Seu sobrenome está na lista do IBGE? veja os 30 mais comuns e por que Silva lidera com 34 milhões

Seu sobrenome está na lista do IBGE? veja os 30 mais comuns e por que Silva lidera com 34 milhões

Seu sobrenome guarda pistas sobre origens, fé e fluxos migratórios brasileiros. Uma nova base pública reacendeu curiosidade e comparação entre famílias.

O IBGE publicou, pela primeira vez, a contagem nacional de sobrenomes do Censo 2022. A lista revela padrões de herança portuguesa, marcas da religiosidade e traços de mobilidade social e geográfica.

O que a lista revela

Silva aparece no topo e concentra 34 milhões de brasileiros. O sobrenome nasceu do latim “silva”, ligado a matas e florestas, e se espalhou por diferentes regiões ao longo de séculos. Santos surge em segundo, com 21,4 milhões de registros. A tradição católica explica parte do uso: a abreviação de “Todos os Santos” marcou batismos em 1º de novembro e identificou convertidos durante períodos de perseguição religiosa.

Silva reúne 34 milhões de pessoas (17% do país) e Santos soma 21,4 milhões (10,5%). Juntos, os dois abarcam mais de um quarto da população.

A lista também reforça a força de prenomes clássicos. Maria segue como o prenome feminino mais frequente. José continua líder entre os homens. Esses nomes, combinados a sobrenomes recorrentes, criam milhões de homônimos no cadastro civil e nos sistemas públicos.

Por que tantos Silva e Santos

Silva prosperou por simplicidade e capilaridade. Famílias de origens diversas adotaram o termo ao longo do período colonial e pós-colonial. Registros paroquiais, cartas de alforria e práticas administrativas normalizaram essa opção. Santos, associado ao calendário religioso, ganhou tração em regiões de forte presença católica e em processos de conversão. Ambos cruzaram classes sociais e fronteiras internas, do litoral às fronteiras agrícolas.

Os 30 sobrenomes líderes

O levantamento do Censo 2022 permite comparar a escala de cada família nominal. Abaixo, os 30 mais frequentes, com os totais informados pelo IBGE.

Posição Sobrenome Total de pessoas
1 Silva 34.030.104
2 Santos 21.367.475
3 Oliveira 11.708.947
4 Souza 9.197.158
5 Pereira 6.888.212
6 Ferreira 6.226.228
7 Lima 6.094.630
8 Alves 5.756.825
9 Rodrigues 5.428.540
10 Costa 4.861.083
11 Sousa 4.797.390
12 Gomes 4.046.634
13 Nascimento 3.609.232
14 Araújo 3.460.940
15 Ribeiro 3.127.425
16 Almeida 3.069.183
17 Jesus 2.859.490
18 Barbosa 2.738.119
19 Soares 2.615.284
20 Carvalho 2.599.978
21 Martins 2.576.764
22 Lopes 2.337.914
23 Vieira 2.102.389
24 Rocha 2.044.495
25 Dias 2.035.387
26 Gonçalves 2.028.298
27 Fernandes 1.835.974
28 Santana 1.815.982
29 Andrade 1.707.452
30 Batista 1.703.130

Duas grafias, duas histórias

Souza e Sousa aparecem separadamente. O IBGE tratou as grafias como sobrenomes distintos. Essa escolha permite observar trajetórias familiares diferentes. Em muitos casos, a variação reflete escritas paroquiais, migrações internas e preferências regionais.

Variações ortográficas contam histórias próprias. A grafia da sua família pode apontar rota, tempo e rede de parentesco.

O que isso diz sobre o Brasil

A lista retrata a forte influência portuguesa e religiosa no padrão onomástico. Sobraram marcas de ocupação do território, expansão de fronteiras agrícolas e urbanização. Sobrenomes com origem em profissões e topônimos convivem com referências cristãs e patronímicos. Ex-escravizados, ao acessar documentos civis, muitas vezes adotaram nomes amplamente usados, como Silva, Santos e Jesus, o que aumentou a presença desses termos.

Imigrações europeias, árabes e asiáticas introduziram outras linhagens, mas em menor escala nacional. Em várias cidades, apelidos de origem italiana, alemã e japonesa formam bolsões locais, sem chegar ao topo nacional.

Como isso afeta você

  • Genealogia: a frequência ajuda a calibrar buscas por registros antigos e a priorizar localidades prováveis.
  • Identificação civil: homônimos exigem mais conferência de dados, como CPF e data de nascimento.
  • Serviços públicos: cadastros deve usar múltiplos identificadores para evitar trocas de prontuários.
  • Negócios e dados: empresas podem ajustar modelos de deduplicação e qualidade de base de clientes.
  • Educação: professores podem usar o tema para ensinar história social e formação do país.

Maria e José seguem no topo dos prenomes

Os dados do Censo 2022 confirmam a liderança de Maria entre as mulheres e de José entre os homens. O par domina certidões há décadas e combina com diferentes sobrenomes, multiplicando repetições nas cidades.

Maria e José continuam como os prenomes mais comuns do Brasil. A tradição resiste à moda de nomes raros.

Como consultar os dados

O portal do IBGE mantém uma ferramenta de busca com informações de sobrenomes usados por pelo menos 100 pessoas. A consulta mostra popularidade, origem etimológica e municípios com maior concentração. Quem não encontra sua grafia pode testar variações comuns ou composições com hífen.

Metodologia e limites

O levantamento usa respostas do Censo 2022. O instituto contabiliza ocorrências por sobrenome, considera grafias distintas e lista apenas termos com volume mínimo. A soma reflete pessoas que declaram aquele sobrenome na composição do registro civil. Homônimos com múltiplos sobrenomes entram na contagem do termo específico.

Variações regionais de grafia, migrações recentes e erros de digitação afetam a precisão. Mesmo assim, a escala da base oferece um retrato robusto para análises demográficas e históricas.

Dicas práticas para interpretar seu sobrenome

  • Busque a origem: muitos termos têm raiz latina, cristã ou toponímica. Isso já aponta a porta de entrada da família.
  • Olhe o mapa: concentre sua investigação nas regiões onde o sobrenome aparece com mais força.
  • Cruze com prenomes: combinações específicas reduzem homônimos e afunilam registros paroquiais.
  • Considere a cronologia: mudanças de grafia costumam surgir em casamentos, batismos e migrações.

Pesquisadores podem usar a série para simular probabilidade de homonímia por cidade e reduzir ruído em bases de dados. Gestores de saúde e educação ganham um indicador extra para qualificar identificação de usuários. Para famílias, a lista abre caminho para organizar árvores genealógicas e recuperar a memória de antepassados.

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