Marília vive dias em que ciência e tecnologia saem do roteiro e ganham rostos, histórias e números que mexem com a imaginação coletiva.
Na quarta-feira, 5 de novembro, às 10h, o Anfiteatro da Unimar abre a Marília Smart Week 2025 com dois convidados que orbitam a curiosidade do público: a engenheira e ex-astronauta da NASA Mary Ellen Weber e o veterano da ESA Paolo Nespoli. A visita integra o Community Day do 36º Encontro Internacional de Astronautas (Planetary Congress), que em 2025 ocorre pela primeira vez no Brasil, com agenda principal em São Paulo e ações descentralizadas. Pesquisadores, estudantes, empresas e autoridades locais se encontram para discutir ciência, transformação digital e inovação colaborativa a partir de quem viveu a rotina em microgravidade.
O que está programado
A abertura vai tratar dos desafios da vida em gravidade zero, dos bastidores da Estação Espacial Internacional e do papel da ciência para um futuro mais conectado e sustentável. O encontro terá tradução no local. A entrada é gratuita, com inscrição prévia. A organização recomenda chegar com antecedência para o credenciamento.
Quarta, 5 de novembro, 10h, Anfiteatro da Unimar. Entrada gratuita com inscrição e tradução disponível para o público.
O encontro integra o 36º Encontro Internacional de Astronautas (Planetary Congress), iniciativa da Association of Space Explorers.
Quem é Mary Ellen Weber
Engenheira química formada pela Purdue University e doutora em Química Física pela Universidade da Califórnia em Berkeley, Mary Ellen Weber integrou a NASA por uma década. Atuou em programas de pesquisa e inovação tecnológica e somou mais de 450 horas no espaço.
Ela voou em duas missões do programa Space Shuttle. Em 1995, participou da STS-70, a bordo do Discovery, responsável pelo lançamento do satélite de comunicações TDRS-G, parte da rede que garante dados e telemetria para naves e estações. Em 2000, esteve na STS-101, com o Atlantis, missão dedicada à manutenção e ao reabastecimento da Estação Espacial Internacional (ISS) em sua fase inicial de montagem.
Além da carreira operacional, Weber atua como empreendedora e consultora em inovação. Participa de conselhos ligados à NASA e à educação, com foco em liderança e formação de talentos. Seu histórico combina ciência aplicada, gestão de risco e comunicação técnica com públicos variados.
Quem é Paolo Nespoli
Paolo Nespoli é engenheiro aeroespacial e astronauta da European Space Agency. Ele acumulou cerca de 313 dias em órbita em três missões. Em outubro de 2007, voou na STS-120 (Space Shuttle Discovery), quando a tripulação instalou o módulo Harmony, peça central de conexão entre laboratórios e sistemas da ISS.
Entre 2010 e 2011, Nespoli participou das Expedições 26/27 com a Soyuz TMA-20, período de longa permanência a bordo da estação. Em 2017, voltou às Expedições 52/53 com a Soyuz MS-05. Na missão VITA — sigla para Vitality, Innovation, Technology, Ability — conduziu mais de 60 experimentos envolvendo biologia, materiais, medicina e desempenho humano em microgravidade.
Sua trajetória revela domínio de operações complexas, convivência multicultural em ambientes de alto risco e um repertório de experiências úteis para educação, indústria e políticas públicas.
Por que isso importa para você
Eventos com astronautas aproximam a ciência do cotidiano. Eles mostram como dados de satélites ajudam a agricultura e a logística. Eles conectam jovens a profissões em alta, como ciência de dados, engenharia de sistemas, design de interface e biotecnologia. Eles reforçam que inovação nasce de cooperação, disciplina e método, não apenas de ideias brilhantes.
- Gravidade zero: como o corpo reage e o que a medicina aprende com isso.
- ISS por dentro: manutenção, segurança e rotinas de pesquisa em ambiente confinado.
- Cooperação internacional: NASA, ESA e parceiros compartilhando infraestrutura e dados.
- Carreiras possíveis: do laboratório ao empreendedorismo tecnológico.
- Transformação digital: sensores, telemetria e automação aplicados a problemas reais.
Impacto para Marília e para a formação
A Unimar se posiciona como ponte entre ensino, pesquisa e tecnologia. A chegada de astronautas sinaliza um ambiente acadêmico atento a tendências e comprometido com experiências práticas. A comunidade local ganha uma agenda que conecta universidades, poder público e empresas e estimula projetos em colaboração.
Gestores acadêmicos apontam que encontros assim elevam a confiança dos estudantes. Eles mostram que a ciência é acessível quando há orientação, projeto e trabalho em equipe. Também reforçam a presença feminina em áreas de exatas, tema que Mary Ellen Weber representa com trajetória sólida e foco em liderança.
Serviço do evento
| O quê | Detalhes |
|---|---|
| Abertura da Marília Smart Week 2025 | Palestra com Mary Ellen Weber (ex-NASA) e Paolo Nespoli (ESA) |
| Quando | Quarta-feira, 5 de novembro, às 10h |
| Onde | Anfiteatro da Unimar, Marília (SP) |
| Quanto | Gratuito, com inscrição prévia |
| Idiomas | Tradução no local |
| Público | Estudantes, professores, pesquisadores, empreendedores e comunidade |
Planetary Congress no Brasil
O Planetary Congress é promovido pela Association of Space Explorers, entidade que reúne cerca de 400 astronautas e cosmonautas de 38 países. Em 2025, o encontro vem ao Brasil pela primeira vez, com sede principal em São Paulo e atividades em cidades como Marília, Curitiba e São José dos Campos. O Community Day leva astronautas a instituições de ensino, amplia o diálogo com jovens e fortalece redes regionais de inovação.
É a primeira vez que o Planetary Congress realiza uma agenda no Brasil. Marília integra o roteiro ao lado de centros de referência.
O que você pode levar para a sala de aula e para o trabalho
Professores podem transformar a visita em atividade interdisciplinar. Valem roteiros de perguntas sobre microgravidade, radiação e reciclagem de água na ISS. Valem simulações de órbita com softwares livres. Valem desafios de prototipagem rápida inspirados na manutenção do módulo Harmony.
Empresas locais podem mapear oportunidades em sensoriamento, manufatura de precisão e segurança operacional. Processos usados na estação — redundância, checklists, testes de estresse e cultura de reporte — inspiram melhorias no chão de fábrica e em serviços.
Tópicos que rendem debate
- Risco e decisão: como tripulações avaliam cenários em minutos e mitigam falhas.
- Saúde no espaço: perda de massa óssea, radiação e contramedidas de exercício.
- Ciência aplicada: experiências da missão VITA e seus impactos na Terra.
- Comunicações: por que a família TDRS é estratégica para dados em tempo real.
- Cooperação: como NASA e ESA compartilham infraestrutura e protocolos.
Como se preparar para aproveitar melhor
Chegue com perguntas objetivas. Leve caderno ou aplicativo para anotações. Registre termos técnicos e pesquise depois. Se você integra um laboratório, alinhe com o grupo quais projetos podem se beneficiar das referências apresentadas. Se é do ensino médio, organize com colegas uma lista de cursos e trilhas formativas relacionadas às áreas citadas.
Para o credenciamento, tenha um documento em mãos. Verifique a capacidade do anfiteatro e horários de abertura das portas. A organização indicou que a tradução atenderá o público geral, o que ajuda quem não domina inglês ou italiano.
O que fica depois do evento
Experiências com astronautas costumam gerar ações que continuam após as palestras. Universidades criam grupos de estudo. Escolas montam feiras científicas com foco em Espaço, clima e satélites. Empresas iniciam pilotos de dados e automação. A cidade ganha capital social e narrativas que inspiram jovens a perseguir objetivos difíceis com método e cooperação.
Para quem pensa em carreira, vale considerar combinados de formação: engenharia com ciência de dados, química com materiais avançados, biologia com instrumentação, comunicação com jornalismo de dados. O mercado valoriza profissionais que traduzem ciência em solução concreta. O palco, desta vez, está em Marília. E a conversa começa às 10h.


