Prometida no governo Yeda, rodovia de 43 km vai sair até 2035: sua cidade está no traçado?

Prometida no governo Yeda, rodovia de 43 km vai sair até 2035: sua cidade está no traçado?

Moradores e motoristas da Região Metropolitana esperam alívio no trânsito diário. Um corredor novo promete redistribuir o fluxo e encurtar deslocamentos.

Depois de anos de projetos travados, o plano volta à mesa com datas, fases e um traçado detalhado. O Estado mira 2035 para entregar a nova ligação viária e desafogar BR-116, BR-290 e vias urbanas saturadas.

O que muda com a nova rodovia

O governo estadual retomou a implantação de uma rodovia de aproximadamente 43 km, prometida originalmente no período da ex-governadora Yeda Crusius. A via formará um arco na Região Metropolitana de Porto Alegre, conectando a Freeway (BR-290), em Cachoeirinha, ao eixo da BR-116, na altura de Sapucaia do Sul/Esteio, com um ramal em direção a Viamão para enlace com a ERS-040. O objetivo central é redistribuir o tráfego de longa distância e retirar parte do fluxo pesado das rotas urbanas.

Entrega prevista para 2035, em três etapas de obras, com licenciamento e concessão no caminho.

O traçado prioriza áreas já impactadas e eixos industriais, como o entorno do polo automotivo de Gravataí, e cria novas saídas para bairros de Alvorada e Viamão. O projeto prevê interseções desniveladas, marginais em trechos urbanos e medidas de drenagem dimensionadas para cheias mais intensas.

Veja o traçado previsto, trecho a trecho

O anteprojeto divide a rodovia em três segmentos operacionais. A descrição abaixo resume as conexões principais e a função de cada parte do corredor.

Segmento Extensão aproximada Pontos de conexão Função
BR-290 (Cachoeirinha) – Distrito Industrial de Gravataí 12 km BR-290, vias municipais de Cachoeirinha, acesso a Gravataí Alternativa à Freeway para cargas e ligação rápida ao polo industrial
Distrito Industrial – BR-116 (Sapucaia do Sul/Esteio) 15 km Conexões com eixos que levam à ERS-118 e à BR-116 Bypass metropolitano para quem cruza a região sem entrar em áreas centrais
Enlace metropolitano – ERS-040 (Viamão) 16 km ERS-040 e vias estruturais de Viamão e Alvorada Nova porta de entrada ao Litoral Norte e opção para deslocamentos urbanos

O corredor mira reduzir tempos de viagem em 20 a 35 minutos nos horários de pico, segundo simulações iniciais.

Cronograma e etapas até 2035

O Estado trabalha com uma modelagem de parceria com a iniciativa privada, sob contrato de longo prazo. A projeção atual indica leilão após a emissão da licença prévia, com obras escalonadas conforme a demanda e o avanço do licenciamento executivo.

As fases planejadas

  • 2025: estudos ambientais completos e consulta pública do EIA-Rima.
  • 2026: obtenção de licença prévia e lançamento do edital de concessão.
  • 2027: assinatura do contrato, projetos detalhados e início das frentes de serviços.
  • 2027–2029: terraplenagem, drenagem, obras de arte e desvios temporários.
  • 2029–2032: viadutos, pontes, marginais e dispositivos de segurança.
  • 2032–2035: pavimentação final, sinalização, iluminação e entrega por trechos.

A entrega parcial por subtrechos deve começar antes do prazo final. O segmento entre a BR-290 e o distrito industrial de Gravataí tende a ser o primeiro a operar, por concentrar alta demanda de cargas e apresentar menos interferências fundiárias.

Quanto vai custar e quem paga a conta

A modelagem preliminar indica capex bilionário, com remuneração por pedágio e metas de nível de serviço. A tarifa inicial estimada para veículos leves pretende ficar abaixo do que se cobra hoje em rodovias concedidas do entorno, com descontos por tags e programas de usuário frequente. O contrato deve amarrar padrões de pavimento, prazos de atendimento e obras complementares.

O desenho financeiro combina capex privado, pedágios, metas de desempenho e obras obrigatórias no início da concessão.

O poder concedente planeja um pacote de investimentos mandatórios nos primeiros cinco anos, priorizando as ligações críticas e os pontos de maior sinistralidade. Passarelas, baias de ônibus e acostamentos contínuos entram no rol de exigências do caderno de encargos.

Impactos para quem vive e trabalha no trajeto

O traçado atravessa áreas com moradias, comércios e sítios industriais. O Estado mapeia imóveis sujeitos a desapropriação e negociações diretas. Famílias em situação de vulnerabilidade social devem receber atendimento específico, com reassentamento e aluguel social temporário quando cabível. Empresas situadas nas faixas de domínio terão acesso a rotas de serviço e frentes de obra com janelas reduzidas, para não paralisar operações.

Trânsito, ruído e segurança viária

Nos bairros próximos aos acessos, a rodovia tende a reconfigurar o fluxo. A previsão inclui barreiras acústicas em trechos residenciais, lombofaixas em vias locais conectadas às marginais e cruzamentos semaforizados com tempo inteligente. No eixo principal, os dispositivos serão em desnível para reduzir conflitos e batidas laterais.

Ambiental: como o projeto pretende lidar com áreas sensíveis

O corredor passa perto de banhados e cursos d’água que exigem atenção. O anteprojeto reserva faixas de proteção e eleva a cota de pontes em pontos suscetíveis a alagamentos. O licenciamento exigirá monitoramento de fauna, travessias secas para animais e controle de sedimentos durante as obras. A drenagem receberá bacias de detenção e filtros para reduzir a turbidez lançada nos arroios.

O que você pode esperar no dia a dia

Para quem depende da BR-116 no trecho Sapucaia/Esteio, a nova via cria uma alternativa nos horários de pico e reduz a pressão sobre acessos urbanos. Para motoristas da Freeway que seguem a polos industriais do Vale do Sinos, o atalho evita travessias internas. Linhas intermunicipais podem migrar para o novo eixo, com redução de atrasos crônicos.

  • Rotas de caminhões deixam avenidas de bairro mais livres.
  • Deslocamentos entre Viamão, Alvorada, Gravataí e Cachoeirinha ganham trajetos diretos.
  • Acidentes por conversões irregulares tendem a cair com os viadutos.
  • Transporte coletivo pode ocupar corredor dedicado em trechos urbanos.

Perguntas que ainda cercam o projeto

A licitação depende do ritmo do licenciamento ambiental. O desenho final de praças de pedágio pode mudar após as audiências públicas. O número de imóveis a desapropriar só fecha com o projeto executivo. E o preço do aço, do cimento e do asfalto influencia o cronograma, já que reajustes impactam frentes de obra simultâneas.

Como acompanhar e participar

Moradores e empresários das áreas lindeiras podem contribuir nas consultas e audiências. Sugestões de acessos, passarelas e rotas de serviço costumam entrar nos ajustes do projeto. Quem tem imóvel atingido deve acompanhar o cadastro socioeconômico, que define indenizações e programas de reassentamento.

Informações práticas para o leitor

Para planejar deslocamentos ao longo dos próximos anos, vale considerar etapas de obra e desvios programados. Empresas que dependem de janela logística podem negociar horários fora de pico e contratar monitoramento de tráfego para ajustar rotas dinâmicas. Motoristas que usam tags terão descontos progressivos nos pedágios quando a via abrir, segundo a modelagem em discussão.

O anteprojeto reserva faixas para ciclovia e corredor de ônibus em trechos urbanos. Esse arranjo cria alternativas de mobilidade a baixo custo por quilômetro e reduz a dependência do carro em percursos curtos. Em cenários de chuvas extremas, as obras de drenagem e os dispositivos de elevação da pista buscam manter a trafegabilidade, mas motoristas devem sempre checar alertas climáticos e rotas seguras durante eventos severos.

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