Movimento intenso, pistas sinuosas e velocidade variando a cada quilômetro. No meio da rotina, pequenas mudanças já cobram atenção redobrada.
Quem usa a SP-031 no trecho de Suzano começa a notar novas estruturas metálicas sobre a pista, painéis e caixas cinzas. Elas marcam a ampliação da fiscalização de velocidade em pontos mapeados pelo DER após análises de risco, acidentes e fluxo. Parte dos aparelhos já atua, outros começam a contar nas próximas semanas, e um grupo segue em testes e ajustes.
O que muda na Índio Tibiriçá
A rodovia ganhou dois radares em operação e terá mais dois entrando em atividade em breve. Outros seis aguardam finalização técnica e homologação. No total, a estimativa do DER soma 10 equipamentos no trecho de Suzano, além de um medidor já ativo em Ribeirão Pires, onde o limite é de 60 km/h nas duas faixas.
São 10 pontos planejados para Suzano. Dois funcionam, dois ligarão em poucas semanas e seis seguem em ajustes e homologação.
Onde já há fiscalização em Suzano
Os aparelhos ativos registram a velocidade de quem cruza a SP-031 nos seguintes quilômetros:
- SP-031: km 56,1
- SP-031: km 64,3
Próximos a entrar em operação
- SP-031: km 58
- SP-031: km 65,7
Pontos ainda em ajuste técnico
- SP-031: km 54,9
- SP-031: km 57
- SP-031: km 58,7
- SP-031: km 60,1
- SP-031: km 66,2
- SPA 058/031: km 5,8
Durante testes e homologação, não há autuações. A cobrança só começa após a ativação oficial comunicada pelo DER.
Por que esses pontos
O DER afirma que o mapeamento considerou trechos com maior risco. Entraram no cálculo histórico de acidentes, excesso de velocidade, traçado da pista, pontos críticos e áreas de travessia de fauna. A Índio Tibiriçá combina curvas, aclives e retas que incentivam acelerações rápidas. O reforço da fiscalização busca reduzir colisões e atropelamentos e padronizar o ritmo do fluxo entre o Alto Tietê e o ABC.
Limites e tolerâncias: o que gera multa
Para quem dirige, vale entender como o radar calcula a infração. A velocidade considerada sofre um desconto metrológico. Em velocidades até 100 km/h, aplica-se 7 km/h de abatimento sobre a medida do equipamento.
Simulação prática
Se o limite for 60 km/h, o sistema considera a medição menos 7 km/h. Isso significa que a autuação começa quando o aparelho registra 68 km/h ou mais, porque 68 – 7 = 61 km/h, já acima do limite permitido.
| Excesso acima do limite | Enquadramento (CTB) | Valor da multa | Pontos na CNH |
|---|---|---|---|
| Até 20% | Média | R$ 130,16 | 4 pontos |
| De 20% a 50% | Grave | R$ 195,23 | 5 pontos |
| Acima de 50% | Gravíssima (x3) | R$ 880,41 | 7 pontos + suspensão |
Etapas até a cobrança
Os equipamentos passam por testes, ajustes e, depois, homologação. A homologação pode levar até 60 dias a partir da conclusão dos ensaios. Enquanto esse processo não termina e não há aviso oficial de início, os controladores não geram multas.
Como isso afeta você
Moradores que usam a Índio Tibiriçá para trabalhar no ABC, estudantes e caminhoneiros que cortam o eixo entre Suzano e a Estrada Velha de Santos sentirão exigência maior de disciplina de velocidade. O efeito esperado é reduzir frenagens bruscas e colisões traseiras, comuns quando um veículo percebe tarde a sinalização. Rotas de ônibus também tendem a ganhar regularidade, já que a malha opera com limites respeitados de forma mais uniforme.
Boas práticas para não ser surpreendido
- Adeque a velocidade antes de curvas e aclives, onde a leitura do radar ocorre após a placa.
- Mantenha distância segura para evitar freios abruptos ao avistar o equipamento.
- Use controle de velocidade do veículo nas longas retas entre os kms 56 e 66.
- Reduza à noite e sob chuva: a aderência menor aumenta o risco de derrapagem e colisão lateral.
- Revise pneus e freios; veículo instável alonga a distância de parada.
Placas próximas aos radares devem sinalizar limite e presença do equipamento. A leitura acontece na via, não “no acostamento”.
O que já vale fora de Suzano
Em Ribeirão Pires, no km 44,1 da mesma rodovia, há medidor em operação com limite de 60 km/h em ambas as pistas. Quem cruza o ABC rumo ao Alto Tietê precisa manter a atenção na transição de trechos urbanos para semiurbanos, onde o limite oscila e o tráfego de pedestres pode surgir em travessias autorizadas.
Panorama da via
A rodovia Índio Tibiriçá tem 37,2 quilômetros e conecta Suzano ao ABC Paulista, com acesso à SP-148, a conhecida Caminho do Mar, hoje destinada a atividades turísticas. O corredor serve como alternativa de quem evita a Anchieta/Imigrantes, mas carrega trechos com condições geométricas sensíveis e passagens por áreas verdes com travessia de fauna.
Quem foi Tibiriçá
O nome da rodovia homenageia um líder indígena do Planalto de Piratininga, que apoiou a formação do núcleo que daria origem à cidade de São Paulo no século XVI. Batizado pelos jesuítas, Tibiriçá tornou-se figura central em alianças com os portugueses e na defesa do povoado em momentos críticos, como o Cerco de 1562. A referência histórica lembra que o traçado atual cruza regiões que guardam memórias e patrimônio cultural.
O que esperar nas próximas semanas
Dois novos pontos devem ser ligados após a conclusão dos testes finais. A partir daí, o DER costuma publicar a data de início da operação efetiva, quando a contagem de infrações passa a valer. Até lá, sinais de obra, ajustes de cabeamento e calibração podem aparecer nas margens da rodovia.
Como se preparar desde já
- Considere 60 km/h como referência segura nos trechos urbanos e semiurbanos da SP-031.
- Replaneje tempos de deslocamento, já que acelerações acima do limite não trarão ganho real com mais radares.
- Em viagens longas, programe paradas e evite “sprints” entre trechos fiscalizados, que elevam consumo e risco.
Informações úteis para ampliar sua segurança
Velocidade uniforme reduz o efeito “acordeão”, que causa engarrafamentos sem motivo aparente. Em dias de chuva, adote 10 a 15 km/h abaixo do limite e aumente o espaço para o carro da frente. Motoristas de aplicativos e entregadores podem configurar alertas de limite no celular ou no painel do veículo. Empresas com frota leve podem implantar telemetria simples para treinar condutores e cortar custos com pneus, combustível e multas.
Com a ativação total, a tendência é queda nas colisões e maior previsibilidade de viagem entre Suzano e o ABC.


