Parque Ibirapuera vira palco de Halloween científico: você aguenta 40 min no escuro do planetário?

Parque Ibirapuera vira palco de Halloween científico: você aguenta 40 min no escuro do planetário?

Noite de mistério, ciência e frio na barriga toma forma sob uma cúpula estrelada no coração de São Paulo.

Uma sessão especial no Planetário Ibirapuera propõe ver o espaço de outro jeito: não pela luz, mas pelo escuro que o cerca.

Halloween científico no Parque Ibirapuera

O Parque Ibirapuera recebe, neste sábado (1º/11), uma experiência temática de Halloween que une curiosidade e suspense em linguagem acessível. A sessão “Quem tem medo do escuro?” acontece no Planetário Ibirapuera, às 19h, e coloca o público frente a frente com a parte menos iluminada do cosmos. A condução fica por conta do astrofísico Marcelo Rubinho, que transforma conceitos complexos em imagens e comparações compreensíveis.

A proposta inverte a lógica comum: em vez de seguir a luz das estrelas, a narrativa investiga o que a escuridão esconde.

O que está em cena

Debaixo da cúpula, a jornada usa projeções astronômicas para contextualizar fenômenos como buracos negros, planetas pouco iluminados e o destino final das estrelas. A cada tópico, surgem conexões com mitos que atravessam culturas, mostrando como o medo do escuro moldou histórias e também levantou perguntas que levaram à ciência moderna.

O roteiro dura 40 minutos. A classificação indicativa é para maiores de 14 anos, com acesso liberado a menores acompanhados de responsáveis. Os ingressos custam R$ 36,00 (inteira) e R$ 18,00 (meia), conforme a legislação vigente.

Ciência e entretenimento caminham juntos para transformar a noite de Halloween em um convite à curiosidade informada.

Por que a escuridão importa na astronomia

Observar aquilo que não emite luz direta sempre foi um desafio. Mesmo assim, astrônomos medem o “escuro” por meio de pistas indiretas. O trânsito de um planeta diante de sua estrela reduz levemente o brilho observado. O gás frio revela-se em ondas de rádio. Restos de supernovas aparecem no infravermelho. Até a sombra de um buraco negro pode ser inferida pelos efeitos que impõe ao espaço ao redor.

  • Buracos negros: detectados pelos efeitos gravitacionais e pela radiação de matéria aquecida no entorno;
  • Planetas pouco iluminados: percebidos por quedas mínimas de brilho e variações no espectro da estrela;
  • Finais de vida estelar: analisados por nebulosas planetárias, pulsares e supernovas remanescentes;
  • Regiões frias: estudadas em rádio e infravermelho, faixas que atravessam poeira cósmica;
  • Estruturas invisíveis: o “vazio” também organiza galáxias, revelado por mapas de distribuição de matéria.

Esse conjunto de métodos mostra uma ideia central: para entender o espaço, olhar somente para a luz não basta. A ausência de claridade traz informação. A sessão aproveita o clima de Halloween para tratar desse tema com humor, metáforas e um toque de suspense.

Como será a experiência sob a cúpula

O planetário oferece um ambiente controlado, com escuro profundo e projeções panorâmicas. A sensação de amplitude ajuda a visualizar escalas e distâncias que não cabem em telas planas. A narrativa alterna momentos mais contemplativos e trechos com ritmo ágil para manter a atenção. O público acompanha uma linha do tempo que vai da formação de sistemas a estágios finais de estrelas, sempre ressaltando o papel da escuridão nessas transições.

Quem não está habituado a ambientes escuros prolongados pode escolher assentos próximos às saídas. Levar agasalho leve costuma ser uma boa ideia, já que a temperatura interna tende a ser amena. Celulares permanecem guardados, tanto para preservar a imersão quanto para não afetar a adaptação do olho ao escuro.

Adaptação ao escuro leva alguns minutos. Depois disso, detalhes sutis da projeção ganham contraste e profundidade.

Serviço e informações práticas

Data e horário Sábado, 1º de novembro, às 19h
Local Planetário Ibirapuera, no Parque Ibirapuera, São Paulo
Duração 40 minutos
Classificação Recomendado para maiores de 14 anos (menores com responsáveis)
Ingressos R$ 36,00 (inteira) e R$ 18,00 (meia-entrada)
Condução Astrofísico Marcelo Rubinho
Organização Urbia, gestora do Parque Ibirapuera

O que você aprende sem perceber

A sessão funciona como uma aula ao vivo, mas com linguagem de espetáculo. O público sai com noções sólidas sobre como a ciência testa hipóteses quando faltam dados visíveis. Entende-se o papel dos telescópios que “veem” além do espectro visível e a lógica por trás de medidas indiretas. A conexão com lendas e medos noturnos ajuda a colocar as descobertas em perspectiva cultural.

Para famílias com adolescentes, a experiência abre espaço para boas conversas. Tema para depois da sessão: por que tendemos a temer o que não enxergamos e como esse medo pode virar ferramenta de investigação quando bem encaminhado?

Dicas para aproveitar melhor

  • Chegue com 20 minutos de antecedência para acomodação tranquila;
  • Evite luz de telas antes e durante a sessão para manter a adaptação visual;
  • Hidrate-se previamente; a ideia é minimizar saídas no meio da apresentação;
  • Se estiver com crianças, explique que o ambiente ficará bem escuro por alguns minutos;
  • Guarde perguntas para o final, quando houver orientações da equipe.

Por que eventos assim ganham força em São Paulo

A temporada de Halloween virou janela para atividades que unem entretenimento e conhecimento. Em grandes cidades, experiências imersivas ajudam a renovar o interesse por temas de ciência. No caso do Ibirapuera, o planetário funciona como ponto de acesso democrático a conteúdos astronômicos, com linguagem clara e preços alinhados ao público geral. A Urbia incluiu a sessão na programação cultural de novembro para estimular a aproximação com a astronomia por vias sensoriais e narrativas cativantes.

Quando o medo vira pergunta, o escuro deixa de ser ameaça e se transforma em dado científico.

Conteúdo, segurança e acessibilidade

O ambiente é fechado e escurecido, com projeções de alta nitidez. Pessoas sensíveis a escuro profundo, sons pontuais ou estímulos visuais extensos podem preferir assentos próximos às laterais. A meia-entrada segue as regras da legislação brasileira aplicável, com apresentação de documentação quando solicitada. Como a sessão dura 40 minutos, recomenda-se planejar idas ao banheiro antes do início.

Para levar além do planetário

Ficou o gostinho de querer entender melhor o “lado escuro” da ciência? Em casa, dá para reproduzir um exercício simples: apague as luzes e, com uma lanterna, observe como objetos ganham formas diferentes quando recebem apenas feixes oblíquos. A ideia é perceber como a sombra revela volumes que a luz frontal esconde. Esse princípio, levado ao extremo, ajuda a entender por que métodos indiretos contam tanto na astronomia.

Outra atividade complementar envolve o céu noturno a olho nu. Mesmo em áreas urbanas, a observação de fases da Lua, conjunções de planetas brilhantes e passagens da Estação Espacial Internacional mostra que a noite guarda movimentos previsíveis. Mapas celestes impressos — usados sob luz fraca e direcionada para não perder a adaptação — ampliam a experiência e fomentam a curiosidade em família.

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