Monte Mor corta tarifa zero e fixa passagem em R$ 6: você vai pagar mais? veja quem ainda não paga

Monte Mor corta tarifa zero e fixa passagem em R$ 6: você vai pagar mais? veja quem ainda não paga

Pressão no orçamento, decisões na Câmara e mudanças no dia a dia. A cidade redefine prioridades, e milhares de moradores recalculam trajetos e contas do mês.

Com início já marcado, Monte Mor, no interior de São Paulo, substitui a gratuidade dos ônibus municipais por uma cobrança de R$ 6 por viagem. A medida entra em vigor em 1º de novembro de 2025, com promessa de reduzir gastos públicos e redesenhar a rede de benefícios para grupos específicos.

O que muda no bolso do passageiro

O preço de R$ 6 por trajeto coloca a cidade entre as tarifas mais altas da Região Metropolitana de Campinas. Quem usa o ônibus para trabalhar, estudar ou acessar serviços de saúde sentirá o impacto imediato no orçamento doméstico.

A passagem municipal passa a custar R$ 6 a partir de 1º/11. A gratuidade deixa de valer para a maioria dos usuários.

Para quem depende do transporte público todos os dias, a volta da cobrança representa uma despesa nova ou maior. Estudantes e pessoas de baixa renda terão descontos, mas a regra geral é de pagamento integral.

Por que a prefeitura mudou de rota

O governo municipal afirma que a tarifa zero se tornou financeiramente inviável. A gratuidade, adotada em 29 de dezembro de 2023, exigia um aporte mensal significativo e cresceu acima do planejado, segundo a administração.

Antes: subsídio estimado em R$ 450 mil por mês. Agora: aporte reduzido para R$ 200 mil com a volta da tarifa.

O projeto de lei que revogou a tarifa zero, de autoria do Executivo, foi aprovado pela Câmara em 8 de setembro, com 13 votos favoráveis e 2 contrários. A gestão atual argumenta que a iniciativa original não considerou o impacto orçamentário nas contas do município. A revisão da política mira equilíbrio fiscal e continuidade da operação, ainda que com repasses menores.

Quem ainda terá gratuidade e descontos

Para atenuar o efeito sobre famílias mais vulneráveis e públicos prioritários, a prefeitura implementará o programa Tarifa do Bem. Segundo o município, a política manterá o passe gratuito a cerca de 15 mil pessoas, o que representa 21,43% da população local.

Tarifa do Bem preserva a gratuidade para públicos prioritários e cria descontos de 50% e 40% para outros perfis.

  • Gratuidade: idosos com 65 anos ou mais; pessoas com deficiência e seus acompanhantes; moradores em extrema pobreza inscritos no CadÚnico.
  • Desconto de 50%: estudantes contemplados pela meia estudantil.
  • Desconto de 40%: pessoas de baixa renda com comprovação.

Como comprovar direito aos benefícios

Quem se enquadra nos critérios da Tarifa do Bem deve reunir documentos pessoais e comprovações específicas. Em geral, o idoso apresenta documento com foto e data de nascimento. Pessoas com deficiência utilizam laudo ou documento oficial que ateste a condição; acompanhantes precisam constar na autorização. Para extrema pobreza, o número do CadÚnico e o cadastro atualizado são determinantes. Estudantes precisam de comprovação de matrícula válida e documento estudantil. Já o desconto por baixa renda exige prova de renda familiar dentro dos limites definidos pela prefeitura.

Impactos no cotidiano e na economia local

A regra afeta diretamente o custo de deslocamento e pode alterar hábitos. Parte dos usuários pode reduzir viagens, ajustar itinerários ou combinar modais. O comércio de bairro tende a ver mudanças no fluxo de clientes que dependem de ônibus. Serviços públicos e privados, como postos de saúde e escolas, também podem observar variações na demanda presencial ao longo do dia.

Para o município, a redução do subsídio de R$ 450 mil para R$ 200 mil libera espaço no orçamento para outras despesas. Por outro lado, o reajuste de custos para as famílias cria tensão no curto prazo. A calibragem entre sustentabilidade financeira e acesso universal ao transporte seguirá no centro do debate.

Movimento nacional e o debate sobre financiamento

Enquanto Monte Mor altera sua política local, entidades de 12 estados organizaram no Distrito Federal, entre 6 e 10 de outubro, a “Caravana pela Tarifa Zero”. O grupo pressiona por mudanças estruturais no financiamento e na gestão do transporte público, com foco na estabilidade do serviço e na redução da dependência da tarifa paga pelo usuário.

A pauta nacional mira um novo modelo de custeio para garantir previsibilidade, qualidade de serviço e acesso para quem mais precisa.

A discussão envolve fontes de receita que não recaiam apenas no passageiro, além de maior transparência na gestão e metas de desempenho. Mesmo com agendas diferentes entre as cidades, o tema reaparece sempre que aumentos de tarifa ou cortes de subsídio entram na pauta.

Serviço: datas e perguntas práticas

  • Quando muda: em 1º de novembro de 2025.
  • Quanto custa: R$ 6 por viagem no sistema municipal.
  • Quem não paga: idosos 65+, pessoas com deficiência e acompanhantes, e inscritos no CadÚnico em extrema pobreza (Tarifa do Bem).
  • Quem paga menos: estudantes (50% de desconto) e pessoas de baixa renda com comprovação (40% de desconto).
  • Onde vale: linhas de ônibus municipais de Monte Mor.

Quanto você pode gastar: simulações rápidas

Abaixo, um exercício simples para visualizar quanto a nova tarifa pode pesar na sua rotina. Os valores assumem dois embarques por dia (ida e volta) e 22 dias úteis no mês. Ajuste os números conforme sua realidade.

Perfil Viagens/dia Dias úteis/mês Tarifa (R$) Gasto mensal (R$)
Trabalhador tarifa cheia 2 22 6,00 264,00
Estudante (50% de desconto) 2 22 3,00 132,00
Baixa renda (40% de desconto) 2 22 3,60 158,40
Beneficiário da gratuidade 2 22 0,00 0,00

Dicas úteis para reduzir o impacto

  • Organize agendas para concentrar compromissos no mesmo dia e reduzir deslocamentos.
  • Verifique se você ou alguém da família preenche requisitos para desconto ou gratuidade.
  • Planeje recargas de forma mensal para controlar o orçamento do transporte.
  • Combine rotas a pé ou de bicicleta em trechos curtos quando possível e seguro.

Pontos de atenção e caminhos possíveis

Quem passou a pagar deve checar com antecedência horários e lotações para evitar múltiplas baldeações fora do planejado. A família com estudantes pode reorganizar rotas para aproveitar a meia tarifa. Pessoas com deficiência e idosos precisam garantir a documentação à mão para validar o acesso sem custo. O titular do CadÚnico deve manter o cadastro atualizado para não perder o benefício.

Para a gestão pública, o desafio será acompanhar a demanda e os indicadores de qualidade com o subsídio menor. Uma política de dados aberta sobre pontualidade, ocupação e custo por passageiro ajuda a calibrar contratos e rotas. Para os moradores, entender as novas regras permite antecipar gastos, escolher horários alternativos e usar o benefício a que têm direito sem transtornos.

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