Operação em sp e pr: polícia cumpre 17 mandados, 5 presos e 100 mil garrafas; seu drink está seguro?

Operação em sp e pr: polícia cumpre 17 mandados, 5 presos e 100 mil garrafas; seu drink está seguro?

Num início de manhã agitado, bares e consumidores acordaram com uma notícia que mexe com hábitos, confiança e saúde pública.

A Polícia Civil deflagrou uma nova etapa da ofensiva contra a adulteração de bebidas. A ação se espalhou por São Paulo e Paraná e levou agentes a endereços ligados a um esquema que imita marcas conhecidas e engana o consumidor na prateleira e no balcão.

A quarta fase da ofensiva

Batizada de “Parece, mas não é”, a operação chegou à quarta fase com buscas simultâneas na capital e no interior paulista, além de Londrina, no Paraná. Equipes recolheram garrafas, rótulos e embalagens usados para dar aparência de originalidade a destilados como gin, uísque e vodca. Cinco pessoas foram presas.

Forças policiais cumpriram 17 mandados de busca e apreensão e prenderam 5 suspeitos ligados à falsificação.

Cidades alvo e mandados cumpridos

Cidade Mandados
São Paulo (SP) 9
Americana (SP) 1
Marília (SP) 1
Taquaritinga (SP) 3
Sertãozinho (SP) 1
Matão (SP) 1
Londrina (PR) 1

Onde saíram as prisões

Policiais detiveram dois suspeitos na zona leste da capital. Um em Ermelino Matarazzo. Outro na Vila Cruzeiro. Nos dois endereços, a equipe recolheu garrafas reaproveitadas, rótulos e embalagens fora do padrão de fábrica.

Outras três prisões ocorreram no interior. Uma em Sertãozinho e duas em Taquaritinga. Em Sertãozinho, o preso é dono de um bar. A fiscalização identificou bebidas com coloração e odor destoantes do produto legalizado. As garrafas pareciam lacradas, mas traziam variação de volume.

Mais de 100 mil garrafas foram apreendidas. O material serviria para abastecer pontos de venda com destilados falsificados.

Como o esquema afetava o consumidor

O golpe se apoia no reaproveitamento de garrafas e na aplicação de rótulos copiados. O objetivo é simular marcas populares e vender a bebida adulterada como se fosse original. Esse tipo de fraude atinge o bolso e a saúde. Produtos falsos podem conter mistura de álcool não apropriado e químicos que causam intoxicação.

Sinais de alerta na hora de comprar ou consumir

  • Lacre irregular, torto, com folgas ou com sinais de cola recente.
  • Rótulo com cores lavadas, fonte borrada ou sem informações obrigatórias (CNPJ, lote, origem).
  • Diferença de volume aparente, presença de bolhas persistentes após agitar, ou cheiro agressivo.
  • Preço abaixo do mercado, em especial para rótulos importados ou de alto giro.
  • Tampa desalinhada, arranhões intensos no gargalo ou marcas de abertura anterior.

O histórico da investigação

Fases anteriores já tinham cortado peças da rede de adulteração. Em Monte Alto, policiais prenderam Alerrando Adriano de Andrade Araujo, apelidado de “Rei do Uísque”. Em janeiro, a primeira fase levou à prisão de Anderson Alex da Silva. Na segunda etapa, agentes detiveram Gesilvado Pereira da Silva. A operação atual mira pontos de produção, estoque e distribuição que mantinham o fluxo de garrafas e rótulos.

A investigação desmonta o ciclo completo: coleta de garrafas, falsificação de rótulos, envase e escoamento para bares e mercados.

O que muda para bares, restaurantes e distribuidores

Estabelecimentos precisam reforçar o controle de fornecedores. Exigir nota fiscal, checar lotes e registrar entradas reduz o risco de receber mercadoria contaminada. O treinamento de equipe ajuda o garçom e o bartender a identificar inconsistências no momento da abertura da garrafa. Quem vende bebida adulterada responde na esfera penal e administrativa, mesmo se alegar desconhecimento.

Como agir se você suspeitar de falsificação

O consumidor tem papel decisivo para interromper a cadeia. Atitudes rápidas preservam evidências e evitam novos danos.

  • Interrompa o consumo ao notar sabor, odor ou coloração incomuns.
  • Guarde a garrafa, a nota fiscal e registre fotos do rótulo, do lacre e do conteúdo.
  • Procure atendimento médico se sentir tontura, náusea, visão turva ou ardor intenso.
  • Comunique o estabelecimento e registre reclamação no órgão de defesa do consumidor da sua cidade.
  • Faça denúncia anônima no 181 (Disque Denúncia) e informe o máximo de detalhes.

Penas previstas e enquadramentos comuns

Quem falsifica, adultera ou vende bebida imprópria pode responder por crime contra a saúde pública, previsto no Código Penal, com pena de reclusão e multa. A conduta ainda pode envolver receptação, associação criminosa e crimes contra as relações de consumo. Em casos com lesão à saúde, a responsabilização se agrava. A Justiça costuma determinar perda de maquinário e do estoque adulterado.

Impacto para o mercado e para o Estado

Fraudes desse tipo deslocam vendas do comércio regular e pressionam margens de bares e distribuidores idôneos. O Estado perde arrecadação. Marcas legítimas enfrentam reclamações indevidas quando alguém associa efeitos adversos a um rótulo falsificado. O consumidor acaba pagando duas vezes: pelo risco à saúde e pelo desequilíbrio de preços que a concorrência desleal provoca.

Perguntas que surgem agora

  • Como ficam os consumidores que compraram os lotes? Eles podem buscar substituição, reembolso e reparação por danos materiais e morais, com base no Código de Defesa do Consumidor.
  • Os estabelecimentos envolvidos voltam a operar? A retomada depende de laudos, fiscalização sanitária e decisão judicial.
  • Haverá novas fases? A investigação segue ativa, com análise de provas, rastreamento de notas e de rotas logísticas.

Guia rápido para não cair em ciladas

Prefira pontos de venda com procedência conhecida e guarde a nota fiscal. Compare o rótulo com imagens do fabricante. Observe o acabamento do vidro, do lacre e da tampa. Desconfie de promoções agressivas de destilados premium. Em bares, peça para ver a abertura da garrafa. Em eventos, avalie a organização e o controle de estoque.

Saúde em primeiro lugar

Adulteração pode incluir metanol e solventes. A ingestão de pequenas quantidades já traz risco. Dor de cabeça intensa, vômito, visão dupla e confusão são sinais de alerta. Procure atendimento e leve a embalagem para análise. Relatar casos ajuda a mapear rotas do produto falsificado.

Proteção começa no hábito: informação, desconfiança saudável e registro de nota fiscal reduzem o risco no copo.

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