Uma fiscalização surpresa no centro mudou a rotina de passageiros rumo ao Parolin e reacendeu o debate sobre fraudes. Enquanto ônibus lotavam a canaleta, equipes cercaram pontos estratégicos e testaram novas barreiras contra a evasão.
A ação, discreta e rápida, colocou holofotes sobre um velho problema: o calote no transporte coletivo. A prefeitura intensificou a repressão e, ao mesmo tempo, corre para reduzir brechas físicas nas estações-tubo.
Como a ação aconteceu
Na manhã de quinta-feira, 06 de novembro, equipes da Secretaria Municipal de Defesa Social e Trânsito monitoraram a linha Alferes Poli, que liga a Praça Rui Barbosa à Avenida da República, no Parolin. Agentes identificaram embarques sem pagamento ainda na praça, ponto de grande fluxo no centro de Curitiba.
Minutos depois, já na canaleta da Rua Alferes Poli, o ônibus recebeu o sinal para parada e as equipes iniciaram as abordagens. O planejamento valorizou rapidez e segurança, reduzindo riscos a passageiros e trabalhadores do sistema.
Flagrante em série: 37 pessoas foram detidas por não pagar a passagem na linha Alferes Poli.
- Monitoramento prévio na Praça Rui Barbosa por equipes de inteligência.
- Confirmação de embarques irregulares e deslocamento do coletivo para ponto seguro na canaleta.
- Abordagem coordenada, identificação dos suspeitos e encaminhamento ao 1º Distrito Policial.
Quem participou
A operação reuniu o Departamento de Inteligência (DTI), a Patrulha de Proteção ao Transporte Coletivo, o Grupo de Operações Especiais (GOE), o Grupo de Operações com Cães (GOC), a Guarda Municipal, a Polícia Civil e fiscais da Urbs. O conjunto ampliou a capacidade de verificação, garantiu suporte tático e assegurou a cadeia de custódia nas conduções.
Base legal e encaminhamentos
Os detidos foram levados ao 1º Distrito Policial. Eles responderão com base no Artigo 176 do Código Penal, que prevê detenção ou multa para quem utiliza transporte sem pagar. A autoridade policial formaliza os autos, e o Ministério Público analisa os casos para eventual denúncia, considerando circunstâncias e antecedentes.
Usar serviço público de transporte sem pagar pode resultar em detenção ou multa, conforme o Código Penal.
Prejuízo ao sistema e barreiras físicas
A Urbs estima que o calote gerou perdas de R$ 7,5 milhões neste ano. A evasão fragiliza o caixa do sistema, pressiona o equilíbrio tarifário e aumenta a dependência de subsídios. Para cortar o problema na origem, a prefeitura iniciou a instalação de barreiras de aço em 62 estações-tubo.
As estruturas dificultam saltos por frestas e entradas pelas portas de saída. A meta é fechar rotas de acesso irregular e reduzir a necessidade de grandes operações repressivas, que consomem pessoal e orçamento.
62 estações-tubo receberão barreiras de aço para reduzir entradas irregulares e perdas de R$ 7,5 milhões.
| Indicador | Número |
|---|---|
| Pessoas presas no dia 06/11 | 37 |
| Adultos presos em 2025 | 65 |
| Menores apreendidos em 2025 | 76 |
| Estações-tubo com barreiras previstas | 62 |
| Prejuízo estimado no ano | R$ 7,5 milhões |
Onde o calote costuma ocorrer
Os pontos com maior fluxo de passageiros, como a Praça Rui Barbosa, concentram tentativas de embarque irregular. Em horários de pico, a lotação facilita brechas nas portas. Em algumas estações, vãos entre o corpo da estação e o veículo viram rota para quem tenta pular a catraca ou burlar a validação.
Em canaletas com circulação exclusiva, o espaço confinado permite abordagem rápida e segura, razão pela qual muitas ações se concluem poucos metros após o embarque irregular.
Números das operações em 2025
Com a ação desta quinta, o acumulado do ano chegou a 65 adultos presos e 76 menores apreendidos nas operações contra furto de tarifa. Os dados indicam uma pressão permanente sobre o sistema e um perfil variado de ocorrências, que vai de grupos que combinam a burla até casos individuais de oportunidade.
Impacto para quem paga a tarifa
Quando o sistema perde receita, a conta se espalha. Menos dinheiro em caixa atrasa renovações de frota, encarece a operação e pressiona repasses públicos. O usuário regular sente no tempo de espera, na frequência e na qualidade do serviço. Medidas tecnológicas e barreiras físicas trazem retorno direto para quem valida a passagem.
O que muda para o usuário
As novas barreiras vão exigir circulação ordenada nas estações-tubo, com filas mais definidas e controle de acesso uniforme. Abordagens em campo devem focar linhas e horários críticos, mas a tendência é deslocar o esforço para prevenção, diminuindo confrontos a bordo.
- Valide o cartão antes de avançar para a área paga da estação.
- Evite seguir grupos que tentam empurrões coordenados nas portas.
- Guarde documentos; operações costumam solicitar identificação.
- Percebendo risco, espere o próximo ônibus e busque orientação do fiscal.
Entenda termos da operação
Estação-tubo é o ponto de embarque fechado, com nível igual ao do ônibus, que agiliza a entrada. Canaleta é a via exclusiva para o transporte coletivo, usada para garantir fluidez e permitir ações de abordagem mais seguras.
Fura-catraca é o passageiro que tenta acessar o ônibus sem validação, por salto, empurrão coordenado ou uso de brechas na estrutura. A prática viola a legislação e pode gerar detenção ou multa.
Informações úteis para evitar dor de cabeça
Regularize o meio de pagamento com antecedência. Carregue saldo, verifique o funcionamento do cartão e mantenha comprovação de compra. Em caso de falha no validador, sinalize ao cobrador ou ao motorista e aguarde orientação, evitando entrar na área paga sem registro.
Quem testemunhar riscos à segurança pode reportar aos fiscais da Urbs ou à Guarda Municipal nas próprias estações. Relatos detalhados sobre locais, horários e padrão de ocorrência ajudam a direcionar futuras operações e a priorizar pontos para receber barreiras físicas.


