Tarifas acessíveis, horários marcados e integração ao metrô prometem mudar sua rotina entre Campinas, Jundiaí e a capital diariamente.
A ligação ferroviária entre São Paulo e Campinas ganhou datas, rota e metas claras. O projeto nasce com proposta de previsibilidade, conforto e redução consistente no tempo de viagem, mirando um público que hoje depende de carro, ônibus e fretados.
Obras começam em maio de 2026
A TIC Trens iniciará as obras do Trem Intercidades em maio de 2026, começando pelo trecho Jundiaí–Campinas. O CEO, Pedro Moro, confirmou que o pedido de licença ambiental deste segmento será protocolado nas próximas semanas, passo prévio para montar canteiros e mobilizar frentes de trabalho.
As frentes de obra serão abertas primeiro entre Jundiaí e Campinas, um trecho greenfield, com canteiro iniciado do zero.
O segmento mais complexo, entre Jundiaí e São Paulo, está programado para começar em abril de 2027. Ele exigirá intervenções na Linha 7-Rubi, com ajustes em acessos e plataformas para acomodar o TIC e o tráfego de cargas, além de manter a operação diária dos trens metropolitanos.
Fase Jundiaí–Campinas: canteiro de obras do zero
Nessa etapa, a concessionária constrói infraestrutura e sistemas em faixa dedicada, sem conflitos com linhas existentes. Essa condição acelera o cronograma inicial e facilita a instalação de trilhos, eletrificação, sinalização e pátios de manutenção. A estratégia busca entregar um avanço físico visível já nos primeiros meses, enquanto licenças e projetos executivos amadurecem no restante do traçado.
Trecho Jundiaí–São Paulo: adaptações na Linha 7-Rubi
Entre Jundiaí e a capital, a obra convive com a malha atual. A TIC Trens já mapeia melhorias que conseguem executar antes da chegada do canteiro principal, para reduzir impacto no dia a dia do passageiro metropolitano. O plano envolve ampliar acessos de estações, reorganizar plataformas e criar soluções de circulação para o TIC e cargas.
- Ampliação de acessos e circulação em estações da Linha 7-Rubi;
- Adequações para a passagem segura do TIC e do tráfego de cargas;
- Fases de obra planejadas para manter o serviço metropolitano.
Quanto você paga e quanto tempo você ganha
A viagem de trem entre Campinas e São Paulo terá tempo estimado de cerca de uma hora, com estação terminal em Água Branca e integração ao metrô. A tarifa média prevista ficará entre R$ 50 e R$ 64, patamar que mira competir com ônibus regulares, fretados e o carro individual.
De Campinas ao centro expandido de São Paulo, o trajeto de carro no pico leva ao menos duas horas; o TIC mira cerca de uma hora.
| Modo | Tempo estimado | Tarifa prevista | Observações |
|---|---|---|---|
| Trem Intercidades (TIC) | ~1h | R$ 50 a R$ 64 | Horário marcado e integração na Água Branca |
| Carro no pico | 2h ou mais | Variável | Dependência do trânsito e de pedágios |
| Ônibus/fretado | Dependente do trânsito | Faixa de mercado | Sujeito a congestionamentos na chegada a SP |
O apelo central do TIC está na previsibilidade. O passageiro escolhe o horário, compra com antecedência e sabe a hora de chegada. Para quem trabalha com agenda apertada ou precisa bater prazos, essa diferença muda decisões diárias e reduz incerteza.
Demanda e perfil de uso
A concessionária projeta até 45 mil passageiros por dia. A maior parte tende a trabalhar entre as duas regiões, mas o projeto mira um público diverso, que inclui viagens para eventos, shows, provas, consultas e compromissos acadêmicos. Essa mescla de motivos dilui picos, ajuda a distribuir demanda por faixa horária e sustenta a lógica de trens com horário marcado.
O sistema nasce desenhado para horários de maior movimento, com oferta calibrada para o pico da manhã e do fim da tarde. Mesmo assim, a operação não copia a lógica do transporte metropolitano de alta frequência. O usuário deverá ajustar deslocamentos ao bilhete escolhido e à janela de embarque.
Licenças, cronograma e metas
O pedido de licença ambiental do trecho inicial prepara o terreno para o cronograma. Enquanto isso, a engenharia detalha projetos, define interferências e negocia janelas de obra para o segmento metropolitano. A meta de entrada em operação está fixada para 2031, uma janela que combina construção, testes e comissionamento de sistemas.
- Maio de 2026: início das obras no trecho Jundiaí–Campinas;
- Abril de 2027: início das intervenções entre Jundiaí e São Paulo;
- 2031: previsão de início de operação comercial.
O que esperar da estação terminal
Água Branca concentrará a chegada do TIC e oferecerá conexão direta à rede metropolitana. Essa ancoragem facilita a última perna da viagem até regiões de negócios e estudo. A área no entorno tende a receber melhorias de acesso, sinalização e circulação, com foco no embarque e desembarque organizados.
Impactos na rotina e como se preparar
Para quem cruza diariamente o eixo Campinas–São Paulo, o trem deve reduzir atrasos crônicos. O ganho de tempo abre espaço para reorganizar agendas, diluir deslocamentos e negociar horários com empresas. Quem usa carro pode migrar em dias de rodovias críticas; quem já usa fretado terá uma alternativa com janela fixa de chegada.
Quem pensa no bolso encontra uma faixa de preço comparável a serviços rodoviários, com o bônus de chegar em cerca de uma hora. Em viagens planejadas, a compra antecipada tende a virar hábito, como já ocorre em serviços de média distância no Brasil e no exterior.
Riscos, ajustes e o que ainda pode mudar
Projetos com interface metropolitana costumam enfrentar janelas de obra restritas, adequações de canteiro e remanejamento operacional. O trecho Jundiaí–São Paulo carrega esse desafio. A estratégia de intervir antes em estações reduz atritos, mas exigirá comunicação clara com usuários da Linha 7-Rubi durante fases de obra.
A política tarifária final e a cadência de trens por faixa horária podem ajustar-se à demanda real e à curva de maturidade do serviço. A projeção de 45 mil passageiros por dia serve como norte para dimensionar frota e grade de horários. Se a adesão superar a expectativa, a expansão de oferta entra no radar.
Panorama do setor e próximos passos
Segundo a direção da TIC Trens, há interesse também no leilão das Linhas 10–Turquesa e 14, sinalizando apetite para ampliar a presença no transporte paulista. Essa agenda reforça sinergias operacionais e pode facilitar integrações futuras entre serviços metropolitanos e intermunicipais.
Operação prevista para 2031, com prioridade à confiabilidade, conforto e integração na chegada a São Paulo.
Para quem já planeja a rotina de 2026 em diante, vale acompanhar o licenciamento, o avanço das obras no trecho greenfield e as intervenções na Linha 7-Rubi. Testes, simulações de grade horária e a integração em Água Branca definirão a experiência de ponta a ponta e a real economia de tempo que caberá no seu dia.


