Com o calor voltando, muita gente já separa o guarda-sol e chama a família para um mergulho no litoral paulista.
Antes de abrir a cadeira na areia, vale checar as condições da água. O boletim mais recente da Cetesb acendeu o alerta para dezenas de trechos com risco microbiológico, o que pede atenção redobrada de quem pretende entrar no mar.
O que está acontecendo nas praias paulistas
A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) divulgou o monitoramento semanal da balneabilidade e encontrou níveis elevados de bactérias em diversos pontos do litoral. Quando as análises indicam risco, os trechos recebem bandeira vermelha e passam a ser considerados impróprios para banho.
São 46 praias classificadas como impróprias nesta semana: 14 no litoral norte e 32 no litoral sul, com sinalização por bandeira vermelha.
A próxima atualização do boletim está prevista para 6 de novembro. Até lá, a orientação é evitar o contato com a água nas áreas listadas, principalmente para crianças, gestantes, idosos e pessoas com feridas abertas ou baixa imunidade.
Onde não entrar no mar nesta semana
Veja, município a município, os trechos com classificação imprópria no litoral de São Paulo:
- Ubatuba: Itaguá; Perequê-Mirim.
- Caraguatatuba: Centro; Indaiá; Pan Brasil; Palmeiras; Porto Novo.
- São Sebastião: Prainha; São Francisco; Preta do Norte; Pontal da Cruz.
- Ilhabela: Viana; Itaquanduba; Itaguaçu.
- Bertioga: Enseada (altura da Rua Rafael Costabilli).
- Guarujá: Pitangueiras; Enseada (Rua Chile); Enseada (Av. Santa Maria).
- Santos: Ponta da Praia; Aparecida; Embaré; Boqueirão; Gonzaga; José Menino (R. Olavo Bilac e Av. Frederico Ozanan).
- São Vicente: Milionários; Praia da Divisa; Prainha.
- Praia Grande: Canto do Forte; Boqueirão; Aviação; Vila Tupi; Ocean; Vila Caiçara; Real; Balneário Flórida; Jardim Solemar.
- Mongaguá: Vila São Paulo; Central; Vera Cruz; Santa Eugênia; Itaóca; Agenor de Campos.
- Itanhaém: Centro; Praia dos Pescadores.
- Peruíbe: Icaraíba.
Quantas praias por região
| Região | Número de praias impróprias |
|---|---|
| Litoral norte | 14 |
| Litoral sul | 32 |
| Total | 46 |
Como a Cetesb classifica a balneabilidade
As equipes coletam amostras em pontos fixos da costa e avaliam indicadores microbiológicos associados a esgoto e escoamento urbano. O resultado sai em um boletim semanal que consolida as últimas medições e define a sinalização nas praias.
Bandeira vermelha indica risco sanitário para contato com a água. Evite mergulhos, esportes aquáticos e brincadeiras que respinguem no rosto.
Chuva, maré cheia e correntes podem alterar rapidamente a qualidade da água. Após temporais, o material arrastado das ruas e rios tende a aumentar a contaminação no mar. Por isso, muitos especialistas recomendam aguardar pelo menos 24 a 72 horas depois de grandes volumes de chuva antes de entrar na água, mesmo em trechos que costumam ser próprios.
Como reduzir riscos antes e durante o banho
- Procure a bandeira na areia: verde significa própria; vermelha, imprópria.
- Evite mergulhar perto de saídas de rios, canais e emissários, que concentram poluição.
- Após contato com o mar, lave o corpo em duchas de praia e troque a roupa molhada.
- Não engula água do mar e mantenha alimentos bem protegidos na areia.
- Leve álcool em gel para higienizar as mãos antes de comer.
- Se notar água turva, com odor forte ou espuma persistente, procure outro ponto.
Sintomas que exigem atenção
Diarreia, náusea, vômito, dor abdominal, febre e irritações de pele ou nos olhos podem aparecer após exposição a água contaminada. Crianças e idosos desidratam mais rápido. Caso os sinais persistam, busque atendimento médico e informe o contato com água do mar.
Planejamento para o fim de semana
Quem já reservou hospedagem pode manter o passeio, concentrando a programação em caminhadas, prática de esportes na areia, pedal nas ciclovias, contemplação do pôr do sol e visita a mirantes. Em muitos municípios, trechos próprios costumam existir mesmo quando há pontos interditados nas proximidades. Vale checar a sinalização local ao chegar.
A atualização do boletim está prevista para 6 de novembro. Verifique a sinalização na praia no dia do passeio.
Por que a situação varia tanto
Dois fatores pesam: infraestrutura de saneamento e condições climáticas. Em áreas com lançamentos irregulares de esgoto ou ligações clandestinas, a chance de contaminação sobe. Já sequências de dias quentes e secos favorecem a recuperação da qualidade da água. Em feriados prolongados, o aumento de pessoas também pressiona sistemas de drenagem e coleta.
Dicas extras para famílias com crianças
Prefira horários de maré mais baixa e mar calmo. Brinque distante de valas e córregos que desembocam na areia. Leve uma garrafa extra de água potável para enxaguar mãos e rosto após as brincadeiras. Se houver qualquer ferimento, cubra com curativo à prova d’água e evite o mar em áreas sinalizadas como impróprias.
O que muda para esportes aquáticos
Surf, stand up paddle e caiaque aumentam a exposição ao rosto e às vias respiratórias. Em dias de bandeira vermelha, avalie remar fora das áreas listadas ou treinar em água plana de clubes e represas liberadas para uso recreativo. Higienize pranchas, leashes e roupas de neoprene ao final do dia.
Entenda a diferença entre praia própria e imprópria
Praia própria: risco baixo para contato recreativo, com níveis microbiológicos dentro dos limites adotados pela Cetesb em séries de amostras recentes. Praia imprópria: risco aumentado de contaminação, com sinalização por bandeira vermelha e recomendação de não entrar no mar. Essa classificação é dinâmica e pode mudar de uma semana para outra conforme o clima e as fontes de poluição.


