Ar quente dá lugar a mudanças bruscas, ruas molhadas e noites frias. Seu plano para os próximos dias pode virar do avesso.
Uma massa de ar frio avança com força após a formação de um ciclone extratropical. Chuva, rajadas intensas e queda de temperatura ganham terreno do Sul ao Sudeste, enquanto nuvens carregadas alcançam faixas do Centro-Oeste, do Norte e do Nordeste.
O que muda no Sul
O ciclone nasceu do contraste entre ar quente e frio e se desloca do Paraguai em direção ao litoral do Rio Grande do Sul. A pressão atmosférica cai, o vento acelera e a umidade sobe rápido. No território gaúcho, o tempo fica instável desde a madrugada, com pancadas intensas e trovoadas.
Rajadas podem alcançar 100 km/h no litoral norte e nordeste do Rio Grande do Sul, com risco de danos e queda de energia.
Rajadas, temporais e áreas mais expostas
Os mapas de vento indicam picos entre 60 e 90 km/h em grande parte do RS. As condições pioram no oeste e no interior, avançam para a metade norte ao longo do dia e se concentram ali à noite. Santa Catarina, sobretudo o oeste e o sul do estado, também enfrenta vento forte e chuva volumosa em curtos períodos. No Paraná, a faixa sudoeste entra na rota das tempestades.
- Risco hidrológico: alagamentos pontuais e transbordamentos em áreas urbanas baixas.
- Risco elétrico: queda de galhos e postes com interrupção no fornecimento de energia.
- Trânsito: pistas escorregadias, visibilidade reduzida e obstruções temporárias em rodovias.
Reflexos no Sudeste
O corredor de umidade se estende ao longo da tarde e da noite de sexta-feira, com maior instabilidade sobre São Paulo e o norte de Minas Gerais. Núcleos convectivos isolados podem descarregar forte quantidade de chuva em poucos minutos. No Rio de Janeiro e no Espírito Santo, a frente fria atua de forma periférica, com garoa e pancadas fracas no litoral.
São Paulo: chuva, vento e temperaturas em queda
Na capital paulista, a chuva oscila de fraca a moderada, com momentos de maior intensidade em bairros distintos. A temperatura varia entre 14°C e 30°C nesta sexta. O fim de semana tende a ser mais ventoso e úmido, com maior atenção no sábado.
Em São Paulo, o sábado promete ventos entre 70 e 90 km/h em áreas expostas, com temporais desde a manhã.
Sábado aponta mínima de 15°C e máxima de 26°C. No domingo, as nuvens começam a se desfazer à tarde, com marcas entre 15°C e 21°C. A partir de segunda-feira, a tendência é de estabilização na maior parte do estado, com tempo mais ameno e temperaturas entre 13°C e 23°C. O norte, o litoral e o leste paulista ainda podem registrar pancadas, especialmente no início da semana.
Centro-Oeste e áreas de transição
No Centro-Oeste, a atmosfera segue dinâmica. No norte de Goiás e no centro-leste de Mato Grosso, a combinação de calor e umidade favorece raios, vento forte e pancadas com potencial para tempestade, principalmente à tarde. O oeste de MT permanece abafado e com pouca chuva. No sul de Mato Grosso do Sul, a aproximação do sistema intensifica as pancadas, que podem vir acompanhadas de trovoadas.
Nordeste e Norte: onde e quando chove
No Nordeste, a borda da frente fria avança pelo oeste e pelo sul da Bahia, com chuva moderada a forte e chance de temporais localizados. A metade sul do Piauí e o oeste do Maranhão registram pancadas ao longo do dia. Nas demais áreas, o sol predomina e a umidade do ar fica baixa no interior.
No Norte, o padrão segue quente e abafado. As instabilidades diminuem em relação ao dia anterior, mas a chuva não desaparece. O Amazonas ainda tem pancadas isoladas. Em Acre e Rondônia, os eventos se tornam menos intensos. Há possibilidade de temporais pontuais no centro-sul e oeste do Pará, leste do Amazonas, além de Roraima e Tocantins.
| Região/Estado | Previsão | Riscos |
|---|---|---|
| RS (litoral N e NE) | Rajadas de até 100 km/h, chuva forte | Queda de energia, destelhamentos, alagamentos |
| RS (oeste, interior, metade norte) | Vento de 60–90 km/h, temporais | Acúmulo de água, queda de galhos |
| SC (oeste e sul) | Chuva intensa em curtos períodos | Pistas escorregadias, enxurradas |
| PR (sudoeste) | Pancadas com trovoadas | Vento pontualmente forte |
| SP (capital e interior) | Chuva variável; sábado ventoso | Rajadas de 70–90 km/h no sábado |
| MG (norte) | Chuva forte localizada | Descargas elétricas |
| RJ e ES (litoral) | Chuva fraca e isolada | Mar agitado no pós-frente |
| GO (norte) e MT (centro-leste) | Tempestades à tarde | Raios e rajadas |
| MS (sul) | Pancadas intensas | Alagamentos pontuais |
| BA (oeste e sul) | Chuva moderada a forte | Temporal isolado |
| PI (metade sul) e MA (oeste) | Pancadas ao longo do dia | Descargas e rajadas |
| AM, AC, RO, PA, RR, TO | Calor, pancadas; temporais pontuais | Vento forte localizado |
Como se proteger de ventos fortes
- Fixe antenas, lonas e objetos soltos em sacadas e telhados antes da chegada das rajadas.
- Afaste-se de árvores e fiações durante temporais; busque abrigo em locais fechados e estruturados.
- Evite trafegar em vias alagadas; água encobre buracos e pode danificar o veículo.
- Desligue aparelhos eletrônicos da tomada ao perceber raios e quedas de energia.
- Em emergência, acione 199 (Defesa Civil) e 193 (Corpo de Bombeiros).
Por que se forma um ciclone extratropical?
Ciclones extratropicais nascem quando massas de ar quente e frio se chocam e criam uma zona de forte contraste térmico. O ar quente e úmido ascende, forma nuvens profundas e libera energia. Em altitude, correntes de jato organizam o sistema e aceleram o vento na superfície. No Brasil, a primavera favorece esse tipo de configuração, já que o calor ganha intensidade no interior ao mesmo tempo em que frentes frias cruzam o Sul.
Quando há contraste térmico e umidade disponível, a atmosfera responde com vento forte, chuva volumosa e mudanças rápidas de temperatura.
O que acompanhar nos próximos dias
O sábado tende a ser o ponto alto do vento no leste de Santa Catarina e no leste de São Paulo, com variações de rajadas por bairro conforme a topografia. No domingo, o Sul inicia a melhora gradual, enquanto áreas do Sudeste ainda lidam com chuva intermitente. A segunda-feira aponta maior estabilidade em São Paulo e parte de Minas, com temperaturas amenas.
Quem trabalha ao ar livre, no campo ou na construção, deve reorganizar cronogramas para horários com menor risco de vento e raio. Surfistas e navegadores devem checar a previsão de mar e a intensidade do vento antes de sair. Para quem planeja viagens rodoviárias, valem paradas extras, revisão de palhetas do limpador e atenção redobrada em serras, onde as rajadas laterais exigem redução de velocidade.
Se você mora em região sujeita a alagamentos, avalie rotas alternativas e deixe documentos em local protegido. Em condomínios, equipes de manutenção podem inspecionar ralos, bombas e geradores. Essas ações simples reduzem danos quando a atmosfera muda de humor e o vento acelera sem aviso aparente.


