Noite tensa na Vila Belmiro, arquibancadas cheias e jogadas que prenderam a respiração até o último lance, sob clima quente.
São Paulo e Flamengo empataram por 2 a 2 em jogo elétrico pela 32ª rodada do Brasileirão, com gols de Luciano e Ferreirinha para o Tricolor, e de Arrascaeta e Samuel Lino para o Rubro-Negro. A partida teve pênalti, expulsão de Plata e uma falta cobrada por De la Cruz que parou na rede pelo lado de fora no apagar das luzes. A equipe de Filipe Luís mantém a vice-liderança, empatada em pontos com o Palmeiras, enquanto o time de Hernán Crespo segue em oitavo, fora do grupo que leva à Libertadores.
Como foi a partida
O jogo começou nervoso e com boa intensidade. O São Paulo abriu o placar cedo com Luciano, que se antecipou à zaga após jogada que nasceu de uma segunda bola no ataque. O Flamengo reagiu de imediato: pênalti para os visitantes e cobrança firme de Arrascaeta para empatar.
Antes do intervalo, o árbitro Rodrigo José Pereira de Lima anulou um gol após revisão, o que manteve o 1 a 1 na ida para o vestiário. Na volta, o Rubro-Negro virou com Samuel Lino em finalização precisa, aproveitando espaço entre os zagueiros. Minutos depois, a expulsão de Plata mudou o cenário. O Flamengo recuou, o São Paulo adiantou as linhas e passou a controlar territorialmente. A pressão tricolor teve prêmio com Ferreirinha, que apareceu na área para completar e deixar tudo igual.
Luciano e Ferreirinha marcaram para o São Paulo; Arrascaeta e Samuel Lino fizeram os do Flamengo. 11.228 torcedores viveram pênalti, vermelho para Plata e um susto final em falta de De la Cruz.
Lances-chave
- Luciano abre o placar: presença de área e chute rápido, 1 a 0.
- Pênalti para o Flamengo: Arrascaeta converte e empata.
- Gol anulado perto do intervalo após revisão.
- Samuel Lino vira na etapa final com finalização precisa.
- Plata expulso e Flamengo com um a menos.
- Ferreirinha empata em infiltração por dentro.
- Luciano perde grande chance aos 44 do segundo tempo.
- Falta de De la Cruz no último lance raspa a rede pelo lado de fora.
Os números que explicam o empate
As estatísticas mostram um jogo equilibrado, com leve superioridade territorial do Flamengo e mais volume de finalizações do São Paulo. A expulsão alterou a distribuição das ações no segundo tempo.
| Indicador | São Paulo | Flamengo |
|---|---|---|
| Posse de bola | 47% | 53% |
| Finalizações | 15 | 13 |
| Finalizações no gol | 4 | 2 |
| Escanteios | 3 | 5 |
| Faltas cometidas | 14 | 17 |
| Cartões amarelos | 2 | 3 |
| Cartões vermelhos | 0 | 1 |
Mesmo com um a mais, o São Paulo produziu volume, mas pecou na última bola. O Flamengo resistiu com linhas baixas e contou com boa noite de Rossi.
A dinâmica tática
Com 11 contra 11, o Flamengo tomou conta da posse e atacou em paciência, aproximando De la Cruz e Arrascaeta pelo corredor central para acionar Samuel Lino e o lateral Emerson Royal. O time rubro-negro trabalhou muito o lado direito, tentou combinações curtas e buscou o cruzamento rasteiro.
O São Paulo respondeu com chutes de média distância, especialmente com Luiz Gustavo, e bolas diagonais para Ferreirinha. Quando perdeu o centro do campo, recuou alguns metros para atrair o erro, e apostou em transições rápidas com Luciano se movendo entre zagueiros.
A expulsão de Plata forçou o Flamengo a baixar o bloco. Crespo adiantou laterais e encurtou a distância entre meio e ataque. Ferraresi ganhou liberdade para carregar a bola, cenário que gerou a chance clara de Luciano no fim. Sabino, pelo São Paulo, marcou forte e cometeu falta dura em jogada ensaiada que envolveu De la Cruz e Emerson Royal, lance que rendeu a última oportunidade do jogo.
Quem decidiu nas áreas
Luciano apareceu bem entre zagueiros e deu trabalho constante. Ferreirinha atacou o espaço por trás do lateral e manteve o São Paulo vivo. Do outro lado, Arrascaeta tratou a bola com frieza na marca da cal, e Samuel Lino escolheu o canto com precisão no gol da virada. Rossi administrou as bolas aéreas e defendeu finalizações que mantiveram o empate nos acréscimos.
Situação na tabela e recados para a rodada
O Flamengo mantém a vice-liderança e iguala a pontuação do Palmeiras, que ainda entra em campo na rodada. O time de Filipe Luís sai com a frustração por perder o controle após a expulsão, mas carrega um ponto que pode pesar na reta final. O São Paulo continua em oitavo, fora do G-7 que leva à Libertadores, e sente que deixou escapar a virada depois de dominar com um homem a mais.
Público: 11.228 torcedores na Vila Belmiro. Acréscimos: 7 minutos no segundo tempo. Árbitro: Rodrigo José Pereira de Lima.
O que ajustar já para o próximo jogo
- Flamengo: reduzir a distância entre meio e defesa quando tiver um a menos, para evitar cruzamentos e segundas bolas.
- São Paulo: acelerar a tomada de decisão no terço final; o time criou, mas finalizou pouco no alvo diante de um adversário encurtado.
- Bolas paradas: atenção às jogadas ensaiadas no fim, como a de De la Cruz e Emerson Royal que quase surpreendeu.
Informações úteis para o torcedor
Sete minutos de acréscimo não aparecem por acaso. O árbitro soma atendimentos médicos, revisões, substituições e atrasos em reposições. Em jogos de alta intensidade, o relógio para mais, e isso amplia o risco de gol nos minutos finais. Técnicos ajustam o banco para ter cobradores e batedores prontos para a última bola, como ocorreu hoje com a falta de De la Cruz.
A expulsão também redesenha o campo. Com um a mais, vale abrir os laterais na amplitude e posicionar um meio-campista entrelinhas para atrair o volante rival. Foi assim que o São Paulo acumulou presença na área e criou a jogada do empate. Para quem gosta de acompanhar taticamente, preste atenção na linha defensiva adversária após a vermelha: ela tende a recuar dois a três metros, o que convida chutes de média distância e cruzamentos rasteiros para o segundo pau.
Para medir risco e recompensa nos próximos compromissos, um bom exercício é observar a diferença entre finalizações totais e finalizações no alvo. Hoje, o São Paulo chutou mais, mas acertou o gol apenas quatro vezes. Se essa taxa subir em jogos contra defesas postadas, a chance de vitória cresce de forma consistente. Já o Flamengo precisa proteger melhor a zona da meia-lua quando perde um jogador. É ali que saem muitos rebotes e bolas espirradas que geram perigo imediato.


