Ruído menor, ar fresco e tarifa igual: o Centro Histórico ganha uma experiência sobre rodas que pode mexer com sua rotina.
A capital baiana iniciou uma operação experimental com um ônibus 100% elétrico no miolo do Centro Histórico. Por 30 dias, moradores, trabalhadores e turistas poderão avaliar a ligação entre a Praça da Sé e o Largo do Campo Grande, mantendo a tarifa de R$ 5,60 e pagamento exclusivo com bilhete eletrônico.
Linha experimental no coração do centro histórico
A Secretaria de Mobilidade (Semob) colocou em circulação, em fase piloto, a linha E012 usando o modelo TEVX Higer Azure 9. O trajeto conecta pontos de grande fluxo e valor simbólico de Salvador, cruzando áreas comerciais, residenciais e de interesse cultural e religioso.
Durante 30 dias, o ônibus elétrico fará o trecho Praça da Sé–Campo Grande, com a mesma tarifa vigente de R$ 5,60.
Trajeto e horários para você se organizar
- Período de testes: 30 dias, iniciando no fim de outubro.
- Ponto final: Rua das Vassouras, com passagem pela Praça da Sé e ponto provisório instalado no local.
- Itinerário de ida: Rua das Vassouras → Praça da Sé → Rua da Ajuda → Carlos Gomes → Largo do Campo Grande.
- Itinerário de volta: Avenida Sete de Setembro → Rua Chile → Praça da Sé → Rua das Vassouras.
- Funcionamento: dias úteis, 07h às 20h; sábados, 07h às 13h; sem operação aos domingos.
- Tarifa e pagamento: R$ 5,60, exclusivamente com bilhete eletrônico.
- Atendimento: equipe da Integra no local para quem ainda não tem o cartão.
| Dia | Operação | Janela de horário | Observações |
|---|---|---|---|
| Dias úteis | Ativa | 07h – 20h | Pagamento apenas com bilhete eletrônico |
| Sábado | Ativa | 07h – 13h | Sem operação no período da tarde |
| Domingo | Suspensa | — | Sem viagens dominicais |
Apenas bilhete eletrônico será aceito. Uma equipe da Integra estará no ponto para emissão do cartão.
Por que Salvador aposta no elétrico
A prefeitura encaixa a operação no programa de sustentabilidade urbana. A meta é reduzir emissões no Centro Histórico e no entorno do Comércio, zonas com alta circulação de pessoas e congestionamentos frequentes. A proposta dialoga com o plano municipal que prevê linhas circulares operadas por ônibus elétricos nesses corredores, ampliando a oferta de deslocamento de curta distância e com menor impacto ambiental local.
O momento foi calculado: início da temporada de cruzeiros e aproximação das festas de fim de ano. O Centro ganha mais circulação, e a experiência tende a medir desempenho com demanda real, variações de relevo e paradas curtas típicas da região.
Testes também em outras cidades baianas
A iniciativa integra o Fórum Baiano dos Secretários de Mobilidade, que oferece veículos elétricos de teste a diferentes municípios, em cenários variados de tráfego. Além de Salvador, participam Jequié, Vitória da Conquista, Luís Eduardo Magalhães, Camaçari e Feira de Santana. A comparação entre rotas, climas e topografias ajuda no desenho de futuras compras e na definição de infraestrutura de recarga e manutenção.
O que o TEVX Higer Azure 9 entrega a bordo
O veículo, de 9 metros, prioriza conforto e acessibilidade. O ar-condicionado é elétrico. Os vidros recebem proteção UV para reduzir o calor e melhorar a experiência em dias de sol forte. Portas USB nos balaústres e bancos permitem recarregar o celular durante o trajeto, recurso útil para quem circula a trabalho ou em conexão entre serviços.
O piso é 100% baixo, sem degraus no salão. O sistema de ajoelhamento aproxima a carroceria do meio-fio para facilitar o embarque e o desembarque. Isso beneficia idosos, pessoas com mobilidade reduzida e famílias com carrinhos de bebê. Com tração elétrica, a partida é mais suave e silenciosa, reduzindo vibrações em vias históricas, muitas vezes com paralelepípedos e desníveis.
Piso baixo e “ajoelhamento” diminuem barreiras de acesso e tornam a linha mais amigável para quem precisa de mais tempo no embarque.
Impactos esperados para quem circula pelo centro
Na prática, o teste deve mostrar redução de ruído no miolo do Centro Histórico, algo que melhora a ambiência para pedestres e trabalhadores do comércio. A operação com emissão zero no escapamento tende a mitigar o cheiro de poluentes em pontos de parada mais fechados.
Para o turismo, um serviço silencioso e previsível na rota Praça da Sé–Campo Grande pode encorajar deslocamentos curtos entre atrações culturais, igrejas e equipamentos históricos, sem depender de carros. A integração com a malha de ônibus convencional e o cuidado com a acessibilidade aumentam o alcance da oferta para públicos diversos.
Como você pode aproveitar o período de teste
Quem pretende experimentar a E012 deve se preparar para o pagamento eletrônico. A presença da equipe Integra facilita a emissão do cartão na hora, evitando filas em outros pontos da cidade. Vale checar o relógio: nos sábados, a operação se encerra às 13h, e aos domingos não há viagens.
- Chegue com antecedência no ponto provisório da Praça da Sé para garantir lugar nos horários de pico.
- Se possível, faça o trajeto completo ao menos uma vez para perceber a integração com outros modais.
- Observe conforto térmico, ruído, acessibilidade e tempo de viagem; esses feedbacks embasam decisões futuras.
O que está em jogo após os 30 dias
O município avalia transformar a rota em oferta permanente. O resultado depende do desempenho em ladeiras, consumo energético com ar-condicionado ligado, regularidade nos horários e aceitação do público. A linha tem potencial para virar modelo de círculo elétrico no Centro, abrindo caminho a novas rotas de baixa emissão.
Do lado da gestão, a coleta de dados ajuda a dimensionar garagens, pontos de recarga e calendários de manutenção. No curto prazo, pilotos assim permitem ajustar intervalos, alocar veículos conforme demanda e criar protocolos para dias de maior fluxo, como o auge da temporada de cruzeiros e os eventos de fim de ano.
Dicas e informações complementares
Veículos 100% elétricos não queimam combustível a bordo, o que zera a emissão local de poluentes e diminui ruído. Em contrapartida, exigem planejamento de recarga e treinamento de equipes. Autonomia varia conforme lotação, relevo, temperatura e uso do ar-condicionado. Rotas curtas, com paradas frequentes e velocidades médias moderadas, costumam se ajustar bem a essa tecnologia.
Se a cidade optar pela expansão, surgem decisões estratégicas: recarga lenta noturna ou recargas rápidas ao longo do dia; corredores preferenciais para garantir eficiência; integração tarifária com linhas alimentadoras; e critérios de desenho para manter a acessibilidade (piso baixo, plataformas niveladas e comunicação clara nos pontos). Para o passageiro, os ganhos tendem a aparecer no conforto, na previsibilidade e no ambiente urbano mais silencioso.


