Mutirão no rio Paranapanema: 40 voluntários e 20 barcos já retiram 800 kg; e você, ajuda?

Mutirão no rio Paranapanema: 40 voluntários e 20 barcos já retiram 800 kg; e você, ajuda?

Barcos, luvas e sacos reforçados tomam as margens do Paranapanema. A cada curva, o rio revela objetos improváveis e histórias de descuido.

O amanhecer em Timburi marcou o início de uma nova força-tarefa contra o lixo às margens do rio Paranapanema, que banha cidades do interior de SP. A mobilização reúne moradores, pescadores e equipes públicas, com foco em trechos que recebem grande fluxo de visitantes e apresentam pontos críticos de descarte irregular.

Trecho atendido e como a ação funciona

A operação cobre o curso do rio que passa por Timburi, Ipaussu, Bernardino de Campos e Chavantes. As equipes se organizaram por setores, com barcos próximos às margens para alcançar áreas de difícil acesso e grupos de terra encarregados da triagem e do carregamento até os pontos de apoio.

Concentração às 7h no Camping Municipal de Timburi, com cerca de 40 voluntários e 20 embarcações na linha de frente.

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Timburi coordena as frentes de coleta, com apoio da Prefeitura. O objetivo é simples e direto: retirar do rio e das bordas todo o material abandonado — principalmente plásticos, pneus e volumosos — e dar a destinação correta, reduzindo impactos à fauna e à qualidade da água.

Horário Local de concentração Cidades atendidas Voluntários Embarcações Resíduos já retirados Expectativa do dia
7h Camping Municipal (Timburi) Timburi, Ipaussu, Bernardino de Campos, Chavantes cerca de 40 20 800 kg pela manhã ultrapassar 1 tonelada

O que saiu da água

Até a metade da manhã, as balanças registraram 800 quilos de resíduos retirados. O volume reúne peças grandes e resíduos leves que se espalham com o vento e a correnteza. O trabalho segue ao longo do dia com a meta de superar uma tonelada recolhida.

  • Plásticos rígidos e sacolas
  • Pneus inteiros e fragmentados
  • Ferro e sucata variada
  • Colchões e espumas encharcadas
  • Garrafas e embalagens de bebidas

Meta declarada pelas equipes: remover mais de 1 tonelada até o fim do sábado e encaminhar tudo para destinação adequada.

Os barcos atuam em zonas onde a vegetação retém resíduos que flutuam. Em terra, os voluntários separam materiais recicláveis e volumosos, evitando que o conteúdo contamine novamente o rio. Pneus e metais seguem para operadores habilitados. Plásticos e papéis limpos têm potencial de reciclagem, enquanto itens contaminados exigem cuidados adicionais.

Por que a limpeza do rio importa

O Paranapanema abastece comunidades, movimenta o turismo regional e sustenta atividades de pesca. Quando o lixo ocupa margens e remansos, o efeito se espalha: peixes confundem plástico com alimento, aves se enroscam em fios e linhas, e a decomposição de resíduos reduz o oxigênio da água. O resultado atinge a biodiversidade e também o lazer de quem utiliza o rio no fim de semana.

Risco ambiental e à saúde

Plásticos fragmentados se transformam em microplásticos, que entram na cadeia alimentar. Pneus abandonados acumulam água e favorecem a proliferação do Aedes aegypti. Colchões e espumas liberam substâncias ao se degradarem, piorando a qualidade da água em áreas de banho. O descarte irregular ainda gera custos públicos extras com remoção e transporte.

Educação ambiental em campo

A ação tem caráter educativo. Moradores observam o que o rio devolve e passam a reconhecer o impacto de hábitos cotidianos. Equipes técnicas conversam com famílias e pescadores, orientam sobre descarte correto e reforçam serviços municipais disponíveis, como coleta seletiva e pontos de recebimento de volumosos. A mudança de comportamento nasce desse contato direto com a realidade das margens.

Como você pode ajudar hoje e nos próximos meses

  • Reduza descartáveis e leve sua garrafa reutilizável nos passeios ao rio.
  • Guarde todo o lixo durante a pescaria e traga de volta, inclusive linhas e anzóis.
  • Encaminhe pneus e eletrônicos para pontos de logística reversa em sua cidade.
  • Use os ecopontos municipais para móveis e volumosos.
  • Avise a prefeitura sobre áreas com descarte irregular para que as equipes intervenham.

Como o mutirão se organiza na prática

O planejamento divide o trecho em setores com líderes de equipe. Os barcos percorrem margens e ilhas, sinalizam pontos críticos e recolhem materiais flutuantes. Em terra, grupos com EPI — luvas, botas, protetor solar e chapéu — fazem a triagem. Sacos reforçados evitam rasgos. Caminhões ou carretas levam o material a galpões de transbordo. Registros de peso e tipo de resíduo ajudam a mapear prioridades para a próxima edição.

Segurança em primeiro lugar: equipe usa coletes nos barcos, mantém comunicação por rádio e hidratações programadas ao longo do dia.

O que fazer com pneus, plásticos e volumosos

Os pneus devem seguir para sistemas de logística reversa, com apoio de borracharias e pontos de recebimento. Metais têm valor para cooperativas, que geram renda com a venda do material. Plásticos limpos podem voltar à cadeia produtiva quando bem separados. Móveis, colchões e eletrodomésticos costumam ter coleta agendada pelos serviços municipais. Consulte o calendário local de coleta seletiva e verifique endereços de ecopontos mais próximos.

Dicas para evitar que o lixo volte ao rio

  • Amarre bem sacos de lixo e coloque-os na calçada apenas no horário da coleta.
  • Evite descartar poda e entulho nas margens; a chuva leva tudo para a água.
  • Em eventos às margens do rio, instale recipientes de coleta identificados e providencie transporte do resíduo.
  • Se você tiver comércio, negocie a retirada de recicláveis com cooperativas da região.

O mutirão deste sábado sinaliza um compromisso público com a saúde do Paranapanema e com a vida que depende dele. A presença de 40 voluntários e 20 embarcações mostra que pequenos grupos fazem diferença quando há método, segurança e destino correto para cada resíduo. A continuidade dessa agenda ao longo do ano ajuda a reduzir custos de limpeza, a manter áreas de lazer em condições melhores e a fortalecer cadeias locais de reciclagem.

Para quem deseja replicar a iniciativa no bairro, vale um roteiro simples: mapeie pontos críticos, garanta EPI e embarcações (quando necessário), defina rotas e horários, combine a destinação com antecedência e registre o volume coletado. Com esses passos, a comunidade consegue medir resultados, cobrar melhorias e envolver mais pessoas nas próximas edições.

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