No meio da tarde, moradores pararam, lojas fecharam e sinais apagaram. As conexões sumiram e o calor cobrou seu preço.
Itacoatiara, Silves e Itapiranga, no interior do Amazonas, sofreram uma interrupção repentina de energia por volta das 14h55 desta sexta-feira. A Amazonas Energia atribuiu o colapso ao desligamento inesperado de uma linha de transmissão de 138 kV que abastece os três municípios e acionou equipes para inspeção e recomposição do sistema.
O que aconteceu
Um desligamento na linha de 138 kV tirou do ar o fornecimento que atende de forma conjunta Itacoatiara, Silves e Itapiranga. O evento ocorreu perto das 14h55. A distribuidora enviou equipes de manutenção para identificar a causa e restabelecer os circuitos afetados.
Desligamento em linha de 138 kV interrompeu o fornecimento às 14h55 em três cidades do interior do Amazonas.
Em Itacoatiara, moradores relataram instabilidade de telefonia e internet. Às 17h10, os serviços de comunicação seguiam com falhas. O comércio reduziu atendimento e alguns semáforos deixaram de operar, o que impactou o trânsito em vias centrais.
Telefonia e internet em Itacoatiara apresentaram falhas no período da tarde; semáforos sem operação exigiram atenção redobrada de motoristas e pedestres.
Impactos nas cidades
A interrupção atingiu atividades cotidianas. O trânsito ficou mais lento em trechos com sinalização apagada. Lojas e prestadores de serviço suspenderam operações por falta de energia. Moradores passaram a priorizar o uso de baterias de celulares e a conservação de alimentos.
Panorama rápido por município
| Município | Energia elétrica | Telecomunicações | Trânsito |
|---|---|---|---|
| Itacoatiara | Interrupção a partir de 14h55 | Instabilidade até 17h10 | Semáforos apagados em pontos da cidade |
| Silves | Interrupção a partir de 14h55 | Não informado | Não informado |
| Itapiranga | Interrupção a partir de 14h55 | Não informado | Não informado |
Por que uma linha de 138 kV é decisiva
Linhas de 138 kV funcionam como corredores que conectam usinas e subestações a cidades e áreas industriais. Quando um trecho abre por proteção ou falha, a carga de municípios inteiros pode se desconectar de uma só vez. Em regiões com longas distâncias entre pontos de alimentação, um desligamento em linha única reduz alternativas de remanejamento imediato.
Proteções atuam para evitar danos maiores. Disjuntores separam o trecho comprometido. Equipes analisam registros, checam torres, isoladores e conexões e só então iniciam a recomposição com manobras graduais. O processo precisa evitar sobrecargas e disparos em cascata.
Como a rede volta a operar
- Inspeção de campo para verificar torres, cabos, isoladores e vegetação próxima.
- Leitura de oscilografias e registros de proteção para localizar a origem do evento.
- Manobras de recomposição com cargas escalonadas para estabilizar tensão e frequência.
- Teste de telecomando e de relés antes de liberar o circuito para operação plena.
Reflexos no cotidiano e segurança viária
Semáforos apagados alteram regras básicas de travessia e preferência. Motoristas precisam reduzir a velocidade e negociar a passagem em cada cruzamento. Pedestres devem aguardar brechas maiores e evitar correr entre carros. Empresas de transporte ajustam rotas quando possível para fugir de gargalos.
Cruzamentos sem sinal exigem condução defensiva: velocidade baixa, comunicação por gestos e prioridade à vida.
Comércio e serviços que dependem de internet adiam entregas e pagamentos eletrônicos. Donos de pequenos negócios passam a aceitar somente dinheiro. Clínicas e escritórios priorizam atendimentos urgentes e remarcações. A rotina doméstica muda para conservar alimentos e economizar bateria.
O que o consumidor pode fazer agora
- Desligar eletrônicos sensíveis da tomada para evitar danos na volta da energia.
- Usar a carga do celular com moderação e ativar o modo economia.
- Manter portas de geladeira e freezer fechadas para preservar a temperatura.
- Ao dirigir, reduzir a velocidade e tratar cruzamentos semáforos como preferenciais de conversação.
- Anotar protocolos de atendimento junto à distribuidora sempre que registrar ocorrência.
- Guardar nota e fotos se algum equipamento queimar; isso ajuda em eventual pedido de ressarcimento.
Se houve dano em equipamento, quais são seus direitos
Consumidores podem solicitar ressarcimento à distribuidora por danos elétricos atribuídos à rede. O pedido deve ser feito em até 90 dias a partir do evento. A empresa tem até 10 dias para vistoria, ou 1 dia quando o equipamento conserva alimentos ou é essencial ao bem-estar. A resposta costuma sair em até 15 dias após a vistoria. Em caso de aprovação, o pagamento ou conserto deve ocorrer em até 20 dias.
Guarde documentos: número de série, marca, modelo, orçamento do conserto e registro do dia e horário da ocorrência ajudam a acelerar a análise. Se o equipamento for necessário no dia a dia, aguarde a vistoria antes de enviar para reparo, salvo orientação formal da distribuidora.
O que a concessionária informou
A Amazonas Energia comunicou que equipes de manutenção foram acionadas logo após o desligamento. Técnicos percorrem a linha para apontar a origem do problema e realizar manobras de recomposição com segurança. A companhia orienta usuários a registrar ocorrências por canais de atendimento e a manter equipamentos desligados até a normalização.
Entenda os riscos e como se preparar
Falhas em linhas de transmissão podem ocorrer por descargas atmosféricas, interferências na faixa de servidão, defeitos em isoladores e atuação de proteção. Em regiões com grandes distâncias entre subestações, a redundância pode ser limitada, o que amplia o tempo de recomposição em certos cenários climáticos ou logísticos.
Uma preparação simples reduz impactos em eventos como o desta sexta-feira. Um kit com lanterna, pilhas, extensão, carregador portátil e água ajuda a atravessar as primeiras horas. Planeje o armazenamento de alimentos, mantenha medicamentos refrigerados com gelo quando necessário e combine um ponto de encontro com familiares caso a comunicação falhe.
Checklist rápido para próximos apagões
- Ter ao menos um power bank carregado.
- Guardar velas com suporte estável e fósforos em local conhecido.
- Identificar a chave geral da residência para desligar o circuito se houver odor de queimado.
- Separar dinheiro físico para emergências quando sistemas de pagamento falharem.
- Registrar hora do início e do fim da interrupção para fins de comprovação.
