Uma visita técnica reacendeu a esperança por áreas verdes cuidadas, água mais limpa e ações educativas perto da sua casa.
A Prefeitura de Ribeirão Pires recebeu, em 30 de outubro de 2025, a ativista Luisa Mell e as veterinárias Alexandra Gimenes e Juliana Kopy para avaliar possibilidades de implantação da primeira unidade de conservação do município. O encontro, com a presença do secretário Temístocles Cristófaro e do subsecretário Marcus Leap, abriu a fase de desenho do projeto, que deve seguir por um modelo de parceria público-privada.
Primeiro passo para a conservação
A reunião marcou o início das tratativas para criar uma área oficialmente protegida em Ribeirão Pires. A proposta mira proteger a biodiversidade, os recursos hídricos e os ecossistemas locais, além de criar um polo de educação ambiental aberto à população.
Meta central: criar a 1ª unidade de conservação do município com gestão compartilhada e foco em educação, água e fauna.
Segundo a gestão municipal, a Secretaria de Clima, Meio Ambiente e Habitação elabora agora um anteprojeto que será apresentado ao Instituto Luisa Mell. A partir dessa etapa, as equipes devem definir estudos técnicos, modelo de governança e fontes de financiamento.
Como a parceria deve funcionar
O desenho em discussão é um arranjo de parceria público-privada. Esse tipo de modelo costuma prever que a administração estabeleça metas, indicadores e regras; enquanto o parceiro privado executa serviços, manutenção e programas de visitação e educação, mediante contrapartidas e controles.
- Proteção e monitoramento de fauna e flora nativas.
- Cuidado de trilhas, sinalização e centros de visitantes.
- Pesquisa aplicada para recuperação de áreas degradadas.
- Programas de educação ambiental com escolas e moradores.
- Fomento a turismo de natureza com regras claras de uso.
Modelos semelhantes já operam em áreas protegidas no país, com metas de conservação atreladas a contratos. Em Ribeirão Pires, o foco recai sobre água limpa, conectividade de fragmentos florestais e bem-estar animal.
Efeitos para quem vive na cidade
Uma unidade de conservação municipal pode reduzir pressão sobre nascentes e córregos, diminuir erosão, favorecer recarga de aquíferos e ampliar a cobertura vegetal. Com manejo do uso público, a cidade tende a ganhar áreas de lazer de baixo impacto, atividades educativas e oportunidades de trabalho verde.
Quando a mata respira, a cidade sente: menos ilhas de calor, mais sombra, mais água, mais vida.
Para o comércio local, surgem chances em serviços de apoio à visitação, como guias, alimentação e transporte. Para escolas, abrem-se roteiros pedagógicos e experiências de campo mais próximas da sala de aula.
O que a prefeitura prepara agora
| Etapa | Previsão inicial | Quem coordena |
|---|---|---|
| Anteprojeto e mapeamento de áreas | nov/dez de 2025 | Secretaria de Clima, Meio Ambiente e Habitação |
| Apresentação ao Instituto Luisa Mell | início de 2026 | Prefeitura e Instituto Luisa Mell |
| Estudos técnicos e consulta pública | 2026 | Prefeitura e conselhos municipais |
| Definição do modelo de PPP | 2026 | Gestão municipal e parceiros |
| Implantação de estruturas e programas | a definir | Parceria e órgãos municipais |
Cronograma indicativo, sujeito a ajustes após os estudos.
Lago Jardim Boa Sorte ganha função ecológica
Enquanto estrutura a unidade de conservação, a prefeitura prepara a reabertura do lago no Jardim Boa Sorte. O espaço, que passa por revitalização, deve sediar um novo núcleo de educação ambiental conectado ao Departamento de Bem-Estar Animal.
O lago vai apoiar a reabilitação de animais silvestres que precisam de contato com ambientes aquáticos antes da soltura.
A proposta combina uso pedagógico com cuidado da fauna, especialmente espécies que demandam adaptação em áreas úmidas. Com manejo adequado, o lago pode se tornar vitrine de boas práticas de restauração e convivência com a natureza urbana.
Bem-estar animal já estrutura a mudança
Desde 2021, Ribeirão Pires mantém um setor que virou referência regional em resgate, acolhimento, castração e combate aos maus-tratos. Essa experiência cria lastro para políticas de conservação que integrem a proteção de fauna doméstica e silvestre, com foco em educação e prevenção.
O que é uma unidade de conservação
No Brasil, o Sistema Nacional de Unidades de Conservação reúne categorias como parque, refúgio de vida silvestre, área de proteção ambiental e área de relevante interesse ecológico. Cada tipo tem objetivos e regras diferentes. Um parque prioriza a preservação e a visitação controlada. Uma APA permite usos sustentáveis com critérios específicos.
Para criar uma unidade municipal, a cidade precisa realizar estudos técnicos, consulta pública, delimitação clara de limites e, depois, instituir a área por ato legal. A etapa seguinte exige um plano de manejo com metas, zonas de uso e regras de fiscalização.
Quem é Luisa Mell e o papel do instituto
Reconhecida por ações de proteção animal e campanhas de combate a maus-tratos, Luisa Mell atua com uma rede de profissionais e voluntários. O Instituto Luisa Mell costuma apoiar resgates, reabilitação e programas de conscientização. Em Ribeirão Pires, o instituto participa das tratativas técnicas para consolidar um projeto com foco em biodiversidade e educação ambiental.
Desafios no caminho
Conservar exige orçamento, governança e continuidade. O projeto precisará equacionar vigilância, manutenção, educação permanente e monitoramento de indicadores. Também deve lidar com conflitos de uso do solo, descarte irregular e pressões por ocupação em áreas sensíveis.
- Garantir recursos estáveis para gestão e fiscalização.
- Envolver moradores em conselhos e audiências desde o início.
- Integrar o plano de manejo ao planejamento urbano e à drenagem.
- Promover programas de geração de renda de baixo impacto.
- Medir resultados ambientais com transparência.
O que muda para você, na prática
Moradores podem ganhar novos espaços de contato com a natureza, com trilhas e atividades educativas. A cidade pode reforçar a segurança hídrica, reduzindo assoreamento e melhorando a qualidade da água. Escolas terão um laboratório vivo a poucos minutos de distância.
Participe das consultas públicas e indique prioridades: lazer de baixo impacto, restauração de nascentes, acessibilidade e educação para crianças.
Como acompanhar e participar
Acompanhe comunicados oficiais da prefeitura e do conselho municipal de meio ambiente. Quando a consulta pública abrir, registre sugestões. Grupos de bairro podem organizar mutirões de plantio, campanhas de descarte correto e monitoramento cidadão, ações que fortalecem o projeto e criam pertencimento.
Informações úteis para ampliar o debate
Parcerias em conservação podem assumir formatos distintos. Concessões de serviços lidam com visitação e manutenção. Termos de colaboração podem apoiar pesquisa, educação e monitoramento. A escolha do modelo precisa alinhar metas ambientais, capacidade financeira e métricas de desempenho, como aumento de cobertura vegetal, redução de lixo e retorno de espécies-chave.
Quem deseja se preparar para a consulta pública pode estudar conceitos como zona de amortecimento, corredor ecológico e risco climático. Também vale simular impactos positivos: redução de enchentes em microbacias restauradas, diminuição da temperatura em ruas com sombra, mais polinizadores em jardins urbanos. Esse olhar ajuda a transformar a nova unidade de conservação em um projeto de cidade, com benefícios diretos para a vida diária de quem mora em Ribeirão Pires.


