Você ainda usa piso cerâmico em casa? Veja por que arquitetos trocam por vinílico e microcimento

Você ainda usa piso cerâmico em casa? Veja por que arquitetos trocam por vinílico e microcimento

Texturas naturais, ambientes silenciosos e menos rejuntes guiam as escolhas dos projetos residenciais. O piso virou protagonista do conforto.

O design de interiores brasileiro migra para soluções mais quentes e contínuas. Enquanto a cerâmica mantém papel técnico, salas e quartos exigem novas superfícies com melhor acústica, toque agradável e visual sem interrupções.

O que muda nos projetos atuais

Arquitetos relatam um movimento claro: áreas de destaque abandonam o brilho frio da cerâmica tradicional. A preferência se volta a materiais que imitam madeira, pedra ou cimento, com sensação tátil mais acolhedora e menos ruído ao caminhar.

O piso virou ferramenta de bem‑estar: reduz eco, aquece o olhar e integra ambientes com continuidade visual.

Do minimalismo frio ao minimalismo quente

O estilo nórdico e o Japandi consolidaram tons terrosos, superfícies mate e linhas simples. A nova fase prioriza o “minimalismo quente”: composições limpas, porém com veios, poros e nuances que remetem à natureza. O resultado são casas menos hospitalares, mais humanas.

Por que a cerâmica perde espaço nas áreas sociais

  • Conforto acústico: pisos duros reverberam passos e vozes; materiais resilientes amortecem som.
  • Conforto térmico: superfícies com toque quente evitam a sensação de frio ao acordar ou pisar descalço.
  • Continuidade: a ausência de rejuntes visíveis amplia a leitura do espaço e valoriza a luz natural.
  • Instalação e obra seca: soluções clicadas ou aplicadas sobre o piso existente reduzem entulho e prazo.
  • Estética natural: réguas e chapas com textura realista conectam o interior a referências orgânicas.

Materiais em alta e onde usar

Piso vinílico SPC: visual de madeira com resistência à água

O vinílico em núcleo rígido (SPC) suporta respingos e áreas molhadas ocasionais, como cozinhas integradas e lavabos. Em salas e quartos, o conforto acústico se destaca. Instala de forma rápida, muitas vezes sobre a base existente, desde que o contrapiso esteja plano.

Planeje dilatações perimetrais, proteja contra incidência solar direta intensa e use feltros em móveis. Rodízios de cadeiras pedem base apropriada. A limpeza usa detergente neutro.

Vinílico comum não deve ir em locais com água frequente; procure a versão SPC para cozinhas e lavabos.

Microcimento contínuo: estética monolítica em poucas etapas

O microcimento cria um plano único, sem emendas aparentes. A aplicação envolve regularização, camadas finas pigmentadas e selador. Entrega visual contemporâneo, combina com marcenaria clara e amplia a leitura do espaço. Exige base estável, execução técnica e respeito ao tempo de cura para evitar fissuras.

Há seladores com diferentes graus de antiderrapância. Em varandas, escolha acabamento com mais atrito e preveja juntas técnicas em vãos extensos.

Madeira engenheirada e laminados de baixo impacto

A madeira tecnológica agrega calor imediato, com mantas acústicas que reduzem ruídos no vizinho. Em locais com pets, opte por acabamentos de alta resistência a riscos. Cheque certificações de baixa emissão de VOC e origem responsável.

Porcelanato de grande formato com aspecto natural

Mesmo dentro do universo cerâmico, o porcelanato evoluiu. Placas grandes, foscas e texturizadas simulam pedra e cimento com juntas mínimas. Em banheiros e áreas de serviço, seguem imbatíveis em durabilidade e limpeza. Em áreas sociais, entram com moderação para não endurecer a atmosfera.

Material Água Conforto termoacústico Manutenção Aplicações típicas Custo instalado (R$/m²)
Vinílico SPC Alta resistência Elevado Limpeza leve Salas, quartos, cozinhas secas 130–280
Microcimento Média/alta (com selador) Médio Reaplicar selador Salas, lavabos, varandas cobertas 220–400
Madeira engenheirada Baixa Elevado Seco e pano úmido Salas e quartos 220–500
Porcelanato natural Altíssima Baixo Limpeza fácil Banheiros, cozinhas, áreas de serviço 150–350

Quanto custa e quanto tempo leva

Em apartamentos, trocar o piso de 50 m² com vinílico SPC costuma levar 2 a 3 dias, incluindo rodapés. O microcimento pede 4 a 6 dias por conta das camadas e da cura. Porcelanato demanda demolição, contrapiso, assentamento e rejunte, o que estende a obra para 7 a 12 dias, conforme a complexidade.

Preços variam por cidade, marca e mão de obra. Peça orçamento detalhado com materiais, preparação de base, remoção de entulho, rodapés, perfis e recortes.

Como decidir cômodo por cômodo

  • Salas e quartos: vinílico SPC, microcimento ou madeira engenheirada elevam o conforto e reduzem eco.
  • Cozinha integrada: vinílico SPC funciona bem; se a rotina tem muita água, porcelanato no perímetro molhado.
  • Banheiros: porcelanato no box e área de bancada; microcimento selado no lavabo cria impacto visual.
  • Varanda coberta: microcimento antiderrapante ou porcelanato rústico; proteja do sol direto e da chuva.
  • Corredores: réguas resistentes à abrasão e boa manta acústica para reduzir ruídos.

Cuidados e erros comuns

  • Ignorar a preparação do contrapiso: irregularidades transitam para o acabamento e reduzem a vida útil.
  • Confundir vinílico comum com SPC: água constante danifica versões não rígidas.
  • Subestimar dilatações: falta de folgas gera estufamento em dias quentes.
  • Escolher selador errado no microcimento: escorregamento ou manchas podem aparecer.
  • Usar rejunte inadequado no porcelanato: juntas sujam e destacam recortes.

Sustentabilidade e saúde indoor

Prefira produtos com baixas emissões de VOC e certificações reconhecidas. Em madeira e laminados, procure origem rastreável. O vinílico SPC já conta com linhas recicláveis; confirme logística reversa do fabricante. Em obra seca, a redução de entulho diminui impacto ambiental e acelera o retorno ao uso do imóvel.

Materiais com baixo VOC e boa manta acústica melhoram qualidade de vida, sono e privacidade nos apartamentos.

Tendências que devem ganhar força até 2026

Paleta quente com cinzas amadeirados, bege areia e terracota suave. Réguas longas e paginação em chevron ganham presença. Superfícies mate dominam. Rodapés altos, no mesmo material do piso, criam moldura elegante. A mistura consciente aparece: porcelanato técnico nas áreas molhadas, materiais quentes no restante.

Informações complementares para planejar seu projeto

Simulação rápida de orçamento: para 65 m² de área social, o vinílico SPC instalado pode variar de R$ 8.500 a R$ 15.000, a depender da marca, manta, rodapés e regularização. O microcimento no mesmo espaço tende a ficar entre R$ 14.000 e R$ 24.000. A escolha por porcelanato com demolição pode alcançar valores similares ao microcimento quando se somam contrapiso, rejunte, perfis e marcenaria de arremate.

Checklist para conversar com o fornecedor: peça laudo de planicidade do contrapiso, garantia por escrito, tipo de selador e manutenção recomendada, especificação de manta acústica, resistência à abrasão, coeficiente de atrito para áreas molhadas e orientações para incidência solar. Com esses dados, você ajusta expectativas, evita retrabalho e garante que o novo piso acompanhe seu modo de viver.

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