São Paulo cria parque de 10.870 hectares em Cotia e Ibiúna: sua água e seu lazer mudam em 2026?

São Paulo cria parque de 10.870 hectares em Cotia e Ibiúna: sua água e seu lazer mudam em 2026?

Enquanto a torneira de casa segue dando sinais do futuro, uma área verde gigantesca começa a sair do papel na Grande São Paulo.

Um novo parque estadual em Cotia e Ibiúna coloca água, clima e lazer no centro das conversas da região metropolitana. O anúncio oficial veio no Summit Agenda SP+Verde, evento pré-COP realizado no Parque Villa-Lobos, e aponta uma abertura ao público no primeiro semestre de 2026.

Por que isso mexe com a sua rotina

O Parque Estadual do Morro Grande nasce com 10.870 hectares de Mata Atlântica e função direta na proteção da bacia do rio Cotia. Esse sistema integra o abastecimento de cerca de 400 mil moradores da metrópole. A mata nativa ajuda a segurar o solo, filtrar a água e manter a vazão em períodos secos. O parque reduz pressão sobre nascentes e cabeceiras sensíveis. A área também forma um tampão climático contra ilhas de calor urbanas.

Água na torneira, clima mais ameno e trilhas perto de casa: o novo parque conecta natureza e cidade em escala regional.

Onde fica e quando abre

Localizado entre Cotia e Ibiúna, o Morro Grande passa a integrar o conjunto de parques estaduais paulistas. É a 37ª unidade dessa categoria no estado. O governo prevê início da visitação no primeiro semestre de 2026. Detalhes de acesso e regras serão definidos nos estudos técnicos e no plano de manejo. O anúncio ocorreu durante o Summit Agenda SP+Verde, etapa que posiciona São Paulo nas discussões climáticas à porta da COP.

O que você pode esperar da visitação

Parques estaduais de proteção integral priorizam conservação e educação ambiental. As estruturas costumam incluir sinalização de trilhas, centros de visitantes e áreas controladas para atividades de baixo impacto. Guias locais e monitores ambientais costumam apoiar o ordenamento de grupos. O calendário de abertura depende de mapeamento de trilhas, sinalização, fiscalização e treinamento de equipes.

Visitação prevista para 2026, com uso público compatível à proteção integral e foco em educação ambiental.

Natureza que protege a água

O território reúne 260 espécies de árvores em fisionomias típicas da Mata Atlântica. Pesquisas registram 198 espécies de aves, 13 delas ameaçadas de extinção. Há dezenas de mamíferos, com presença provável de espécies indicadoras da qualidade do habitat. O local ainda abriga uma das maiores riquezas conhecidas de aranhas orbitelas no bioma. Essa diversidade melhora o controle biológico de pragas e equilibra cadeias alimentares.

  • 10.870 hectares de florestas e mananciais protegidos.
  • Nascentes e cabeceiras do rio Cotia sob guarda permanente.
  • 260 espécies de árvores e 198 de aves, com 13 ameaçadas.
  • Conjunto relevante de aranhas orbitelas, indicador de ambientes bem conservados.
  • Conexão com fragmentos vizinhos, reforçando corredores ecológicos na borda metropolitana.

História de um território salvo pela mobilização

Na década de 1970, a sociedade civil reagiu à proposta de um aeroporto metropolitano em Caucaia do Alto, em Cotia. Cientistas, ambientalistas e moradores organizaram uma frente de luta. Nomes como Aziz Ab’Saber, Paulo Nogueira-Neto, José Lutzemberger e Burle Marx integraram a mobilização. A pressão pública barrou a obra e manteve íntegro o maciço florestal. Décadas depois, o mesmo espaço ganhará status formal de parque estadual.

Sem a ação de pesquisadores e moradores, o Morro Grande teria sido asfalto e concreto. A floresta ficou — e agora vira política pública.

O que vem antes da abertura

A consolidação de um parque exige etapas técnicas e participação social. Abaixo, um roteiro típico de implantação:

Etapa Para que serve
Criação legal Define limites, categoria e objetivos de conservação.
Plano de manejo Orienta zoneamento, uso público, pesquisa e fiscalização.
Conselho consultivo Garante voz a moradores, pesquisadores e órgãos públicos.
Regularização fundiária Ajusta situações de propriedade e acordos com lindeiros.
Infraestrutura mínima Implanta sinalização, acesso controlado e apoio a visitantes.
Monitoramento Acompanha fauna, flora, água e pressões antrópicas.

Políticas públicas e o tamanho da rede protegida

As unidades de conservação sob gestão estadual já cobrem cerca de um quinto do território paulista. O Morro Grande adiciona uma área estratégica junto à mancha urbana. A presença de um parque no cinturão da metrópole ajuda a reduzir desmatamento difuso e ocupação irregular. A gestão precisa de custeio estável, parcerias com universidades e cooperação com prefeituras.

Como você pode participar

  • Participe de audiências públicas do plano de manejo e apresente sugestões.
  • Inscreva-se em programas de voluntariado ambiental quando abrirem as vagas.
  • Pratique conduta de mínimo impacto nas trilhas e evite atalhos.
  • Apoie produtores rurais da zona de amortecimento que adotam práticas de baixo impacto.
  • Evite levar animais de estimação para áreas de fauna sensível.

Perguntas frequentes dos futuros visitantes

Quando vai abrir?

A previsão oficial é o primeiro semestre de 2026. A data exata depende de estudos, estrutura e segurança.

Quanto vai custar?

Valores e regras de acesso ainda serão definidos. Parques estaduais costumam adotar política de ingressos e isenções em faixas específicas.

Como chegar?

Entradas e rotas serão divulgadas com a abertura. O planejamento deve priorizar acessos controlados para reduzir conflito com fauna e minimizar impactos.

O que levar?

Água, protetor solar, chapéu, repelente, calçado fechado e sacola para seu lixo. Trilhas exigem atenção, sinalização e respeito à própria condição física.

Impactos esperados para Cotia e Ibiúna

O parque tende a estimular negócios ligados a turismo de natureza, alimentação e hospedagem familiar. Serviços ambientais valorizam propriedades próximas que adotam manejo compatível com a conservação. A presença de pesquisadores amplia oportunidades para escolas locais. Programas de educação ambiental ajudam a reduzir incêndios em períodos secos. A polícia ambiental e a equipe do parque ganham mais argumentos para coibir ocupações irregulares.

Termos que ajudam a entender a notícia

  • Proteção integral: categoria que prioriza conservação, pesquisa e educação, com uso público regrado e sem atividades extrativas.
  • Plano de manejo: documento técnico que regula o que pode e o que não pode em cada zona do parque.
  • Zona de amortecimento: área do entorno com diretrizes específicas para diminuir impactos na unidade.
  • Manancial: área que abriga nascentes, cabeceiras e cursos d’água usados para abastecimento público.

Pistas práticas para quem mora perto

Quer verificar se sua casa é abastecida pelo sistema Cotia? Consulte a conta de água e confirme a origem no atendimento da concessionária. Acompanhe mapas de qualidade da água divulgados pelos órgãos ambientais. Se você tem imóvel próximo, evite queimadas e mantenha cercas fora de áreas de preservação permanente. Em trilhas, priorize horários de menor calor para reduzir risco de exaustão.

Quando a floresta cresce, a água melhora. Quando a água melhora, a cidade respira melhor. O Morro Grande aponta nessa direção.

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