Sardinha em lata: 8 marcas testadas, preços de R$ 3,49 a R$ 16,40 — qual você leva hoje?

Sardinha em lata: 8 marcas testadas, preços de R$ 3,49 a R$ 16,40 — qual você leva hoje?

Da lancheira à mesa do jantar, a latinha que muitos de nós guardamos na despensa voltou ao centro das atenções.

Um painel de especialistas provou, às cegas, oito marcas de sardinha em óleo vendidas no Brasil e reacendeu uma pauta cara ao nosso dia a dia: o que define uma boa latinha, qual entrega mais sabor e qual rende mais pelo que você paga. A seguir, critérios, resultados e dicas práticas para você decidir sem arrependimentos.

O teste: como e por que

As amostras foram compradas como qualquer consumidor faria, em grandes redes e empórios da capital paulista, sem aviso às marcas. O júri avaliou aparência, textura, aroma, sal e sabor, sempre com as latas sem rótulo. Os preços se referem à segunda quinzena de outubro de 2025.

Integridade do peixe, pele presente e ponto de cozimento correto pesaram tanto quanto sal e aroma.

Critérios que pesam no garfo

  • Textura: firme, úmida, sem esfarelar.
  • Aspecto: filés íntegros, brilho equilibrado, pouca quebra no óleo.
  • Sabor: sal ajustado, sem amargor final nem gosto metálico.
  • Aroma: neutro ou suave, sem cheiro forte de peixe.
  • Pele e espinha: pele ajuda na textura e sabor; a espinha pode ser consumida, especialmente em preparos amassados.

Quando o óleo mostra muitos resíduos, a sardinha geralmente passou do ponto antes de ser enlatada.

Quem foi melhor no garfo

Top 3 na prova cega

A campeã foi a portuguesa Ramirez, que agradou pelo equilíbrio geral e pela carne íntegra. Entre as nacionais, Coqueiro e Pescador ficaram coladas, com bom sabor e visual bem cuidado. Veja o retrato resumido do desempenho e do bolso:

Marca Preço (R$) Peso drenado (g) Custo por 100 g drenados (R$) Impressão do júri
Ramirez 14,70 88 16,70 Textura precisa, sal equilibrado, aroma discreto, filés brilhantes e inteiros.
Coqueiro 5,99 75 7,99 Firme, aspecto íntegro, sabor redondo e aroma neutro.
Pescador 5,79 75 7,72 Boa medida de sal, visual limpo e sem escama solta.
Bon Apetit 16,40 84 19,52 Careceu de sabor; presença de escamas incomodou.
Gomes da Costa 5,89 75 7,85 Aspecto mediano; resíduos de salmoura atrapalharam, mas sal bem ajustado.
Nautique 3,49 84 4,16 Textura esponjosa e visual opaco; leve amargor no final.
88 5,49 75 7,32 Textura ok, mas faltou personalidade no sabor.
Robinson Crusoé 5,99 84 7,13 Visual brilhante, sal correto; retrogosto levemente amargo.

Óleo, azeite ou manteiga: o que muda

A maioria no supermercado vem em óleo, o que reduz o preço e garante oferta ampla. Versões em azeite tendem a destacar o sabor do peixe, enquanto algumas marcas apostam em manteiga para um perfil mais untuoso. Se o objetivo é usar as sardinhas em saladas frias, o azeite conversa melhor. Para refogar com molho de tomate ou para macarrão, as enlatadas em óleo funcionam muito bem.

Como escolher bem na prateleira

  • Agite levemente a lata: muito resíduo no óleo indica peixe quebradiço.
  • Prefira latas com informação de peso drenado clara; é isso que chega ao prato.
  • Sal: verifique a tabela nutricional se você controla sódio.
  • Procure sardinhas com pele; elas tendem a ficar mais firmes e saborosas.
  • Validade e lote: quanto mais próximo da safra de inverno no Atlântico sul, maior chance de peixe gordo.

Ideias práticas para o seu dia

Receitas rápidas que funcionam

  • Salada de macarrão: maionese leve, tomate, azeitona e cebola roxa com sardinha desfiada.
  • Tomate + batata: junte alcaparras, salsa e um fio do próprio óleo da lata.
  • Torrada de fermentação natural: tomate amassado, sardinha em lascas e pimenta-do-reino.
  • Guacamole à portuguesa: abacate, cebola, coentro e sardinha picada para dar corpo.
  • Cuscuz paulista e torta de liquidificador: a latinha entra como protagonista.

Sardinha já vem cozida e pasteurizada. Isso ajuda na praticidade e favorece preparos frios e quentes.

Nutrição, segurança e uso consciente

A sardinha é fonte relevante de ômega-3, cálcio (especialmente quando você amassa e consome as espinhas) e proteínas de alto valor biológico. Se você monitora sódio, drene o líquido e, se preferir, passe rapidamente os filés em água corrente antes de usar. Essa prática reduz sal, mas também leva parte dos lipídios aromáticos; ajuste o tempero na receita.

Ao escolher entre óleo e azeite, considere o preparo. Para refogar, o óleo da lata pode ir direto à panela e carregar sabor. Para pratos frios, use o conteúdo drenado e finalize com azeite novo e ácido (limão ou vinagre) para equilibrar a gordura natural do peixe.

E o bolso? o que rende mais

Preço por lata nem sempre conta a história inteira. O peso drenado mostra quanto produto sólido você recebe. Pelos números coletados, a Nautique aparece como a opção mais barata por 100 g drenados, enquanto a Ramirez lidera no conjunto da obra, mas custa mais que o dobro por 100 g em relação às nacionais Coqueiro e Pescador. Se você busca melhor relação custo-sabor, Coqueiro e Pescador entregam consistência e preço competitivo. Para uma experiência mais refinada, a portuguesa Ramirez vale como escolha ocasional.

Detalhes que elevam o resultado

  • Acidez: um toque de limão ou vinagre corta gordura e realça doçura natural do peixe.
  • Temperos: pimenta-calabresa, páprica defumada e ervas frescas (salsa, coentro) sobem o nível sem esforço.
  • Textura: misture a sardinha só no final para evitar que desmanche.
  • Armazenamento: após abrir, transfira para pote fechado, cubra com azeite e mantenha refrigerado por até dois dias.

Para ir além da latinha

Quer variar? Faça um escabeche rápido com cebola, louro e vinagre e use a sardinha enlatada como base, repousando por 30 minutos antes de servir. Outra ideia é assar batatas em rodelas, cobrir com sardinha, tomate e azeitona, levar ao forno alto por 10 minutos e finalizar com salsinha. Você ganha praticidade sem abrir mão de sabor.

Se o objetivo é nutricional, monte um prato com folhas escuras, grãos (feijão-fradinho ou grão-de-bico) e sardinha drenada. Essa combinação equilibra proteína, fibra e gordura boa e sustenta o almoço de quem vive na correria.

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