A casa ganhou um novo morador metálico. Ele atende por Neo e promete dividir tarefas com você em breve mesmo.
A 1X, empresa de Palo Alto, abriu a pré-venda do robô humanoide Neo nos Estados Unidos após quase dez anos de desenvolvimento. Ele circula pela casa, entende comandos e realiza tarefas práticas, com promessa de evoluir rápido graças ao retorno de quem o adotar primeiro. O acesso mais barato acontece por assinatura de US$ 499 por mês, algo em torno de R$ 2,6 mil, mediante um depósito inicial de US$ 200.
O que é o Neo e como ele funciona
O Neo se movimenta de forma autônoma em ambientes domésticos e entra em modo de recarga ao detectar bateria baixa. O sistema mecânico, chamado Tendon Drive, prioriza precisão e suavidade ao manipular objetos, algo essencial para abrir portas, recolher itens e organizar prateleiras sem danificar nada. Quatro microfones captam a sua voz mesmo com ruído ambiente. Três alto-falantes garantem respostas claras e interações naturais.
As câmeras de 8 megapixels alimentam a visão computacional do robô e permitem comunicação visual com os moradores. O conjunto de sensores mapeia o espaço, identifica zonas de risco e ajuda o Neo a planejar trajetos. A bateria mantém o robô ativo por algumas horas, o suficiente para executar rotinas em blocos, com pausas para acoplar-se ao carregador e voltar ao serviço.
Neo opera de forma autônoma no dia a dia, mas já nasce pensado para conviver com pessoas, móveis e pets — sem destruir sua rotina.
Quanto custa ter um robô em casa
Quem quiser experimentar o Neo tem duas portas de entrada. A empresa oferece compra integral ou assinatura mensal. A matemática inicial pesa, mas a proposta tenta caber no bolso de quem prefere testar antes de investir alto.
| Opção | Valor em dólares | Referência em reais | Observações |
|---|---|---|---|
| Compra direta | US$ 20.000 | ≈ R$ 107.000 | Pagamento único |
| Assinatura mensal | US$ 499/mês | ≈ R$ 2.600/mês | Depósito inicial de US$ 200 (≈ R$ 1.000) |
Na assinatura, o primeiro desembolso combina o depósito e a mensalidade. Em câmbio aproximado, o arranque fica por volta de R$ 3,6 mil e depois recorre em cerca de R$ 2,6 mil por mês. Essa política mira famílias curiosas e pequenas empresas que desejam validar o uso antes de um compromisso maior.
O que ele já faz hoje
O conjunto de habilidades do Neo cobre tarefas domésticas de rotina e interações por voz. A lista abaixo reúne aquilo que a 1X descreve para a fase de pré-venda.
- Lavar louça e organizar espaços da casa.
- Responder a comandos de voz em linguagem natural.
- Buscar objetos específicos sob demanda.
- Ir ao carregador sozinho quando a bateria cai.
Essas funções funcionam como base para casos de uso mais ambiciosos. A expectativa do público vai além de “pegar coisas” ou “arrumar a bancada”: muita gente já imagina rotinas em que o robô cuida da lavanderia e prepara um café simples para a família. Hoje, o Neo foca no essencial, mas sua mecânica fina e o controle por software abrem caminho para habilidades mais complexas.
E quanto a lavar roupa e servir café?
A proposta do Neo é assumir tarefas repetitivas e previsíveis. Lavar roupa, reabastecer a máquina e dobrar peças exigem coordenação e leitura do ambiente, capacidades que a plataforma tende a refinar com atualizações. O preparo de café entra no mesmo pacote: manipular cápsulas, acionar a cafeteira e servir sem acidentes são passos factíveis quando braços, visão e software trabalham juntos. A 1X sinaliza versões mais autônomas até 2027 e pretende acelerar o aprendizado com feedback dos primeiros usuários.
O caminho está traçado: tarefas simples hoje, rotinas mais sofisticadas amanhã, conforme a base de usuários treina o sistema.
Privacidade, segurança e controle
O Neo oferece um “Expert Mode”, em que operadores humanos assumem remotamente certas funções. Esse modo funciona como rede de segurança e como canal de treinamento, útil quando o robô encontra algo fora do roteiro. A empresa afirma que o Neo respeita áreas proibidas definidas pelos moradores e evita guardar dados pessoais desnecessários.
Persistem dúvidas sobre o tratamento de imagens e vozes coletadas. Quem pretende levar um humanoide para casa precisa configurar limites físicos, revisar permissões e decidir o que pode ou não ser visto. Para famílias com crianças, o ideal é definir zonas de acesso e horários de operação.
Para quem faz sentido agora
O Neo conversa bem com perfis que valorizam ganho de tempo e toleram o estágio inicial das capacidades. Casas com rotina puxada podem delegar arrumação leve e recados simples. Pessoas com mobilidade reduzida tendem a se beneficiar de um assistente que busca itens e organiza a bancada. Pequenos escritórios podem usar o robô para suporte operacional e vitrine de inovação.
Checklist antes de assinar
- Espaço para base de recarga em local protegido.
- Wi‑Fi estável e tomada dedicada para o carregador.
- Zonas proibidas mapeadas: quartos, banheiros e áreas sensíveis.
- Rotinas programadas com horários e limites de volume.
- Orientações de segurança para crianças e pets.
- Critérios de privacidade definidos para câmeras e microfones.
O que esperar nos próximos anos
A 1X planeja ampliar a oferta para fora dos EUA até 2027. A expansão depende de suporte técnico local, logística de peças e políticas de dados alinhadas com leis de cada país. O avanço do software deve vir em ondas, com novas habilidades liberadas conforme o sistema aprende com milhares de residências.
No Brasil, quando o produto chegar, vale considerar tributação de importação, garantia, assistência e cobertura de peças. O custo total de propriedade inclui energia, eventuais trocas de componentes e a assinatura, caso você evite a compra imediata.
Perguntas práticas para o seu bolso
Faça uma simulação rápida: quantas horas por semana você pretende delegar? Se o robô economizar duas horas por dia em arrumação e busca de objetos, a mensalidade pode competir com serviços pontuais. O valor muda quando você adiciona o ganho intangível de chegar em casa e encontrar a cozinha em ordem.
Para quem sonha em dizer adeus a lavar roupa e a servir café logo cedo, o Neo sinaliza esse destino no horizonte. Hoje ele já lava louça, organiza e atende por voz. Amanhã, com mais autonomia e melhores mãos robóticas, ele tende a assumir tarefas mais finas. Começar pela assinatura dá margem para testar, ajustar a casa e decidir se o novo morador realmente merece um lugar fixo na sua rotina.


