Roraima no seu RG : quase 100 pessoas levam o nome do estado — dados do IBGE : você daria esse nome?

Roraima no seu RG : quase 100 pessoas levam o nome do estado — dados do IBGE : você daria esse nome?

Nomes inspirados em lugares viram escolha afetiva nas famílias brasileiras e reabrem debates sobre identidade, origem e pertencimento.

O mapa do Brasil começa a aparecer nas certidões. Entre homenagens, raízes indígenas e sonoridade, um nome chama atenção e levanta perguntas.

Quantos brasileiros se chamam Roraima

Segundo o Censo 2022 do IBGE, 98 pessoas no país têm Roraima como primeiro nome.

O registro é raro. Entre os prenomes presentes nos cartórios, “Roraima” aparece na 41.927ª posição. O termo tem origem indígena e traz significados como “serra verde” ou “monte verde”. O estado homônimo, por sua vez, é o menos populoso do Brasil e reúne 636.707 habitantes.

O IBGE não detalha em quais estados essas pessoas vivem. Quando um nome surge em número muito baixo numa localidade, a instituição omite o recorte geográfico para preservar a privacidade dos identificados. Esse procedimento evita expor indivíduos em municípios pequenos ou em bairros onde o nome seja único.

Faixa etária e ondas de registro

O conjunto de pessoas batizadas como Roraima não inclui nascidos antes de 1930. A idade mediana do grupo chega a 47 anos, o que significa um equilíbrio: metade dos registros está abaixo dessa idade e a outra metade acima.

O auge de batismos ocorreu entre 1970 e 1979: 28 pessoas receberam o nome na década.

O pico nos anos 1970 se alinha a um movimento cultural de valorização de matrizes indígenas e regionais na toponímia pessoal. Também coincide com o aumento da circulação de informações sobre a Amazônia no noticiário e na escola, fatores que costumam influenciar decisões familiares sobre nomes.

Sobrenome também existe

Além do prenome, “Roraima” comparece como sobrenome em 63 registros. Desse total, 27 pessoas vivem no próprio estado, o que representa 0,004% dos moradores locais. A presença como apelido de família pode indicar ancestralidade regional, adoção de topônimos por linhagens recentes ou simples escolha estética.

Indicador Valor
Pessoas com “Roraima” como primeiro nome 98
Posição entre os prenomes 41.927ª
Idade mediana 47 anos
Pico de registros 1970–1979 (28 pessoas)
Registros como sobrenome 63
Com sobrenome “Roraima” e residentes no estado 27 (0,004% da população local)
População do estado de Roraima 636.707 habitantes

Como se pronuncia

Na fala corrente, a forma com acento na sílaba “raÍ” é a mais ouvida: “Roráima”. O “m” final nasaliza o som anterior, mas o “i” em “rai” torna a nasalidade opcional. Pela norma, as duas pronúncias circulam e são aceitas no português. O topônimo, contudo, não leva acento gráfico: escreve-se “Roraima”.

Escrita sem acento, pronúncia com tônica em “raí”: grafia e fala convivem sem conflito.

Por que famílias escolhem nomes de lugares

Topônimos em certidões contam histórias. Nomes de estados e rios sinalizam afetos, trajetórias e lutas. Quando pais e mães optam por um lugar como prenome, costumam mirar esses sentidos:

  • Homenagem à terra natal de pais, avós ou do próprio bebê.
  • Valorização de heranças indígenas e amazônicas na família.
  • Busca por um nome raro, de sonoridade forte e identidade marcada.
  • Associação a paisagens e símbolos de natureza, como “serra” e “verde”.

Essas motivações ajudam a explicar por que “Roraima” aparece tanto como sinal de pertencimento quanto como marca de distinção. Ao mesmo tempo, a baixa frequência mostra que a escolha fica no campo do singular, longe da tendência de massa.

O que considerar antes de registrar

Quem pensa em dar “Roraima” ao filho ou adotar o topônimo como segundo nome pode avaliar alguns pontos práticos. A Lei de Registros Públicos permite ao cartório intervir quando o prenome expõe a pessoa ao ridículo. Não é o caso aqui, mas vale atenção a ajustes de grafia e à convivência com abreviações no dia a dia.

Checklist de decisão para sua família

  • Pronúncia: a família concorda em usar “Roráima”? A variação incomoda?
  • Escrita: todos saberão grafar sem acento? A forma sem acento combina com os demais nomes?
  • Apelidos possíveis: “Rora”, “Rô”, “Rai”. A criança se verá neles?
  • Documentos e sistemas: o nome cabe em formulários, crachás e e-mails sem truncar?
  • Contexto regional: a escolha expressa vínculos reais com o Norte e com povos indígenas?

Antes de assinar a certidão, fale com o cartório sobre a grafia e simule abreviações em documentos.

Como acompanhar a frequência e a idade do nome

O IBGE mantém uma base pública sobre nomes mais comuns no país. Lá você verifica a frequência, a posição no ranking, a mediana de idade e os períodos de maior adoção. Em nomes raros, o sistema restringe recortes por estado e município para proteger a identidade dos registrados. Essa limitação explica por que não há um mapa por cidade para “Roraima”.

Contexto cultural e tendências

A presença de “Roraima” como prenome e sobrenome dialoga com um interesse crescente por nomes de origem indígena e por referências amazônicas. A eleição de topônimos sinaliza respeito a línguas originárias e reforça a agenda de diversidade. Ao mesmo tempo, a variação de pronúncia sugere que a oralidade continua a moldar a adoção de nomes, independentemente da ortografia oficial.

Para famílias que avaliam nomes ligados a lugares, vale testar a convivência do topônimo com o sobrenome de casa, a eufonia com o segundo nome e a leitura em diferentes sotaques. Uma simulação simples ajuda: leia o nome em voz alta com o sobrenome, escreva em caixa alta e baixa, e imagine situações corriqueiras, como uma chamada escolar ou a apresentação em uma entrevista de emprego. Pequenas escolhas hoje poupam dúvidas amanhã.

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