Depois do prato pesado, muita gente recorre a um ritual simples. A bebida certa promete leveza, menos inchaço e tranquilidade.
Nos últimos meses, famílias inteiras passaram a apostar em um chá tradicional para melhorar o conforto abdominal no dia a dia. A popularização do preparo ganhou força nas redes e nas cozinhas brasileiras, e quem adotou a rotina relata digestão mais leve e menos incômodo após as refeições.
Como age no corpo
A hortelã concentra mentol e outros óleos essenciais que relaxam a musculatura lisa do intestino. Esse relaxamento reduz espasmos, facilita a liberação de gases e melhora o trânsito intestinal. O efeito chega rápido, sobretudo quando a infusão fica bem feita e aromática.
Os compostos da planta também apresentam ação antimicrobiana e efeito anti-inflamatório leve. Essa dupla ajuda a equilibrar a microbiota e reduz pequenas inflamações que costumam acompanhar refeições gordurosas, diminuindo a sensação de empachamento e cólica.
Há ainda um efeito sutil sobre os sinais de fome e saciedade. Ao atuar em receptores gastrointestinais, o aroma da hortelã pode modular hormônios como grelina e CCK, o que contribui para menor distensão e para uma percepção mais clara de “chega por hoje”.
Mentol e óleos essenciais da hortelã relaxam o intestino, diminuem espasmos e favorecem a liberação de gases em poucos minutos.
Benefícios que você pode sentir
- Menos cólicas e menos distensão abdominal ao longo da tarde e da noite.
- Redução de gases e do desconforto pós-refeição.
- Ajuda na digestão de gorduras e no alívio do empachamento.
- Apoio antimicrobiano moderado e controle de inflamação leve.
- Contribuição para o equilíbrio da microbiota intestinal.
Folhas, secas, cápsulas e saquinho: qual escolher
O tipo de hortelã e o jeito de usar mudam a concentração de compostos ativos. Folhas frescas concentram mais mentol e aroma. Folhas secas preservam antioxidantes, mas perdem parte da fração volátil. Cápsulas e extratos padronizados permitem dose exata, úteis para quem precisa de acompanhamento profissional. Já o saquinho costuma priorizar sabor, com efeito funcional discreto.
| Forma | Vantagem | Como usar | Quando preferir |
|---|---|---|---|
| Folhas frescas | Aroma intenso e mais mentol | 1 colher de sopa para 150–200 ml | Para aliviar gases e cólicas rapidamente |
| Folhas secas | Boa estabilidade e praticidade | 1 colher de chá para 150–200 ml | Rotina diária e uso no trabalho |
| Cápsulas/extrato | Dosagem controlada | Conforme rótulo e orientação clínica | Casos que pedem padronização |
| Saquinho | Facilidade e custo baixo | 1 saquinho por xícara | Quando o objetivo é sabor, não terapia |
Como preparar sem erro
Proporção, temperatura e tempo
Use 1 colher de sopa de folhas frescas para cada 150 a 200 ml de água bem quente, quase fervendo. Tampe a xícara, aguarde de 5 a 10 minutos e coe. Essa janela de tempo extrai o mentol e os óleos essenciais sem exageros, evitando irritação gástrica.
Se optar por folhas secas, reduza a quantidade para 1 colher de chá por xícara. O sabor fica marcante e a bebida continua eficiente. Para quem sente o estômago sensível, prepare a infusão mais leve e aumente gradualmente conforme a tolerância.
Infusão tampada por 5 a 10 minutos conserva o aroma, concentra compostos ativos e reduz o risco de desconforto.
Quanto tomar no dia
Em rotina saudável, duas xícaras por dia costumam bastar. Uma após o almoço e outra à noite oferecem bons resultados para gases e cólicas. Quem consome refeições mais gordurosas pode usar uma terceira xícara em dias pontuais.
Quando tomar e como combinar
- Após o almoço: reduz empachamento e inchaço, melhora a disposição para a tarde.
- Depois do jantar: favorece o descanso, com menos distensão abdominal ao deitar.
- Longe de refeições muito pesadas em quem tem refluxo: diminui a chance de azia.
- Com rotina alimentar ajustada: mastigação lenta e menor excesso de gordura potencializam o efeito.
Quem deve moderar o consumo
Apesar do bom perfil de segurança em adultos, alguns grupos precisam avaliar dose e horário. Refluxo ativo, gastrite importante e hipersensibilidade gástrica pedem cuidado. Gestantes, lactantes e crianças pequenas devem buscar orientação antes de usar com frequência. Em caso de uso de extratos concentrados, a supervisão de um profissional evita exageros.
Refluxo, gastrite significativa e sensibilidade gástrica pedem doses menores, intervalos maiores e consumo fora das refeições pesadas.
Sinais de que passou da conta
- Azia, arroto frequente e retorno ácido após a xícara.
- Queimação no estômago ou desconforto incomum.
- Náusea ou gosto mentolado persistente na boca.
Surgindo esses sinais, reduza a concentração, aumente o intervalo entre as xícaras e reavalie o horário de consumo. Se o incômodo persistir, suspenda e procure avaliação.
Perguntas rápidas que todo mundo faz
Chá gelado funciona?
Funciona, desde que você faça a infusão quente e só depois resfrie. O processo a quente extrai melhor os voláteis. Sirva com gelo e rodelas de limão, se quiser um toque cítrico leve.
Posso adoçar?
Pode, mas o açúcar atrapalha quem busca menos distensão. Experimente canela em pau na infusão ou um fio de mel em dias específicos.
Combina com outras ervas?
Hortelã vai bem com erva-doce para reduzir gases, e com camomila para acalmar espasmos. Teste combinações suaves e observe a resposta do corpo.
Roteiro prático para 7 dias
- Dia 1 e 2: 1 xícara leve após o almoço (5 minutos de infusão).
- Dia 3 e 4: 1 xícara após o almoço e 1 após o jantar.
- Dia 5: ajuste a força da infusão conforme o conforto abdominal.
- Dia 6: se precisar, inclua 1 xícara no meio da tarde em dia de refeição mais gordurosa.
- Dia 7: avalie gases, cólicas e qualidade do sono; mantenha apenas o que fez diferença.
Para ir além do chá
O efeito da hortelã aparece melhor quando você cuida do conjunto. Três atitudes ajudam muito: porcionar melhor a gordura da refeição, mastigar até a textura ficar uniforme e evitar beber grandes volumes de líquidos junto ao prato principal. Pequenas caminhadas de 10 a 15 minutos após comer também reduzem gases e favorecem o peristaltismo.
Quem tem rotina corrida pode manter um kit simples: um punhado de folhas frescas na geladeira, uma jarra térmica, e saquinhos só para momentos de conveniência. Em situações específicas, cápsulas padronizadas entram como alternativa para dose confiável, sempre com orientação quando há doenças digestivas associadas.


