R$ 7 milhões na Guilhermina: você vai ter menos alagamentos e ruas novas em Praia Grande?

R$ 7 milhões na Guilhermina: você vai ter menos alagamentos e ruas novas em Praia Grande?

Moradores da Guilhermina convivem com poças, buracos e medo de chuva forte; mudanças prometem mexer com a rotina em breve.

Praia Grande prepara um pacote de intervenções de drenagem e pavimentação na Vila Guilhermina, com investimento previsto de R$ 7 milhões. A expectativa é reduzir pontos de alagamento, recuperar trechos críticos do asfalto e melhorar a segurança viária, sem esquecer calçadas e sinalização. O plano mira ruas residenciais e eixos de circulação de comércio e serviços.

O que está previsto para as ruas do bairro

O pacote combina duas frentes que precisam caminhar juntas: drenagem eficiente e pavimento de qualidade. Sem escoamento adequado, o asfalto estraga rápido; sem base firme, a água não tem por onde ir. A proposta ataca as duas pontas do problema, com intervenções graduais por quadra.

  • Instalação e ampliação de galerias de águas pluviais e ramais de ligação.
  • Novas bocas de lobo, grelhas e poços de visita, com tampas niveladas.
  • Correção de sarjetas, guias e nivelamento para eliminar “lombadas d’água”.
  • Recapeamento asfáltico onde a base ainda é aproveitável e reconstrução total em pontos críticos.
  • Sinalização horizontal e vertical após o asfalto, com atenção a faixas de pedestres.
  • Adequação de calçadas com acessibilidade e rebaixamento de guias em cruzamentos.

R$ 7 milhões direcionados para drenagem e asfalto na Guilhermina sinalizam uma virada contra alagamentos recorrentes.

Em áreas próximas à orla e a avenidas de maior tráfego, a equipe técnica deve priorizar ligações entre as redes existentes, para evitar gargalos. Trechos de vielas e ruas estreitas tendem a receber bocas de lobo adicionais para capturar enxurradas de esquina.

Quando as obras começam e como vão impactar seu dia a dia

Prazos e fases

A execução costuma seguir três momentos: projeto executivo detalhado, contratação via licitação e implantação por frentes de serviço. A janela de obras normalmente privilegia períodos de menor chuva e menor fluxo turístico. A partir da ordem de serviço, a rotina muda no quarteirão: máquinas chegam, pistas fecham, desvios aparecem.

Interdições e rotas alternativas

As quadras entram em sistema “abre e fecha”, para reduzir impacto de longo prazo numa mesma rua. Em vias coletoras, a operação costuma manter uma faixa livre, com operação pare-e-siga. Quem usa carro deve considerar alguns minutos extras no deslocamento. Motociclistas precisam atenção a valas e lombadas temporárias.

Convivência com máquinas

Poeira, ruído e vibração fazem parte do pacote. O cronograma costuma reservar as etapas mais barulhentas para o horário comercial. Vendedores ambulantes e estabelecimentos de alimentação sentem o baque no curto prazo, mas ganham calçadas mais seguras e asfalto regular depois da entrega.

Fasear bem a obra diminui transtornos: quadras curtas, comunicação prévia e sinalização clara são decisivas para o bairro.

Onde o dinheiro será aplicado

A seguir, uma distribuição indicativa de como um investimento urbano deste porte tende a se dividir. Os percentuais podem variar conforme projeto e licitação.

Item Percentual estimado
Drenagem (galerias, bocas de lobo, ligações) 45%
Pavimentação e recapeamento 35%
Sinalização e acessibilidade 10%
Fiscalização, projeto e gestão 5%
Reserva técnica e imprevistos 5%

Primeiro a água encontra caminho; depois o asfalto sela a pista. Inverter essa ordem cobra caro no futuro.

Como a drenagem reduz enchentes

A Guilhermina sofre com um triplo desafio: chuvas intensas de verão, lençol freático alto e maré que pode segurar o escoamento. A solução combina microdrenagem (as redes das ruas) e dispositivos que impedem o retorno da água quando a maré sobe. Válvulas de retenção nas saídas e poços de visita bem dimensionados ajudam a manter o fluxo.

Calçadas e canteiros permeáveis aliviam a rede, permitindo que parte da água infiltre no solo. Guias e sarjetas corrigidas conduzem a enxurrada até as bocas de lobo, reduzindo poças que estragam o pavimento. Galerias com declividade adequada evitam que sedimentos se depositem e entupam o sistema.

O que você pode fazer para ajudar

  • Não descarte lixo ou entulho perto de bocas de lobo; isso entope a rede em minutos.
  • Fotografe e reporte pontos de alagamento recorrentes para orientar a equipe de campo.
  • Mantenha rampas de garagem sem barreiras que desviem água para a calçada do vizinho.
  • Prefira jardins e pisos drenantes no recuo do imóvel, quando possível.

Guia do morador: seus direitos durante a obra

Você tem direito a informação prévia sobre interdições na sua rua, acesso ao imóvel durante a execução, sinalização visível dia e noite e recomposição adequada do pavimento e da calçada após a intervenção. Danos causados por máquinas devem ser registrados e comunicados formalmente, com fotos e protocolos de atendimento.

Empresas contratadas costumam manter um encarregado identificável no trecho. Guarde o contato. Em caso de valas abertas por mais de um dia, exija isolamento e passarelas seguras para pedestres. Em frentes próximas a escolas e unidades de saúde, a prioridade é garantir a travessia segura.

Economia local e valorização

Obras mexem no fluxo de clientes, mas ruas sem buracos, com drenagem funcionando, atraem mais gente a pé e de bicicleta. Entregadores de aplicativo rodam melhor quando a pista está lisa. Com menos poças, o comércio evita lama na entrada e danos a mercadorias em dias de chuva.

Imóveis em ruas que não alagam tendem a valorizar. Proprietários economizam com manutenção de carros e fachadas. No turismo de fim de semana, a experiência do visitante melhora, o que se reflete em hospedagem, alimentação e serviços.

Perguntas que ainda precisam de resposta

  • Quais ruas entram no primeiro ciclo de obras e quais ficam para a etapa seguinte?
  • Qual o cronograma detalhado por quadra, com início e término previstos?
  • De onde vêm os R$ 7 milhões: orçamento municipal, repasse estadual, federal ou emendas parlamentares?
  • Haverá válvulas de retenção nas saídas para canais e pontos críticos de maré?
  • Como será feito o monitoramento de alagamentos após a entrega: indicadores, prazos e metas?

Transparência sobre trechos, prazos e critérios de escolha evita ruído e dá previsibilidade a quem mora e trabalha no bairro.

Informações complementares para entender o projeto

Recape x pavimentação nova

Recape reforça a camada de rolamento quando a base ainda está íntegra. Pavimentação nova reconstrói tudo: subleito, base e capa asfáltica. Em vias com remendos sucessivos e afundamentos, a segunda opção dura mais, apesar de custar mais e levar mais tempo.

Materiais e desempenho

O CBUQ (concreto betuminoso usinado a quente) é a capa mais comum nas cidades litorâneas. Em áreas residenciais, o microrrevestimento pode aparecer como solução de acabamento. Juntas bem executadas e compactação correta definem a durabilidade do pavimento.

Risco de fazer asfalto antes da drenagem

Se a água não tem para onde ir, ela abre trincas, infiltra, carrega finos e cria buracos. O custo de manutenção explode e a sensação de obra “malfeita” se espalha. Priorizar a rede pluvial é uma decisão técnica que protege o dinheiro público.

Como estimar o benefício em dias de chuva

Uma rede de microdrenagem dimensionada para chuvas intensas típicas da região dá conta de eventos frequentes, reduzindo alagamentos de curta duração. Eventos extremos ainda podem gerar pontos de acúmulo, mas a água escoa mais rápido e causa menos prejuízo. Essa diferença se mede por tempo de escoamento e profundidade de lâmina d’água nas vias.

Para quem planeja obras no imóvel, vale sincronizar reformas de calçada com o cronograma público e adotar soluções permeáveis. Em condomínios, caixas de retenção e jardins de chuva aliviam a rede e reduzem a chance de refluxo. Essas medidas funcionam melhor quando o bairro inteiro caminha na mesma direção, rua por rua.

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