Superlua e Plêiades juntas hoje à noite: você vai perder as 7 irmãs coladinhas à Lua cheia?

Superlua e Plêiades juntas hoje à noite: você vai perder as 7 irmãs coladinhas à Lua cheia?

Olhe para o céu esta noite: um espetáculo raro promete encantar quem curte fotografia, mitos antigos e mapas estelares.

O brilho da Lua cheia chega com um convidado especial. Um aglomerado de estrelas de tirar o fôlego chega tão perto no céu que a cena vira assunto obrigatório para quem gosta de observar. O encontro marca a maior Superlua de 2025 e dá palco às Plêiades, o famoso grupo apelidado de “sete irmãs”.

Quando e onde olhar

A conjunção aparente domina o começo da noite. O par surge baixo no horizonte a nordeste logo após o pôr do Sol. A altura aumenta rápido, o que ajuda quem tem prédios ou morros no caminho.

  • Logo após o anoitecer: Lua e Plêiades visíveis a leste-nordeste, ainda baixos.
  • Por volta de 0h50: o par atinge cerca de 42° de altura, rumo ao norte.
  • Até 4h40: os astros se despedem baixando ao noroeste.

Máxima aproximação aparente: quinta-feira (6), às 12h51 (horário de Brasília). Observação prática: a melhor janela é a noite de quarta (5).

A Lua estará deslumbrante, com magnitude aparente de -12,8. As Plêiades brilham a magnitude 1,3. Ambas repousam visualmente na constelação de Touro. O contraste chama atenção até a olho nu, e fica ainda melhor com binóculos.

O que torna esta Lua diferente

Não é uma cheia qualquer. O disco lunar aparece 7,9% maior e cerca de 16% mais brilhante do que o padrão. A razão é geométrica, e cabe em uma palavra: perigeu.

A órbita da Lua é elíptica. Em um ponto, ela se aproxima mais da Terra (perigeu). Em outro, se afasta (apogeu). Quando a fase cheia acontece perto do perigeu, o diâmetro aparente aumenta e o brilho cresce.

Nesta noite, a fase cheia ocorre poucas horas antes do perigeu. O resultado é a maior Superlua do ano de 2025.

Perigeu vs. apogeu: números que contam

Parâmetro Perigeu Apogeu
Distância Terra–Lua (média) ≈ 356.000 km ≈ 406.000 km
Tamanho aparente Maior Menor
Efeito percebido Até +8% no diâmetro e +16% no brilho Menor disco e brilho reduzido

A olho nu, essa diferença nem sempre salta aos olhos sem comparação direta. Mas em fotos lado a lado a variação fica clara.

Quem são as “sete irmãs”

As Plêiades formam o aglomerado aberto Messier 45. É um dos alvos mais fáceis do céu profundo para iniciantes. Ele aparece como uma pequena miniatura da Ursa Maior, envolta por um tom azulado. O conjunto fica próximo ao “ombro” do Touro e pode ser visto mesmo sob céu urbano moderado.

  • Objeto Messier mais próximo da Terra e um dos mais notórios do céu profundo.
  • Magnitude integrada em torno de 1,6, perceptível a olho nu como um cachinho luminoso.
  • Mais de mil estrelas estimadas, com cem ou mais visíveis em telescópios amadores.

Cadê a sétima estrela?

Muitos enxergam seis estrelas principais. O apelido “sete irmãs” nasceu quando a visão a olho nu destacava sete astros com facilidade. Com o passar dos séculos, a configuração mudou levemente. Pleione, uma estrela de brilho variável, aproximou-se de Atlas no céu. As duas se confundem para a visão desarmada, funcionando como um único ponto luminoso.

Hoje, a dupla Atlas–Pleione parece uma estrela só a olho nu. Binóculos 10x já ajudam a separar as duas.

Como observar melhor

Você não precisa de telescópio. Na verdade, um telescópio costuma ter campo de visão pequeno demais para enquadrar Lua e Plêiades juntas. Um bom par de binóculos faz diferença.

  • Binóculos recomendados: 7×50 ou 10×50, com campo amplo e boa captação de luz.
  • Local: procure horizonte nordeste desobstruído. Suba alguns andares ou vá a um parque aberto.
  • Horário: no começo da noite, a Lua exibe tom alaranjado pela refração atmosférica.
  • Truque do “tamanho”: perto do horizonte, o cérebro amplia a Lua. Isso ajuda na foto com prédios, árvores e esculturas.

Dicas rápidas de fotografia

  • Smartphone: modo noite desligado para a Lua (evita “estouro” do disco). Use HDR para equilibrar a cena.
  • Câmera: ISO baixo (100–200) e velocidade rápida para a Lua (1/250–1/500). Para as Plêiades, faça uma segunda foto mais longa e use bracketing.
  • Estabilidade: tripé e disparo temporizado reduzem tremor. Apoie os cotovelos se não tiver tripé.
  • Composição: inclua referências urbanas para escala e contexto.

Marés e impactos práticos

Com a Lua mais perto, as marés tendem a subir um pouco. Esse efeito vem do perigeu, não da fase cheia. Em regiões costeiras, pesca de barranco e navegação de pequena escala podem sentir variações nas janelas de maré.

  • Checar tábuas de maré locais ajuda a planejar travessias e pescarias.
  • Ondas de tempestade dependem do tempo e do vento, não apenas da posição da Lua.

Guia rápido do que você vai ver

Lua cheia muito brilhante, colada ao cachinho azulado das Plêiades, ambas em Touro, visíveis a olho nu e lindas em binóculos.

  • Magnitude da Lua: -12,8.
  • Magnitude do aglomerado M45: 1,3.
  • Altura máxima aproximada: 42° por volta de 0h50.

Ideias para quem quer ir além

Experimente comparar cores. A Lua próxima ao horizonte ganha tom alaranjado. As Plêiades mantêm o azul frio. Esse contraste cromático ajuda a treinar a percepção astronômica. Faça um esboço do campo em papel, marcando pontos luminosos e intensidades. Refaça o desenho uma hora depois para notar a rotação do céu.

Outra atividade útil é a técnica do “star hopping”. Parta de Aldebarã, a estrela alaranjada de Touro, e avance em direção ao “ombro” até o enxame. Esse trajeto, repetido em noites diferentes, melhora a orientação entre constelações e prepara o observador para outros alvos, como Híades e o aglomerado do Presépio. Para crianças, vale propor uma contagem de quantas “irmãs” cada um consegue ver sem auxílio e depois com binóculos, registrando as diferenças.

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