Quebra de ciclos na UnB: você, servidor da PPGE, vai ficar longe desses 3 sinais de virada?

Quebra de ciclos na UnB: você, servidor da PPGE, vai ficar longe desses 3 sinais de virada?

Na UnB, ideias e trajetórias se cruzam. O clima mistura emoção, números duros e caminhos práticos para mudar escolas.

A I Jornada Acadêmica dos Estudantes do PPGDSCI, realizada na Finatec/UnB, levou pesquisa aplicada ao centro do debate público. A assistente social e doutoranda Weila Almeida virou símbolo de uma urgência: qualificar a carreira de Políticas Públicas e Gestão Educacional sem perder de vista a escola real. Quem trabalha na rede sentiu o recado.

Quebra de ciclos vira pauta pública

Weila Almeida atua na Secretaria de Educação do DF, em unidades que atendem estudantes privados de liberdade. A trajetória reúne desafios de classe, maternidade solo e estudos em meio à pandemia. No auditório, a mensagem veio direta: a universidade precisa dialogar com a gestão e com o chão da escola. A carreira PPGE pede valorização com ciência, dados e projeto pedagógico consistente.

O dado que correu o salão chamou atenção. A rede soma mais de 19 mil profissionais da carreira PPGE. O grupo com titulação avançada ainda é pequeno. A pressão por qualificação cresce, e a Jornada funcionou como catalisador.

Mais de 19 mil servidores, apenas 135 mestres e nove doutores na PPGE. O gargalo de titulação virou prioridade.

Ao tomar a palavra, Weila não pediu aplausos. Pediu compromisso. Falou de políticas públicas como trabalho vivo. Defendeu pesquisa que vira prática e política que se sustenta em evidência. O tom engajou docentes, egressos, estudantes, gestores e representantes do poder público presentes.

A pesquisa que chega ao território

A doutoranda integra o grupo Envelhecer Cotidiano, da UnB, sob orientação da professora Leides Moura. O coletivo venceu o isolamento da pandemia com ações culturais e de cuidado, entre elas o projeto Poesia em Tempos de Pandemia, que gerou um e-book e deu visibilidade à produção da comunidade. A audiência reconheceu um ponto-chave: quando a pesquisa vira ação, ela multiplica repertórios na escola e capilariza boas práticas.

Pesquisa aplicada muda rotina: capacita equipes, dá voz aos territórios e fortalece a gestão educacional com evidências.

Sindicato, parlamento e gestão na mesma mesa

O diretor de Formação Sindical e Qualificação Profissional do SAE-DF, José Eudes Oliveira Costa, marcou presença e sinalizou apoio a uma agenda formativa contínua. A mensagem do sindicato foi pragmática: qualificação traz impacto direto no serviço prestado, na carreira e na negociação por melhores condições de trabalho.

Parlamentares e gestores públicos participaram da abertura. O recado convergiu: programas de pós-graduação direcionados a servidores fortalecem políticas públicas e reduzem improviso. Quando a formação dialoga com as demandas reais da rede, o resultado aparece na aprendizagem dos estudantes e na eficiência da gestão.

Agenda e temas centrais

Data Atividade Foco
Terça, 4/11 Abertura e mesas de comunicação oral Relatos de pesquisa, experiências de gestão e colaboração entre unidades
Quarta, 5/11 Conferência e painel internacional Desigualdade educacional (Dr. Adriano Senkevicks, IPEA) e Cooperação Sul-Sul (Itamaraty e ABC)

Mestrado profissional exclusivo para a PPGE

Está em construção, em parceria com a UnB, o primeiro mestrado profissional voltado exclusivamente à carreira PPGE. A proposta mira problemas concretos da rede e produtos técnicos que saem do papel: protocolos, cadernos pedagógicos, indicadores, fluxos de atendimento e modelos de monitoramento.

Mestrado profissional com foco na PPGE cria soluções para a sala de aula, para a escola e para a secretaria.

O movimento tende a acelerar titulações e a criar uma cultura de avaliação contínua de políticas. Para o servidor, significa estudar com o caso real na mão, em tempos definidos e com retorno imediato ao trabalho.

Três sinais de virada que você pode acionar já

  • Defina um problema real da sua unidade e formule uma pergunta de pesquisa prática que caiba em 12 meses.
  • Busque um grupo de pesquisa alinhado ao tema e proponha um produto técnico que sua equipe use no dia a dia.
  • Negocie com a chefia um plano de estudos com metas, entregas e contrapartidas para a escola.

Trabalho e pós-graduação sem colapsar a rotina

Conciliar carga horária, família e estudo exige método. Monte uma semana-tipo e reserve blocos curtos de leitura com objetivos claros. Adote ferramentas simples de gestão de tarefas e compartilhamento de arquivos para envolver a equipe. Crie pares de escrita com colegas para manter ritmo. Em semanas críticas, priorize atividades que destravam as demais, como coleta de dados e reuniões-chave.

Por que a desigualdade educacional entra no centro do debate

A conferência de Adriano Senkevicks (IPEA) joga luz em algo que atravessa todas as redes: a combinação de defasagem idade-série, desigualdade territorial e precariedade de trajetórias formativas. A agenda sugere respostas com base em dados, intervenções focalizadas e avaliação contínua. O servidor da PPGE pode usar esse repertório para calibrar programas de reforço, reorganizar fluxos de atendimento socioeducativo e monitorar metas por escola.

Cooperação Sul-Sul e o que chega à escola

O painel com Itamaraty e Agência Brasileira de Cooperação traz uma pista prática: projetos de cooperação não são assunto distante. Eles podem apoiar formação docente, intercâmbio de tecnologias sociais e soluções de baixo custo para gestão de dados. A escola ganha quando consegue adaptar boas experiências de países com desafios parecidos, como transporte escolar rural, alimentação adequada e reforço de letramento.

O que é a carreira PPGE e onde ela pode avançar

A carreira de Políticas Públicas e Gestão Educacional reúne profissionais que atuam em planejamento, avaliação, assistência estudantil, gestão de pessoas, tecnologia, formação e apoio pedagógico. O avanço passa por três frentes: titulação com foco em produtos, padronização de processos baseada em evidências e rede de apoio entre unidades para troca de soluções.

Riscos, ganhos e como mitigar tropeços

  • Risco de sobrecarga: reduza a variabilidade da semana e proteja dois blocos fixos de estudo.
  • Risco de desalinhamento: antes de iniciar um curso, valide com a chefia como o produto final será aplicado.
  • Ganho de carreira: a titulação pode gerar progressão e gratificação, segundo regras do plano vigente.
  • Ganho institucional: protocolos, dashboards e cadernos técnicos economizam tempo e elevam a qualidade do atendimento.

Como transformar pesquisa em entrega para a rede

Defina indicadores mensais simples (atendimento, evasão, tempo de resposta) e crie um painel acessível para a equipe. Construa um guia de rotinas curto, com fluxos decisórios e checklists. Teste em duas escolas, registre ajustes e publique o material em repositório interno. Esse ciclo curto de produção, teste e ajuste evita gavetas cheias e acelera impacto.

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