Entre debates, oficinas e troca de saberes, profissionais e estudantes se reúnem em novembro com foco no cuidado e no território.
A Semana David Capistrano volta ao calendário de Santos com uma programação que atravessa temas urgentes, do clima à equidade no SUS. O encontro reúne servidores, conselheiros e alunos para pensar soluções práticas, compartilhar resultados e fortalecer redes de cuidado na cidade.
O que é a semana e por que ela importa
Considerada o principal encontro de saúde pública de Santos, a Semana David Capistrano ocorrerá de 11 a 14 de novembro de 2025 na Universidade São Judas, na Vila Mathias. A organização fica a cargo da Secretaria de Saúde, via Escola da Saúde, e traz um eixo temático ambicioso: “Verbalizando a Saúde: Fazejamento e Pensação na Construção do SUS”. O lema propõe transformar discurso em prática, com foco no que acontece nas unidades, nos territórios e nas equipes.
Datas confirmadas: 11 a 14 de novembro, na Universidade São Judas, Rua Comendador Martins, 52, Vila Mathias.
O evento mira a construção coletiva do cuidado, aproxima gestão e ponta e dá visibilidade a projetos que já produzem impacto real no cotidiano do SUS municipal.
Ambiente, clima e saúde única estão no centro
A edição 2025 dialoga com a COP 30 e com o conceito de saúde única, que integra saúde humana, animal e ambiental. Esse recorte atravessa mesas, oficinas e debates. A abertura terá representantes das pastas de Saúde, Educação, Desenvolvimento Social, Mulher e Meio Ambiente, além de presença do Ministério do Desenvolvimento Social em uma das mesas.
Clima, comida e território: segurança alimentar, justiça climática e práticas sustentáveis guiam discussões e oficinas.
As mesas “Alimentar”, “Cuidar”, “Educar” e “Lutar” organizam o conteúdo por linhas temáticas e conectam tecnologia, equidade, educação popular e sustentabilidade em saúde.
Quem pode participar
- Servidores da rede municipal de saúde de Santos.
- Membros do Conselho Municipal de Saúde.
- Estudantes da Universidade São Judas.
As inscrições ocorrem pelo site da Escola da Saúde. As vagas contemplam painéis, oficinas práticas e sessões de apresentação de trabalhos.
Programação em destaque
O roteiro combina mesas de debate, oficinas e mostras orais. Abaixo, um panorama dos pontos de maior interesse para quem atua na ponta do SUS.
| Data | Manhã | Tarde |
|---|---|---|
| 11/11 (terça) | Abertura e mesa intersetorial; painel “Alimentar” sobre segurança alimentar e justiça climática | Oficinas de compostagem e de cuidado em rede para diabetes; apresentações da linha “Alimentar” |
| 12/11 (quarta) | Mesa “Cuidar”: tecnologias do cuidado e equidade; mesa “Educar”: educação popular como prática de cuidado | Oficinas sobre população em situação de rua, condução de reuniões, PTS e arteterapia; apresentações das linhas “Educar” e “Lutar” |
| 13/11 (quinta) | Apresentações de TCCs de Residência Multiprofissional e de Medicina de Família e Comunidade | Sequência de TCCs; mostra de experiências em sessão expositiva |
| 14/11 (sexta) | Apresentações finais de TCCs das residências | Mesa “Lutar”: saúde sustentável e integralidade; encerramento e premiação da Mostra |
Mostra de Experiências Exitosas: como será a disputa
A mostra reúne 40 trabalhos desenvolvidos nas unidades de saúde de Santos. Os projetos finalistas se distribuem em quatro linhas temáticas:
- Alimentar
- Cuidar
- Educar
- Lutar
Em cada linha, os seis melhor avaliados avançam para a disputa do primeiro lugar da categoria. A banca conta com mestres e doutores em saúde pública. A pontuação final nasce da soma de duas notas: avaliação técnica da banca e voto popular dos participantes do evento.
40 iniciativas na vitrine. Banca qualificada + voto popular definem os premiados por categoria temática.
Esse formato valoriza o rigor científico e reconhece soluções que nasceram do trabalho cotidiano das equipes. Ao levar práticas replicáveis para o palco, a mostra incentiva que novas unidades adaptem e coloquem em marcha intervenções com resultados mensuráveis.
Oficinas: do jardim terapêutico ao cuidado compartilhado
As oficinas apostam na aplicabilidade. Compostagem surge como porta de entrada para hortas e jardins terapêuticos em serviços. O cuidado em rede foca diabetes, com estratégias multiprofissionais que integram educação alimentar, atividade física e ajuste terapêutico. Outras sessões destrincham o Método Canguru, interseccionalidades no trabalho e ferramentas de gestão do dia a dia, como reuniões de equipe e construção de Projetos Terapêuticos Singulares.
Também entram na agenda práticas integrativas, como arteterapia e auriculoterapia, além de temas sensíveis como saúde mental de profissionais, enfrentamento da violência e atenção à população em situação de rua.
Gestão, tecnologia e equidade no mesmo palco
As mesas provocam quem lida com gargalos reais. Em “Cuidar”, a pergunta é como escalar tecnologias do cuidado sem perder a centralidade do usuário. Em “Educar”, a pauta mira metodologias que aproximam ensino e serviço. Em “Lutar”, a discussão propõe saúde sustentável a partir de marcadores sociais, integralidade e potência comunitária.
Na intersetorialidade de abertura, saúde dialoga com educação, assistência social, políticas para mulheres e meio ambiente. Esse desenho permite mapear políticas integradas e alinhadas aos territórios, algo decisivo para reduzir desigualdades.
Conexão com os ODS
A iniciativa conversa diretamente com o ODS 3 da ONU, Saúde e Bem-Estar. A ênfase em prevenção, promoção da saúde e articulação intersetorial cria condições para metas factíveis no nível local, como alimentação adequada, redução de violências e ampliação do acesso a práticas de cuidado humanizado.
Serviço
- Quando: 11 a 14 de novembro de 2025.
- Onde: Universidade São Judas, Rua Comendador Martins, 52, Vila Mathias, Santos.
- Quem participa: servidores da saúde de Santos, membros do Conselho Municipal de Saúde e estudantes da instituição.
- Inscrições: pelo site da Escola da Saúde.
Para que você aproveite melhor
Quem vai apresentar trabalho pode levar material visual enxuto, com objetivos claros, indicador de resultado e lições aprendidas. O público ganha se levar perguntas práticas que conectem a realidade da própria unidade com o que será mostrado nas mesas. Para oficinas, vale chegar com um caso real do território, o que facilita a aplicação imediata do aprendizado.
Equipes interessadas em replicar práticas ambientais podem planejar uma horta piloto usando compostagem de resíduos orgânicos da unidade. Em diabetes, uma intervenção rápida envolve mapear pacientes sem metas glicêmicas, formar um grupo educativo e pactuar acompanhamento quinzenal com nutricionista e educador físico. Pequenas viradas sustentadas por dados mudam a trajetória do cuidado e fortalecem o SUS nos bairros.


