Tempestades com ventos de 100 km/h em 16 estados e DF: sua rua pode alagar nas próximas 24h?

Tempestades com ventos de 100 km/h em 16 estados e DF: sua rua pode alagar nas próximas 24h?

O tempo virou de repente, com nuvens altas, abafamento e trovões isolados ao longo do dia. Famílias adiaram planos e redobraram cuidados.

Entre a manhã deste domingo (2) e a manhã de segunda (3), o cenário ganha força em grande parte do país. O Inmet emitiu avisos que cobrem 16 estados e o Distrito Federal, com potencial para chuva volumosa, rajadas intensas e queda de granizo em áreas específicas.

Onde as nuvens mais carregadas devem agir

Cinco estados estão sob aviso laranja para tempestades, válido das 10h de domingo às 10h de segunda. O nível indica perigo com chance de transtornos. A maior atenção se concentra em Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo.

Previsão de picos de 100 km/h no vento e até 100 mm de chuva em 24 horas nas áreas em laranja.

Atenção máxima no Sul, Sudeste e MS

  • Mato Grosso do Sul: faixas do leste do estado com pancadas intensas e rajadas.
  • Minas Gerais: Triângulo/Alto Paranaíba, Oeste, Sul/Sudoeste, Zona da Mata, Campo das Vertentes, Central Mineira e região metropolitana de Belo Horizonte.
  • Paraná: Norte Pioneiro, Noroeste e Norte Central com risco de granizo local.
  • Rio de Janeiro: Centro, Sul e Região Metropolitana com potencial para alagamentos pontuais.
  • São Paulo: de Presidente Prudente a Vale do Paraíba, passando por Araçatuba, Assis, Marília, São José do Rio Preto, Campinas, Bauru, Piracicaba, Ribeirão Preto, Araraquara, Itapetininga e a Macro Metropolitana.

Nesse grupo, a combinação de calor, umidade e linhas de instabilidade deve provocar temporais de curta duração, porém muito intensos. Ruas com drenagem deficiente podem acumular água rapidamente. Árvores de grande porte ficam vulneráveis às rajadas.

Quem mais pode ter chuva forte

Além das áreas em perigo, há aviso amarelo para tempestades em nove estados: Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo. Outro aviso amarelo, voltado a chuvas intensas, vale para Amazonas, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.

Em áreas com aviso amarelo, o vento pode chegar a 60 km/h, com até 50 mm de chuva e chance isolada de granizo.

Os dois avisos amarelos podem se sobrepor em alguns estados. Isso significa que, mesmo fora do núcleo de maior perigo, há condição para transtornos localizados, especialmente no fim da tarde e na noite.

O que significam as cores do Inmet

  • Amarelo (perigo potencial): tempo com risco baixo a moderado para atividades ao ar livre; acompanhe as atualizações e evite exposição desnecessária.
  • Laranja (perigo): tempestades com potencial de danos; redobre a vigilância e siga orientações da Defesa Civil.
  • Vermelho (grande perigo): fenômenos de intensidade excepcional e alta probabilidade de danos severos; siga instruções oficiais e prepare medidas de emergência.

Riscos imediatos e números de referência

Os temporais associados a núcleos de convecção forte costumam produzir descargas elétricas frequentes, vento destrutivo e granizo. Em área urbana, o risco principal é alagamento rápido em vias com bueiros obstruídos. Em área rural, estragos em lavouras e quedas de postes podem interromper o fornecimento de energia.

Tipo de aviso Unidades Fenômeno previsto Referências
Laranja (tempestades) MS, MG, PR, RJ, SP Temporal com raios, rajadas, granizo Vento até 100 km/h; chuva até 100 mm/dia
Amarelo (tempestades) ES, GO, MT, MS, MG, PR, RJ, SC, SP Chuva forte isolada com raios Vento até 60 km/h; até 50 mm/dia
Amarelo (chuvas intensas) AM, BA, DF, ES, GO, MA, MT, MG, PA, RO, RR, TO Chuva persistente Vento até 60 km/h; até 50 mm/dia

Vigência dos avisos principais: das 10h de domingo (2) às 10h de segunda-feira (3).

Medidas práticas agora

  • Desligue eletrônicos e, se necessário, o disjuntor geral em áreas de maior risco de inundação.
  • Evite ficar sob árvores e postes durante rajadas; galhos e estruturas podem ceder.
  • Não estacione sob outdoors, placas e torres de transmissão durante o vento forte.
  • Proteja documentos e equipamentos em sacos plásticos resistentes se houver chance de água invadir o imóvel.
  • Antecipe deslocamentos; dirigir sob cortina de chuva aumenta o risco de aquaplanagem.
  • Em encostas, observe trincas, portas que emperram, estalos no terreno e água barrenta; sinais pedem saída imediata para local seguro.

Para quem vive em encostas e áreas sujeitas a alagamentos

Separe rota de fuga, defina ponto de encontro com familiares e combine contato com vizinhos. Não tente atravessar enxurradas a pé ou de carro. A lâmina d’água esconde buracos e correntezas capazes de arrastar veículos.

Como acompanhar a evolução nas próximas horas

Observe o céu ao longo da tarde: aumento rápido de nuvens do tipo cumulonimbus, trovoadas ao longe e queda de temperatura antecedem as pancadas. Se o vento mudar de direção e refrigerar o ar de forma abrupta, o núcleo está se aproximando. A partir disso, feche janelas, recolha objetos soltos e mantenha celulares carregados.

Checklist de 5 minutos

  • Carregar bateria do celular e lanternas.
  • Desobstruir calhas e ralos próximos.
  • Recolher vasos, lonas e ferramentas do quintal.
  • Separar documentos, remédios e uma muda de roupa em mochila impermeável.
  • Salvar contatos da Defesa Civil local e do Corpo de Bombeiros.

Por que estes temporais se intensificam nesta época

Na primavera, o aquecimento diurno acelera a formação de nuvens de grande desenvolvimento vertical. A umidade que avança da Amazônia alimenta as linhas de instabilidade no Centro-Sul. Frentes frias que cruzam o Sul e o Sudeste servem de gatilho, concentrando vento e chuva em curtos períodos. O resultado são episódios localizados, porém severos.

Oscilações de temperatura do Atlântico e do Pacífico também modulam a convecção. Quando o ar em níveis médios está mais seco, cresce a chance de granizo, pois o contraste térmico favorece correntes ascendentes vigorosas. Em dias como o de hoje, esse conjunto cria tempestades capazes de derrubar árvores e interromper o fornecimento de energia.

Como avaliar o risco na sua rua

  • Inclinação da via: ruas em fundo de vale acumulam água com mais facilidade.
  • Drenagem visível: bueiros cobertos por folhas ou lixo elevam a lâmina d’água.
  • Histórico recente: se a última chuva forte alagou em menos de 15 minutos, considere sair antes do pico da tempestade.
  • Redes elétricas: fiações antigas e postes inclinados indicam maior vulnerabilidade ao vento.

Para quem trabalha no campo, vale ajustar janelas de plantio e colheita quando avisos laranja forem emitidos. Coberturas temporárias podem reduzir perdas por granizo, e o monitoramento de radar ajuda a pausar atividades minutos antes da chegada das células mais intensas.

No transporte, empresas de ônibus e logística podem aplicar planos de contingência com rotas alternativas, previsão de atrasos e ampliação do tempo de condução. Em aeroportos regionais, rajadas acima de 60 km/h tendem a gerar restrições operacionais de curto prazo. Manter equipes informadas reduz impactos e evita decisões precipitadas sob chuva forte.

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