Tons pastel estão em alta — veja como usar em cada canto da casa

Os tons pastel invadiram vitrines, feeds e salas de estar. A questão real é: como levar essa leveza para cada canto da casa sem cair no “fofo demais” ou perder personalidade?

Era sábado, o sol batendo de lado na estante e o cheiro de café espalhado pela cozinha. A parede da sala, que até ontem era um bege qualquer, agora respirava um rosa chá suave que fez o sofá parecer novo e as plantas mais verdes. Uma amiga entrou, olhou em volta, tirou os sapatos sem falar nada e sentou com um sorriso que dizia: “Aqui a luz ficou mais gentil”. O dia seguiu com música baixa, conversas soltas e a sensação de que a casa tinha desacelerado um pouco. E algo virou a chave.

Pastel no cotidiano: luz, respiro e personalidade

Tons pastel funcionam como filtro de bom humor: o ambiente fica mais claro, a sombra fica menos dura e o olho descansa. É uma linguagem que abraça, sem dominar. No fim, é **menos saturação, mais calma**.

Pense numa cozinha estreita pintada de verde sálvia: a bancada parece maior, os utensílios brilham, e a manhã ganha cara de café de bairro. Em lojas de tinta, relatos se repetem: quando os tons “lavados” chegam, eles somem. Isso não é só moda, é desejo de casa que respira.

O segredo está no subtom e na reflexão de luz. Amarelos manteiga aquecem sem pesar; azuis acinzentados refrescam sem ficar frios. Veja como a cor conversa com madeira, metal e tecido. As cores sussurram, não gritam.

Como usar em cada canto da casa

De sala a varanda, uma regra simples salva: **60-30-10**. Sessenta de base neutra (off-white quente, areia clara), trinta do pastel eleito (lavanda, sálvia, pêssego), dez de contraste profundo (grafite, marinho, madeira escura). Com isso, a casa fica coerente, e cada cômodo ganha sotaque.

Erros? Excesso de tons açucarados, tudo “combinandinho” e falta de textura. Traga equilíbrio com preto fosco, aço escovado ou fibras naturais. Todo mundo já viveu aquele momento em que a decoração parece um filtro do celular. Sejamos honestos: ninguém faz isso todos os dias.

No living, parede rosa chá + sofá cinza + quadro com traço preto dá elegância sem drama. No quarto, cabeceira azul céu + linho cru + luz amarela baixa convida ao sono. No banheiro, toalhas verde sálvia já mudam o tom do espelho. Na varanda, vasos terracota com flores lilás trazem frescor instantâneo.

“Pastel não é cor tímida; é escolha de quem quer suavidade com intenção.”

• Sala: nude rosado + cinza quente + detalhe grafite.
• Cozinha: armários inferiores sálvia + azulejo branco + puxadores bronze.
• Quarto: azul acinzentado + linho cru + madeira clara.
• Banheiro: bege amanteigado + toalhas verdinhas + espelho redondo preto.
• Varanda: pêssego queimado nos vasos + folhagens robustas.

Quando a moda passa, a casa fica

Pastel não precisa virar uniforme da casa. Pode ser a manta que aparece no outono, a tinta de uma parede que muda o astral ou a cerâmica da cozinha que suaviza as manhãs. Misture com aquilo que você já ama: madeira vivida, livros gastos, lembranças de viagem. O tom suave não apaga o que é seu; ele destaca. E, sim, dá para ser contemporâneo sem cair no clichê do “quartinho de bebê”: traga linhas retas, materiais honestos e um ponto de contraste. A casa agradece. E você sente. Porque o que fica, no fim, é o jeito como a luz encosta nas coisas todos os dias.

FAQ :

• Quais tons pastel combinam com madeira?Verde sálvia, pêssego queimado e azul acinzentado realçam veios sem pesar.
• Pastel funciona em apartamento pequeno?Sim. Amplia a luz visual; use 60-30-10 e limite a paleta a 2-3 cores.
• Como evitar o look “infantil”?Inclua linhas retas, preto ou grafite e materiais naturais. Priorize formas simples.
• Dá para usar pastel na cozinha?Sim. Armários inferiores sálvia, azulejo branco e puxadores bronze ficam atemporais.
• Começo pela tinta ou pelos objetos?Comece por têxteis e luminárias. Teste amostras de tinta na parede em horários diferentes.