Um felino de Minas Gerais virou assunto nacional após uma disputa acirrada que mobilizou milhares de pessoas nas redes sociais.
O interesse começou com uma foto: no peito, uma marca natural em formato de coração. A imagem circulou, encantou tutores e curiosos e ajudou a transformar um gato sem raça definida em símbolo de afeto, adoção e pertencimento. A partir daí, uma votação em massa levou o mineiro ao pódio de um concurso que valoriza animais fora dos padrões de pedigree.
Um coração no peito e uma história de adoção
Thor nasceu em Minas Gerais e vive em Lagoa Santa. Ele é um SRD — sigla para sem raça definida — e ganhou a nova casa quando ainda era filhote. A família o buscou após saber que havia ninhadas disponíveis para adoção em Varginha. Com o tempo, a tal mancha no peito ficou evidente: um desenho quase simétrico, com contornos que remetem a um coração.
O desenho em forma de coração virou marca registrada de Thor e atraiu a curiosidade do público nas redes.
A tutora, Fabiana Brugnara, 49, relata que o gato sempre se mostrou atento e afetivo à sua maneira. Ele observa, ronda os ambientes e escolhe o momento de pedir carinho. Essa personalidade, somada à marca no peito, rendeu apelidos, memes e, por fim, votos.
Como foi o concurso que elegeu o “SRD mais bonito do Brasil”
A disputa partiu de uma iniciativa da marca Woolie, voltada ao cuidado com animais. O objetivo declarado foi valorizar gatos SRD e fomentar a adoção responsável. A competição acumulou números expressivos: mais de 4 mil inscrições e cerca de 250 mil votos no total, com etapas eliminatórias até a final.
A decisão aconteceu em 27 de outubro, data usada no país para promover ações ligadas aos gatos pretos e combater preconceitos e maus-tratos. A escolha pela agenda não foi casual: a organização quis associar visibilidade a mensagens de proteção e pertencimento.
| Etapa | Data | Números |
|---|---|---|
| Inscrições | Setembro/outubro de 2025 | 4.000+ gatos SRD cadastrados |
| Votação popular | Outubro de 2025 | 250.000 votos computados |
| Final | 27/10/2025 | Thor consagrado vencedor |
O concurso reuniu 4 mil inscritos e 250 mil votos, consolidando uma rede de apoio aos SRD em todo o país.
Critérios, mobilização e participação do público
As etapas envolveram apresentações em foto e vídeo, votação pela internet e, em alguns casos, avaliações complementares do carisma e da história por trás de cada inscrição. Famílias organizaram campanhas, criaram hashtags e acionaram amizades para construir tração. A disputa seguiu um padrão conhecido das dinâmicas digitais: picos de engajamento perto do encerramento de cada fase e crescimento orgânico impulsionado por imagens que se tornaram virais.
Quem é Thor fora dos holofotes
No cotidiano, Thor mantém rotina de gato caseiro. Brinca, escala o arranhador e patrulha janelas. Segundo a família, ele evita excesso de colo, mas procura contato quando quer atenção. Esse jeito independente, comum em muitos felinos, não impede vínculos fortes: olhares, roçadas e aproximações sutis marcam a convivência.
- Cidade: Lagoa Santa (MG)
- Tutora: Fabiana Brugnara, 49 anos
- Marca do peito: mancha natural que lembra um coração
- Personalidade: observador, curioso, carinhoso no próprio tempo
- Concurso: promovido pela Woolie
O que a vitória representa para os gatos sem raça definida
O título simbólico de “gato SRD mais bonito do Brasil 2025” vai além da vaidade. Ele abre espaço para pautas urgentes: adoção responsável, castração e combate a mitos que ainda cercam felinos, sobretudo os pretos. A data da final reforçou esse recado. Organizações e protetores relatam que o mês de outubro exige atenção redobrada. A visibilidade do concurso ajuda a direcionar a conversa para cuidados e respeito.
Ao eleger um SRD, a disputa também questiona padrões do mercado pet, tradicionalmente centralizados em pedigrees. O recado atinge tutores, criadores e marcas: histórias e vínculos contam tanto quanto conformidade estética. A presença de um CEO no anúncio, com declaração pública, sinaliza que o setor já percebeu esse movimento.
Por que tanta gente se envolveu
A soma de imagem icônica, narrativa familiar e causa social cria um gatilho de participação. Pessoas tendem a compartilhar conteúdos que misturam fofura, mensagem de afeto e propósito. A mancha em forma de coração comprime tudo isso em um único frame. O algoritmo agradece. A comunidade pet responde.
O bastidor da família e a curva de votos
Dentro de casa, a campanha virou projeto coletivo. Familiares acompanharam etapas, reuniram amigos e acompanharam a contagem em tempo real. Nos últimos dias, a curva de votos acelerou, movimento típico em disputas populares. A confirmação do resultado coroou semanas de mobilização e devolveu ao público a sensação de participação concreta.
Adoção responsável: orientações para quem quer seguir o exemplo
O caso reacende perguntas práticas. Famílias que cogitam adotar um SRD podem se preparar com algumas medidas simples. O objetivo é reduzir abandonos e favorecer ajustes saudáveis na rotina.
- Planejamento: verifique orçamento para ração, areia, vacinação, vermifugação e castração.
- Ambiente: instale telas em janelas, arranhadores, nichos e caixas de areia suficientes.
- Saúde: agende avaliação veterinária, atualize carteira vacinal e considere microchip.
- Rotina: defina horários de alimentação, brincadeiras e enriquecimento ambiental diário.
- Socialização: respeite o tempo do animal, ofereça esconderijos e rotas de fuga.
Como participar de concursos sem estresse para o animal
Eventos e votações podem ser positivos quando respeitam limites do pet. Fotos em ambientes conhecidos, sem flashes agressivos, ajudam. Brincadeiras curtas antes dos cliques liberam energia e favorecem poses naturais. Se o regulamento exigir vídeos, priorize cenas do dia a dia, sem forçar posturas. Recompensas moderadas com petiscos funcionam como condicionamento positivo.
Depois do prêmio: impactos e oportunidades
Casos como o de Thor costumam gerar picos de adoção em abrigos locais. Protetores relatam maior procura nos dias seguintes à viralização de histórias parecidas. Para manter o efeito, campanhas precisam de constância: mutirões de castração, parcerias com clínicas, divulgação de feiras e apoio de marcas. O setor privado tem espaço para ampliar doações de insumos e custear procedimentos.
Para os tutores, o momento abre frentes de responsabilidade: cuidado com superexposição, atenção à rotina do animal e triagem de convites comerciais. O carisma de um SRD não precisa virar produto a qualquer custo. Há valor público em canalizar a atenção para adoção e bem-estar.


