Turistas pararam na areia quando uma cena inesperada mudou o humor de um dia cinza no litoral paulista.
O que começou como uma caminhada discreta com cinco golden retrievers virou correria, risos e um vídeo que ganhou a internet. À frente do grupo estava Bob, morador de São Paulo, acompanhado por quatro amigos da mesma raça. Bastou a primeira visão das ondas para que a energia aumentasse e a calmaria ficasse para trás.
O dia que começou calmo
Os tutores escolheram a praia para um passeio rápido, sem sol e com aquele vento frio que bate no rosto. A ideia era manter as guias, caminhar pela areia firme e voltar para casa sem molhar os pelos. Parecia simples até os cinco dourados encararem o mar e perderem o autocontrole de felicidade.
Em segundos, o plano desandou. As guias esticaram, as patinhas aceleraram, e a turma inteira foi arrastando seus humanos rumo à água. Entre tropeços e gargalhadas, teve tutor no chão e tênis coberto de areia. Os cães pararam na beira, como se medissem até onde podiam ir, e contiveram o impulso de mergulhar. O recado ficou dado: quando o mar chama, um golden atende.
O passeio terminou sem mergulho, mas com uma mensagem clara: energia acumulada e mar à vista formam um convite irresistível para um golden.
Por que goldens amam água
O golden retriever nasceu para nadar. A raça surgiu no século XIX, na Escócia, selecionada para recuperar aves abatidas em lagos e rios. Essa origem moldou o corpo e o comportamento que tanta gente vê nas praias brasileiras.
- Pelo duplo e mais resistente à água, que ajuda a conservar o calor.
- Membranas entre os dedos, criando “remadas” mais eficientes.
- Foco e persistência típicos de cães de trabalho, que se traduzem em determinação.
- Curiosidade alta e gosto por brincadeiras, perfeitos para ambientes com estímulo aquático.
Sinais de excitação e como agir
Quando um golden avista o mar, alguns sinais antecedem a arrancada: orelhas atentas, cauda alta, tração constante na guia e olhar fixo nas ondas. O tutor pode reduzir riscos com medidas simples.
- Use peitoral com dois pontos de fixação para distribuir a força.
- Mantenha a guia curta nos primeiros minutos, até a empolgação baixar.
- Reforce comandos curtos: “junto”, “senta”, “espera”. Treine fora do contexto da praia.
- Antecipe a direção: caminhe em zigue-zague para quebrar a linha reta rumo ao mar.
- Faça pausas a cada 10 minutos e ofereça água potável para reduzir a ingestão de água do mar.
- Cheque correnteza, buracos e presença de águas-vivas antes de liberar qualquer aproximação.
| Situação | Risco | Conduta recomendada |
|---|---|---|
| Dia frio e vento forte | Hipotermia após umidade | Evite banho, seque as patas, use toalha de microfibra |
| Ondas quebrando forte | Arrasto e ingestão de água | Mantenha na beira, treine na maré baixa |
| Areia muito quente | Queimadura de coxins | Prefira início da manhã ou fim da tarde |
| Praia com muita gente | Choques com banhistas e outros cães | Peitoral, guia curta e zona de baixa circulação |
O vídeo que viralizou
O momento de euforia foi gravado e publicado no Instagram de Bob em 9 de setembro. Em poucas horas, o clipe alcançou grande alcance, virou tema de comentários bem-humorados e superou a marca de 1 milhão de visualizações. A audiência se identificou com a cena: quem já segurou um golden diante das ondas sabe o que é disputar a direção do passeio com um nadador nato.
Publicação de 9 de setembro, mais de 1 milhão de visualizações e milhares de interações em poucas horas.
Nos comentários, tutores de todo o país relataram episódios parecidos: puxões em massa quando a espuma brilha, tentativas de “negociar” com petiscos, e corridas em bloco que terminam com humanos sentados na areia, rindo da própria derrota.
Outros “peixinhos dourados” que ganharam as redes
Jake, o nova-iorquino que virou nadador de quintal
Em Nova York, Jake, um golden de um ano, ficou conhecido por atravessar o cercado e mergulhar na piscina do vizinho. O vídeo, postado em 20 de setembro de 2023, somou quase meio milhão de visualizações e consolidou a fama do filhote destemido. A cena é um retrato do instinto: mesmo com vista para o mar, a piscina do lado parecia uma missão mais fácil e, para ele, irresistível.
Alfredo, o “Peixão Dourado do Pantanal”
Em Dourados (MS), Alfredo conquistou quase um milhão de seguidores e o título de “Pet do Ano” no iBest 2025. Em uma gravação que ultrapassou 25 milhões de visualizações, ele finge obedecer, espera o momento certo e salta para a água. A combinação de carisma, teimosia e amor por piscina transformou o cão em referência quando o assunto é diversão aquática.
Quando a água está por perto, o comportamento natural do golden sobe à superfície: foco, energia e um desejo irresistível de nadar.
Guia rápido para um dia de praia com goldens
- Planeje o horário: prefira maré baixa e temperatura amena.
- Equipe básica: peitoral reforçado, guia de 2 a 3 metros, saquinho para resíduos, água fresca e toalha.
- Regras locais: cheque se a praia permite cães e se exige guia em tempo integral.
- Higiene: enxágue com água doce ao final para remover sal e areia, secando bem as orelhas.
- Saúde: atualize antipulgas e vermífugos; a areia pode esconder parasitas.
- Treino: simule “chegar ao mar” em parques, reforçando comandos antes do primeiro banho.
Quando dizer “hoje, não”
- Correnteza visível e bandeira vermelha na faixa de areia.
- Feridas, otite em tratamento ou vacinação recente.
- Superlotação e presença de objetos cortantes na areia.
- Temperatura muito baixa, especialmente com vento constante.
O que essa cena ensina aos tutores
A história de Bob e seus amigos mostra como antecipar estímulos ajuda a evitar sustos. Diante do mar, um conjunto de pequenas decisões muda tudo: onde andar, quando frear, como redirecionar a atenção e que limites estabelecer. O uso de equipamento correto e a leitura de sinais corporais reduzem puxões, quedas e frustrações, sem apagar a alegria do encontro entre cão e água.
Para quem deseja dar o próximo passo, vale estabelecer metas: caminhar cinco minutos com guia folgada antes de qualquer aproximação da água; treinar “fica” a três metros da espuma; praticar “volta” com recompensa alta. Ao transformar a praia em uma sequência previsível de tarefas, o tutor ganha controle e o cão ganha segurança.
Energia canalizada não diminui a diversão: ela transforma um impulso incontrolável em uma experiência segura e memorável.
Também compensa conhecer o lado fisiológico. O pelo duplo retém umidade; secar bem evita dermatites. A membrana interdigital facilita o nado, mas a areia pode irritar os coxins; inspeções rápidas previnem fissuras. Em dias frios, a vibração muscular após o banho pode sinalizar queda de temperatura; cobrir o cão com toalha e oferecer abrigo corta o desconforto.
Se a praia da sua cidade restringe o acesso, substitua o mar por estímulos controlados: nadadeiras flutuantes em lago seguro, mangueira com jatos leves, piscinas caninas com monitoramento. O objetivo é o mesmo que mobilizou Bob e turma diante das ondas: gastar energia com propósito, sem perder de vista o bem-estar e a segurança de todos na areia.


