Ônibus em Goiás e Tocantins voltam atrás e liberam pequi: você leva, mas só se cumprir 6 regras

Ônibus em Goiás e Tocantins voltam atrás e liberam pequi: você leva, mas só se cumprir 6 regras

A temporada do pequi mobiliza mercados, estradas e famílias. Quem viaja quer levar o sabor do Cerrado para a mesa de quem mora longe.

Na mesma rota, surgem dúvidas sobre bagagem, cheiro forte e segurança dentro do ônibus. A polêmica reacendeu debates e obrigou uma revisão de práticas.

Decisão que mexe com quem viaja com pequi

A Evolução Transportes, que opera linhas intermunicipais em Goiás e Tocantins, recuou e autorizou novamente o transporte de pequi nos ônibus. A empresa havia publicado um veto geral ao fruto e, depois de críticas e questionamentos, apagou o aviso e divulgou novas orientações. A liberação veio acompanhada de exigências de embalagem para evitar vazamentos e mau cheiro durante o trajeto.

Agora, o passageiro pode levar pequi na bagagem, desde que o fruto esteja acondicionado em recipiente fechado, resistente e sem risco de abrir no caminho.

A companhia justificou o veto inicial por “problemas recorrentes” ligados ao manuseio inadequado do alimento. Relatos de óleo escorrendo, odor intenso no salão e contaminação de outras bagagens pesaram na decisão anterior. A revisão reconheceu o peso cultural e econômico do pequi para Goiás e para quem circula entre municípios na época da safra.

Antes e depois: o que mudou nas regras

Como era Como fica
Proibição total do transporte de pequi, independentemente da embalagem. Transporte permitido, desde que o fruto esteja em embalagem fechada, segura e sem risco de vazamento.
Publicação com veto nas redes, posteriormente retirada. Nota atual indica correção e reforça a necessidade de acondicionamento adequado.
Justificativa baseada em ocorrências de sujeira, odor e incômodo a passageiros. Reconhecimento do valor cultural do fruto e tentativa de conciliar tradição e segurança.

Por que o pequi vira um desafio dentro do ônibus

O pequi tem polpa oleosa e cheiro marcante. A casca pode rachar e liberar líquido quando a carga sofre impactos. O óleo mancha tecido e bagagens. Em viagens longas e sob calor, recipientes frágeis cedem e espalham o conteúdo. Tudo isso afeta a higiene do veículo e o conforto dos passageiros, além de atrasar a operação quando a equipe precisa limpar o salão ou o bagageiro.

Cheiro persistente e vazamento de óleo figuram entre as principais queixas que levaram ao endurecimento das regras.

Você quer levar pequi? Siga 6 regras simples

  • Use pote rígido com tampa rosqueável e vedação dupla. Evite sacolas finas e potes quebradiços.
  • Faça “embalagem dentro de embalagem”: pote hermético + saco zipado + fita adesiva na tampa.
  • Prefira frutos inteiros e firmes. Pedaços soltam mais óleo e aumentam o risco de vazamento.
  • Coloque o recipiente em posição vertical, dentro de bolsa térmica ou caixa plástica, sem folga.
  • Identifique a bagagem com seu nome e telefone. Isso facilita a abordagem da equipe, se algo ocorrer.
  • Informe o motorista ou o fiscal ao embarcar. Transparência evita constrangimentos e acelera a conferência.

Quem pretende transportar grandes quantidades precisa redobrar o cuidado. Volume alto significa mais peso sobre os recipientes e maior chance de vazamento. A empresa não comunicou um limite específico para o pequi, mas práticas do setor costumam seguir regras gerais de bagagem: até 5 kg na mão, desde que caiba no compartimento superior, e volumes maiores no bagageiro, com etiquetas e número do ticket.

Direitos do passageiro e o que dizem as normas

Serviços intermunicipais seguem legislação estadual e as políticas de cada empresa. Em linhas interestaduais, normas federais definem limites de bagagem, itens perigosos e condições sanitárias. O transporte de alimentos em natura costuma ser permitido, desde que não traga risco à segurança, não agrida outros passageiros e não cause sujeira no veículo.

Regra prática do setor: alimento pode seguir viagem quando não oferece risco e não prejudica conforto, higiene e segurança.

Se a empresa identificar vazamento ou mau cheiro, a equipe pode orientar o reposicionamento do volume, reforçar a embalagem ou até negar o embarque do item, a depender do caso. Essa atuação integra as medidas de segurança operacional. Para evitar contratempos, vale perguntar no guichê ou por telefone, antes de comprar a passagem, quais são as condições específicas para o pequi na sua linha e horário.

Cultura, renda e a economia do Cerrado

O pequi move tradições culinárias, feiras e pequenas economias locais em Goiás e Tocantins. A liberação com regras dá fôlego a quem depende da venda do fruto entre cidades. Comerciantes costumam circular com caixas no bagageiro e abastecem mercados e cozinhas familiares. A decisão tenta equilibrar esse ciclo com um padrão mínimo de boas práticas de transporte.

Como reduzir cheiro e risco sem perder qualidade

  • Embale frutos limpos e secos. Umidade facilita vazamento e intensifica odores.
  • Use papel-toalha entre a polpa e a tampa. O papel absorve resíduos de óleo.
  • Aplique filme plástico na rosca da tampa antes de fechar. Isso cria uma vedação adicional.
  • Transporte em bolsa térmica com gelo reutilizável bem selado, para manter a temperatura estável.
  • Evite abrir o recipiente durante a viagem. Abrir aumenta odores e risco de queda.

Perguntas que o passageiro costuma fazer

Posso levar pequi na cabine?

Pode, desde que o recipiente caiba no bagageiro superior, feche bem e não exale odor forte. Se houver incômodo no salão, a equipe pode orientar a mover a embalagem para o compartimento inferior.

Há cobrança extra?

Taxa extra pode aparecer somente para volumes especiais, volumosos ou despachos. Pequi embalado dentro do limite de bagagem geralmente não gera custo adicional. Guarde o ticket de bagagem com você.

Quantidade máxima

Não há limite divulgado para pequi. As restrições costumam seguir a regra de peso e volume do bilhete. Em caso de dúvida, leve menos por embalagem e distribua o peso em recipientes separados.

Informações úteis para não perder a viagem

Planeje a compra do pequi próximo ao horário de embarque. Recipientes abertos por muito tempo tendem a vazar. Faça um teste de inversão e sacudida em casa, com o pote cheio, antes da viagem. Se derramar, troque a embalagem. Coloque um saco absorvente no fundo da bolsa térmica e leve uma fita extra para reforçar a vedação, se necessário.

Quem transporta para revenda deve anotar origem, quantidade e destino do lote. Em fiscalizações, essas informações agilizam a abordagem. Para produtos processados, como pequi em pó ou conserva, as chances de vazamento caem bastante. Produtos industrializados selados atendem melhor às exigências de higiene e reduzem o cheiro no salão.

Vale também conversar com a pessoa que vai receber o fruto. Combine a retirada no terminal ou em ponto intermunicipal para evitar que a carga circule por muito tempo dentro do ônibus. Quanto menos baldeação e manuseio, menor o risco. Com embalagem correta e atenção às regras, a viagem segue tranquila e o sabor do Cerrado chega inteiro ao destino.

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