possível recorde para ampliar a vitrine do limão taiti produzido no município.

A tentativa nasce de uma ideia encabeçada pela prefeitura e envolve um engenheiro civil responsável pela logística da mistura e do manuseio em grande escala. A meta é superar a marca atribuída a Santa Tereza, em Belo Horizonte, que circula como a detentora do feito com 1.000 litros. A confirmação da referência junto ao Guinness, segundo a organização local, segue em andamento.

Como será a “mega caipirinha”

Para dar homogeneidade à bebida em volume incomum, a equipe planeja usar uma betoneira de 400 litros — devidamente higienizada e dedicada ao preparo — e transferir os lotes para um reservatório de aço inox com capacidade para 1,5 mil litros. Seis pessoas cuidarão do corte, da medição e do manuseio dos ingredientes. Outras cinco se revezarão na operação da mistura e no controle do fluxo até o tanque principal.

Equipamento central: betoneira de 400 litros para misturar porções sucessivas, com destino a um tanque inox de 1.500 litros.

Os organizadores divulgam a seguinte referência de insumos para atingir a meta planejada:

Ingrediente Quantidade prevista Observação de uso
Limão taiti cerca de 380 kg fruta fresca, cortada e macerada
Açúcar aprox. 170 kg ajuste conforme acidez do limão
Cachaça (pinga) cerca de 100 litros graduação alcoólica padronizada
Água mineral aprox. 680 litros para abrir o sabor e completar volume
Gelo 150 sacos derretimento ajuda a fechar 1.500 L

Há versões com números diferentes divulgadas anteriormente, mas a engenharia do evento trabalha com a combinação acima, que considera a diluição do gelo e o deslocamento da polpa para alcançar a marca de 1.500 litros no tanque. A cada batelada, a equipe fará medições para evitar sobras ou falta de volume no fechamento.

Por que usar uma betoneira

Em grandes volumes, a betoneira garante rotação constante, padroniza a maceração do limão e dissolve o açúcar sem formar blocos. O equipamento reduz tempo, minimiza desperdícios e permite trabalhar por lotes. O tanque inox entra como garantia de conservação, com superfície adequada à manipulação de alimentos e facilidade de higienização.

Processo em lotes dá controle de qualidade: mistura com tempo cronometrado, aferição de volume e sabor a cada ciclo.

  • Preparação: higienização de utensílios, corte de limões e medição de açúcares e líquidos.
  • Mistura: rotação contínua por tempo definido até dissolução e uniformidade.
  • Transferência: bombeamento ou descarga por gravidade para o tanque inox.
  • Ajustes: correção de doçura e acidez nos primeiros lotes para calibrar o padrão.
  • Serviço: distribuição gratuita com controle de filas e orientação de consumo responsável.

Recorde atual e os passos para validar a marca

Organizadores apontam que a marca a ser superada é de 1.000 litros, atribuída a Santa Tereza, em Belo Horizonte. Contatos com o Guinness seguem para confirmação e para a checagem dos critérios. Quem já buscou homologar feitos semelhantes relata procedimentos que incluem auditoria independente e documentação cuidadosa.

Para valer no Guinness, a regra geral é comprovar tudo: volumes, ingredientes, método de medição e destino do produto final.

Práticas normalmente exigidas em tentativas de recorde de alimentos e bebidas incluem:

  • Medição certificada do volume final por profissional habilitado e instrumentos calibrados.
  • Testemunhas independentes, com termos assinados e registros fotográficos e em vídeo.
  • Relatório técnico detalhando ingredientes, marcas, lotes e proporções.
  • Plano de segurança alimentar e de distribuição, sem desperdício e com rastreabilidade.
  • Comprovação de cumprimento das leis locais, incluindo restrição de consumo para menores.

Impacto local: do limão ao turismo

O festival consolida o limão taiti como símbolo econômico do município. Agricultores ampliam contatos com compradores, barracas escoam produção e a rede de serviços se beneficia do fluxo extra de visitantes. A programação cultural soma atrações musicais e atividades temáticas, como o concurso de “chupação” de limão, que usa a acidez como brincadeira para entreter o público.

A distribuição gratuita da caipirinha, junto com a feijoada, demanda logística de copos, pontos de entrega, filas organizadas e orientação clara sobre consumo. A organização afirma que vai controlar porções para manter o ritmo do evento e evitar aglomerações em um único ponto.

Quanto rende e como replicar proporções sem erro

Receitas de bar costumam trabalhar com uma base por dose: 1 limão taiti médio, 2 colheres de sopa de açúcar e 50 ml de cachaça sobre gelo. Em eventos, a equipe traduz isso para proporções escaláveis, ajustando acidez e doçura conforme o lote do fruto e a preferência do público.

Simule volumes para o seu evento

Para 10 pessoas, considerando 1 dose por pessoa:

  • Limões: 10 unidades.
  • Açúcar: 20 colheres de sopa (cerca de 250 g).
  • Cachaça: 500 ml.
  • Gelo: 1,5 a 2 kg.

Se a ideia for oferecer 2 doses por pessoa, dobre tudo. Em ambientes quentes, aumente o gelo e reduza um pouco o açúcar para compensar a diluição durante o serviço. Anote os ajustes e padronize as próximas rodadas.

Boas práticas, riscos e cuidados

Bebidas cítricas em massa pedem atenção à higiene. Lave limões, descarte partes machucadas e use superfícies sanitizadas. Em grandes recipientes, assegure que a rotação dissolva todo o açúcar e que o líquido não permaneça parado por longos períodos ao calor. O uso de inox e água potável reduz risco microbiológico.

Consumo responsável evita incidentes. Estabeleça pontos de hidratação com água, ofereça alimentação junto do serviço alcoólico e divulgue mensagens de não dirigir após beber. A organização pode articular transporte local e áreas de descanso. Restos de limão podem virar adubo por compostagem, reduzindo descarte em aterros.

Da lavoura ao copo: o limão taiti ganha palco, enquanto a comunidade colhe ganhos culturais e econômicos da festa.

Para quem acompanha a tentativa de recorde, vale ficar atento à confirmação oficial posterior e aos relatórios que costumam ser divulgados quando um feito entra no livro. Até lá, o que se vê em Anhanguera é planejamento, números ambiciosos e o desejo de transformar um festival regional em notícia nacional, usando o limão como passaporte.

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