Você vive no Alto Tietê e sente falta de espaços verdes, atividades diversas e arquitetura que respeita a natureza da região?
Uma proposta arquitetônica ambiciosa, assinada por uma equipe jovem e diversa, redesenha a ideia de equipamento cultural e esportivo em Mogi das Cruzes. O novo Sesc nasce como unidade-parque, com soluções sustentáveis, paisagismo ativo e áreas de convivência que aproximam cidade e Mata Atlântica.
O que muda com o novo Sesc Mogi
O projeto vencedor tem cerca de 20 mil m² e foi escolhido entre 70 propostas. A concepção combina tecnologia construtiva, proteção do bioma local e uma malha de espaços integrados. A circulação incentiva encontros. A leitura do conjunto é transparente e contínua, com aberturas que conectam interior e exterior.
20 mil m² organizados como unidade-parque, com redes de espaços verdes, áreas abertas e encontros ao ar livre.
O atendimento à população de Mogi e do Alto Tietê ganha fôlego com ambientes flexíveis. A setorização prevê áreas de uso amplo e setores destinados a credenciados, sem quebrar a sensação de conjunto. A ventilação cruzada e a iluminação natural estruturam o conforto ambiental.
Arquitetura que dialoga com a Mata Atlântica
A proposta valoriza a proximidade da Serra do Mar e a paisagem da Serra do Itapeti. A preservação de árvores nativas orienta a implantação. Corredores agroecológicos conectam o terreno. Clareiras sombreadas recebem atividades de estar e convivência. O resultado reforça a leitura do bioma e amplia a biodiversidade.
Integração entre cidade e natureza
A transparência do edifício permite enxergar atividades diversas ao circular pelos espaços. O visitante percebe esportes, cultura e convivência acontecendo em simultâneo. A abertura visual estimula pertencimento e cuidado coletivo. O edifício se apresenta como extensão do espaço público.
Preservação da arborização existente, regeneração do bioma local e aproximação entre urbanidade, água, sombra e verde.
Materiais e soluções de baixa emissão
A estrutura prioriza madeira laminada colada (MLC). O material junta lâminas de madeira com adesivos estruturais, formando peças robustas e leves. A MLC permite pré-fabricação, reduz desperdícios e simplifica canteiro. Por ser mais leve que aço e concreto, pode exigir fundações menores e logística mais ágil.
O desenho favorece ventilação e iluminação naturais. Sombreamento, balanços e brises reduzem carga térmica. O conjunto tende a diminuir consumo de energia em uso cotidiano. A escolha de materiais tecnológicos se soma a uma lógica de manutenção clara e detalhamento contra umidade.
| Solução | Benefício para você | Benefício ambiental |
|---|---|---|
| Madeira laminada colada | Ambientes aconchegantes, estrutura leve e obra mais previsível | Armazena carbono e reduz emissões do ciclo construtivo |
| Ventilação cruzada | Conforto térmico sem depender sempre de ar-condicionado | Menor consumo de energia elétrica |
| Iluminação natural | Espaços claros e agradáveis para leitura e prática esportiva | Redução do uso de luz artificial durante o dia |
| Rede de áreas verdes | Sombra, permanência e rotas tranquilas de circulação | Conservação da fauna e flora, aumento da permeabilidade do solo |
Ambientes previstos para uso cotidiano
A proposta organiza espaços para atividades físicas, cultura, alimentação e educação, com foco na convivência intergeracional. O desenho inclui setores ao ar livre e áreas construídas com usos complementares.
- Pomar e horta com vocação educativa e comunitária
- Parque molhado para dias quentes e lazer infantil
- Piscinas para iniciação, treino e hidroatividade
- Quadras esportivas para diferentes modalidades
- Salas multifuncionais para oficinas, dança e cursos
- Comedoria com serviços de alimentação
- Biblioteca para estudo, leitura e encontros
As circulações cruzadas conectam as áreas e estimulam trocas entre visitantes. O contato visual entre os ambientes reforça a sensação de segurança coletiva. Os espaços se adaptam a programações socioculturais, educativas e experimentais ao longo do ano.
Convivência, esporte, cultura e alimentação lado a lado, com caminhos sombreados e permanências convidativas.
Quem assina a proposta vencedora
O concurso foi vencido por um time de nove arquitetos, por meio da empresa Victor de Almeida Presser Arquitetura e Construção Civil Ltda. A equipe é formada por Victor Presser, Barbara Camucce, Barbara Muhle, Débora Bruno, Thiago Pontes, Guido Collino, Tomas Vannucchi, Bianca Brigati e Thiago Conti.
A seleção considerou criatividade, preservação ambiental, uso de tecnologia e organização espacial. A equipe desenvolveu a proposta ao longo de cerca de cinco meses, alinhando desenho arquitetônico, paisagismo e estratégias de sustentabilidade.
Diretrizes que sustentaram a proposta
- Implantação que preserva árvores nativas e cria corredores verdes
- Arquitetura aberta, integrada e flexível para usos diversos
- Estrutura em MLC com foco em eficiência e redução de resíduos
- Ambientes que promovem encontros e transparência nas relações
Como a comunidade pode se preparar
Moradores de Mogi e região podem mapear rotas de acesso ativo, combinando deslocamentos a pé e de bicicleta ao cotidiano do Sesc. Grupos locais podem planejar clubes de leitura, rodas de conversa e mutirões de plantio, potencializando horta e pomar. Famílias podem organizar rotinas de atividades aquáticas e esportes de iniciação para crianças e adolescentes.
O Sesc historicamente opera com programação variada, com muitas atividades gratuitas e outras a preços sociais. As agendas, regras de agendamento e políticas tarifárias variam por unidade e período. Vale acompanhar a abertura dos espaços e os formatos de inscrição quando o calendário for divulgado.
Para entender a tecnologia em madeira
A madeira laminada colada combina peças menores em elementos estruturais de alto desempenho. O material permite vãos amplos, acabamento aparente e obra mais limpa. Em termos de ciclo de vida, a MLC armazena carbono capturado nas árvores e pode substituir sistemas intensivos em emissões.
O desempenho depende de proteção à umidade e de detalhamento cuidadoso em juntas e platibandas. Beirais, marquises e drenagem correta preservam o material. Programas de manutenção preventiva garantem durabilidade e segurança ao longo dos anos.
Unidade-parque: o que isso significa para você
O conceito de unidade-parque organiza o equipamento como tecido de espaços verdes, caminhos e núcleos de atividade. Em vez de blocos isolados, o visitante percorre uma sequência de clareiras, pátios e salas abertas. Essa abordagem favorece permanência, bem-estar e aprendizado ao ar livre.
Atividades possíveis vão de oficinas de cultivo em horta a sessões de leitura sob sombra, passando por práticas corporais em gramados. A mistura entre interno e externo diversifica a experiência, reduz barreiras e incentiva o cuidado com o território compartilhado.


