Se você nasceu ou vive em Goiás, há grandes chances de dividir o mesmo nome com milhares de vizinhos e colegas.
Um novo recorte do IBGE, construído a partir do Censo 2022 e da base Nomes do Brasil, mostra como se distribuem nomes e sobrenomes no estado, quem lidera os rankings e quais tendências recentes ganham força nas certidões.
O que os dados revelam sobre Goiás
Entre as mulheres, Maria segue como o prenome mais frequente em Goiás. Entre os homens, João encabeça a lista. Os dados, reunidos pelo IBGE, também indicam que Silva é o sobrenome mais presente nas famílias goianas, muito à frente do segundo colocado.
Maria aparece em 366.744 registros no estado, enquanto João soma 142.796. No topo dos sobrenomes, Silva reúne 1.200.731 ocorrências em Goiás.
O retrato local dialoga com o quadro nacional. No país, mais de 12 milhões de brasileiras se chamam Maria e mais de 5 milhões de brasileiros têm o nome José. O sobrenome Silva ultrapassa 34 milhões de registros em território nacional, sinal de heranças históricas e de ampla difusão cultural.
Os 10 nomes femininos mais frequentes
| Posição | Nome | Registros em Goiás |
|---|---|---|
| 1 | Maria | 366.744 |
| 2 | Ana | 153.563 |
| 3 | Amanda | 20.798 |
| 4 | Julia | 20.617 |
| 5 | Alice | 18.728 |
| 6 | Laura | 17.882 |
| 7 | Fernanda | 17.864 |
| 8 | Mariana | 17.776 |
| 9 | Juliana | 17.143 |
| 10 | Isabela | 16.737 |
Os 10 nomes masculinos mais frequentes
| Posição | Nome | Registros em Goiás |
|---|---|---|
| 1 | João | 142.796 |
| 2 | José | 137.922 |
| 3 | Antônio | 62.727 |
| 4 | Pedro | 60.198 |
| 5 | Carlos | 51.574 |
| 6 | Lucas | 49.504 |
| 7 | Paulo | 46.528 |
| 8 | Marcos | 45.681 |
| 9 | Gabriel | 45.550 |
| 10 | Luiz | 41.853 |
Os 10 sobrenomes mais comuns
| Posição | Sobrenome | Registros em Goiás |
|---|---|---|
| 1 | Silva | 1.200.731 |
| 2 | Santos | 616.354 |
| 3 | Oliveira | 453.212 |
| 4 | Pereira | 331.855 |
| 5 | Alves | 328.362 |
| 6 | Souza | 310.248 |
| 7 | Rodrigues | 285.606 |
| 8 | Sousa | 282.397 |
| 9 | Ferreira | 281.108 |
| 10 | Costa | 189.987 |
Como Goiás se compara ao país
O padrão goiano acompanha a tradição brasileira de nomes bíblicos e clássicos. Maria e José dominam a cena nacional há décadas, puxados por referências religiosas, afetivas e pela permanência cultural. Em Goiás, a força de João à frente de José na lista masculina expõe uma particularidade regional que se repete em outros estados do Centro-Oeste, onde João e Pedro costumam alternar posições de liderança.
No país, Maria supera 12 milhões de registros e José passa de 5 milhões. O sobrenome Silva alcança mais de 34 milhões.
A distribuição dos sobrenomes também sugere trajetórias de migração interna e heranças luso-brasileiras. Silva, Santos e Oliveira, por exemplo, aparecem com vantagem expressiva tanto no estado quanto no Brasil, refletindo linhagens consolidadas e a prática de composição de dois ou mais sobrenomes nas famílias.
Moda recente e mudanças geracionais
Quando se olha para os registros mais novos, a lista muda. Entre 2020 e 2022, nomes como Helena, Enzo, Gael e Valentina ganharam terreno nas maternidades goianas, surgindo no pelotão de destaque. A influência de novelas, séries, perfis de redes sociais e atletas contribui para a difusão rápida desses prenomes, geralmente curtos e de pronúncia direta.
- Helena aparece entre os dez femininos mais escolhidos no recorte 2020–2022.
- Enzo e Gael se consolidam entre os preferidos para meninos no período recente.
- Valentina figura entre os femininos em alta, sinalizando preferência por nomes com terminação em “-ina”.
Essas viradas mostram como a tradição convive com ondas de popularidade. Famílias mantêm vínculos com nomes clássicos, mas também testam escolhas que soam contemporâneas e funcionam bem com diferentes sobrenomes.
Como usar esses dados no dia a dia
As frequências ajudam quem está prestes a registrar um bebê e também quem lida com identificação de pessoas. Pais e mães podem avaliar se desejam um nome amplamente reconhecido ou algo menos comum para evitar homônimos na escola e em cadastros.
- Teste de sonoridade: diga em voz alta nome e sobrenome juntos, verificando ritmo e possíveis ambiguidades.
- Risco de homônimos: quanto mais frequente o nome e o sobrenome, maior a chance de coincidência em documentos.
- Grafia e acentos: variantes como João/Joao ou José/Jose aparecem nos bancos; padronize a escolha para evitar divergências.
- Busca genealógica: a concentração de certos sobrenomes pode orientar a pesquisa por localidades e linhagens familiares.
- Atendimento público e bancos: conhecer os mais recorrentes ajuda a calibrar sistemas contra erros de identificação.
Método, leitura e limites
Os números vêm do Censo Demográfico 2022 e foram organizados no produto Nomes do Brasil, do IBGE. As contagens refletem a informação declarada pelos recenseados e podem incluir variações ortográficas e de acentuação. Em bases administrativas, diferenças de grafia também geram duplicidades aparentes. Ainda assim, os rankings captam com clareza a hierarquia de prevalência dos prenomes e sobrenomes.
As listas retratam a população recenseada em 2022 e podem divergir de séries cartoriais por critérios de coleta e padronização.
Para quem pesquisa tendências, vale observar a curva por década. Ela mostra quando determinado nome ganha velocidade, estabiliza ou perde espaço, permitindo “prever” chances de um recém-nascido partilhar a sala de aula com muitos xará. Para quem atua em marketing local, saúde e educação, esses mapas de nomes ajudam a pensar abordagens personalizadas, desde formulários até comunicação de massa.
Se a ideia é buscar um prenome menos recorrente que harmonize com Silva, Santos ou Oliveira, uma estratégia prática é combinar um primeiro nome de média frequência com um segundo nome curto, reduzindo colisões em bases de dados. Já para famílias que valorizam tradição, a dupla um nome clássico e um composto (como Maria Clara ou João Pedro) mantém o vínculo cultural e melhora a distinção em registros.


