Paraibuna vai lotar o coreto: você vai perder o show grátis das Choronas 30 anos às 17h no sábado?

Paraibuna vai lotar o coreto: você vai perder o show grátis das Choronas 30 anos às 17h no sábado?

Um fim de tarde diferente, no coração de Paraibuna, promete música de qualidade, memória afetiva e participação da vizinhança.

Mulheres que transformaram o choro em ponto de encontro voltam à estrada e fazem parada na cidade. A data reúne palco, formação musical e acessibilidade, com programação pensada para famílias, jovens músicos e veteranos das rodas.

Choronas celebra três décadas em praça pública

O grupo Choronas leva sua turnê de 30 anos a Paraibuna neste sábado, às 17h, no Coreto da Praça da Matriz. A apresentação é gratuita e marca uma rara chance de assistir, ao ar livre, a um repertório que conecta tradição e contemporaneidade.

Show gratuito às 17h no Coreto da Praça da Matriz. Oficina aberta à comunidade às 15h, no Salão Nobre da Fundação Cultural Benedicto Siqueira Silva. Em caso de chuva, o show migra para o salão na Praça Monsenhor Ernesto Almírio Arantes, 64.

O formato do evento favorece a convivência. Quem chega mais cedo participa da oficina, entende melhor a linguagem e, na sequência, ouve as peças no show com outros ouvidos. A proposta cria ponte entre curiosos, estudantes e públicos já iniciados.

Repertório que valoriza autoria e história

O programa circula por composições próprias, clássicos que moldaram o gênero e homenagens a nomes fundamentais. O tributo a Chiquinha Gonzaga, Dona Ivone Lara e Anastácia reforça a presença feminina como força criativa e não apenas como exceção na música instrumental brasileira.

Arranjos cuidadosos, cadências de polca, maxixe e samba-choro aparecem com novas cores. O caráter camerístico do conjunto ressalta contrapontos, respostas entre sopro e cordas e a malandragem rítmica da percussão.

Quem está no palco

As Choronas têm formação estável e trajetória sólida desde 1995, em São Paulo. A equipe atual reúne:

  • Ana Claudia César — cavaco, condução harmônica e levadas precisas.
  • Paola Picherzky — violão de sete cordas, linhas graves e baixarias inventivas.
  • Miriam Cápua — percussão, acentos, pandeiro e sutilezas de dinâmica.
  • Cibele Palopoli — flauta transversal, melodia e improvisos límpidos.

Nessas três décadas, o grupo lançou seis álbuns, circulou pelo Brasil e fez turnês internacionais. Uma das viagens ao Leste Europeu ocorreu a convite da Embaixada do Brasil, sinal de reconhecimento dentro e fora do país.

Oficina às 15h: porta de entrada para a roda

A atividade formativa começa às 15h no Salão Nobre da Fundação Cultural. O encontro apresenta noções de ritmo, forma e linguagem do choro, com escuta guiada e prática coletiva. A oficina é aberta à comunidade e acolhe quem nunca teve contato com o gênero.

Chegue cedo, leve seu instrumento e agua. A oficina tem caráter introdutório e favorece participação de iniciantes.

Para quem já toca, vale revisar escalas, arpejos e leitura de cifras. O grupo costuma trabalhar a comunicação entre naipes — quem sustenta a harmonia, quem carrega a melodia, quem desenha o contraponto — e mostra como pequenos ajustes elevam a execução coletiva.

Acessibilidade garantida na turnê

A turnê “Choronas 30 anos — Elas na Roda” percorre oito cidades do interior paulista com apresentações didáticas. A equipe prevê intérpretes de Libras e agentes de acessibilidade, além de estrutura adaptada para diferentes públicos. A intenção é reduzir barreiras e ampliar a participação de pessoas com deficiência em todas as atividades.

Serviço e programação

Atividade Horário Local Preço
Oficina de choro 15h Salão Nobre da Fundação Cultural Benedicto Siqueira Silva Gratuito
Show Choronas 30 anos 17h Coreto da Praça da Matriz (transferência para o salão em caso de chuva) Gratuito

Como se organizar para aproveitar melhor

  • Chegada: programe-se para alcançar a praça com 30 a 40 minutos de antecedência.
  • Conforto: leve água, protetor solar, capa de chuva e uma canga ou banquinho.
  • Instrumentos: violão, cavaquinho, flauta, pandeiro e bandolim são bem-vindos na oficina.
  • Acessibilidade: procure os agentes identificados para orientação e recursos de apoio.
  • Clima: se chover, o show passa para o salão da Fundação Cultural no mesmo endereço.

Por que esse encontro interessa a você

O choro é frequentemente apontado como o primeiro gênero urbano popular do Brasil. Ele nasce do convívio entre referências europeias e africanas, cria sotaque próprio e abre espaço para improviso. Ouvir ao vivo ajuda a perceber diálogos entre melodia e acompanhamento, pausas e rubatos que o disco raramente entrega.

Há também uma dimensão simbólica. O nome da turnê — “Elas na roda” — desloca o olhar para a participação feminina. Durante muito tempo, as rodas ficaram marcadas por presença masculina majoritária. Ver mulheres conduzindo arranjos, improvisando e liderando grupos amplia repertórios e referências para novas gerações.

Trinta anos de estrada com seis discos, turnês nacionais e internacionais e um compromisso: manter o choro vivo, acessível e plural.

Para quem quer começar no choro

Um caminho simples inclui três passos práticos. Primeiro, ouvir gravações de mestres como Pixinguinha, Ernesto Nazareth e Jacob do Bandolim para absorver articulação e acentos. Segundo, estudar levadas básicas — especialmente para pandeiro, cavaquinho e violão de sete cordas — com metrônomo e atenção à subdivisão. Terceiro, tocar em grupo, mesmo devagar, para aprender a escutar o colega e ajustar balanço.

Na oficina, anote padrões de acompanhamento, repare nas baixarias do sete cordas e tente cantar a melodia antes de tocar. Essa prática afina percepção e torna a execução mais fluida. Se você não toca, vale observar a dinâmica entre os instrumentos; identificar quem conduz e quem responde já torna a escuta mais rica.

Trajetória e legado

As Choronas surgiram em 1995, em São Paulo, e constroem um percurso que combina pesquisa e palco. O grupo dialoga com partituras históricas, recupera compositoras pouco lembradas e apresenta peças próprias. A coerência da formação, sem trocas constantes de integrantes, reforça identidade e coesão sonora.

Paraibuna ganha, assim, um encontro que junta celebração e aprendizado, sem barreiras de ingresso e com cuidado para acolher públicos variados. Quem participar volta para casa com repertório renovado, dicas de prática e vontade de seguir na roda. Para quem só quer curtir, o coreto oferece o cenário certo: música ao cair da tarde, amigos por perto e uma tradição que segue pulsando.

Leave a Comment

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *