Uma novidade no mapa aéreo do Sul promete encurtar distâncias, aquecer o turismo e dar fôlego aos negócios entre Brasil e Europa.
As conversas entre governo estadual, concessionária aeroportuária e companhia aérea avançaram e chegam a um marco aguardado. A ligação direta entre a Grande Curitiba e Lisboa começa a ganhar forma e calendário, com reflexos práticos para quem viaja a trabalho ou a lazer.
O que muda para quem voa do Paraná
Paranaenses terão uma porta de saída para a Europa sem longas conexões domésticas. Lisboa vira hub de entrada, com rede para dezenas de cidades europeias. O fluxo contrário também cresce: europeus chegam com mais facilidade a Curitiba, ao litoral e a Foz do Iguaçu.
Primeiro voo confirmado para 2 de julho de 2026, com três frequências semanais saindo do Aeroporto Afonso Pena.
Detalhes práticos da operação
- Companhia: TAP Air Portugal.
- Aeronave: Airbus A330-200, 269 assentos.
- Frequências: terças, quintas e sábados, partindo do Paraná.
- Trajeto: Lisboa–Curitiba direto; no retorno, parada técnica no Rio de Janeiro antes de Lisboa.
- Vendas: início previsto para 11 de novembro.
Lisboa–Curitiba será direto. No sentido oposto, a aeronave faz parada técnica no Rio por questões operacionais.
Por que a rota chega agora
O Estado vive um ciclo de expansão do turismo internacional e da conectividade aérea. O crescimento de visitantes estrangeiros e a estratégia de posicionar o Paraná no circuito de grandes eventos e negócios criaram terreno fértil para a nova ligação.
| Indicador | Período | Número | Variação |
|---|---|---|---|
| Turistas estrangeiros no Paraná | jan–set 2025 | 826 mil | +22,9% vs. 2024 |
| Movimento CWB + IGU | jan–set 2025 | 6 milhões de passageiros | +8,3% a/a |
| Aeroporto Afonso Pena | set 2025 | 530 mil passageiros | +7% vs. set 2024 |
| Aeroporto de Foz do Iguaçu | set 2025 | 184 mil passageiros | +12% vs. set 2024 |
Cooperação para promover o destino
Governo do Paraná, Viaje Paraná, Invest Paraná, Motiva Aeroportos e TAP assinaram protocolo para divulgar a rota e atrair investimentos. A estratégia inclui presença em feiras como a Fitur Madrid, a BTL Lisboa e a ITB Berlin, além de ações com criadores de conteúdo nos dois mercados.
Objetivo declarado: ampliar o número de visitantes europeus no Estado e facilitar negócios bilaterais ao longo de 2026 e 2027.
Quem ganha com a nova conexão
O setor de eventos e negócios, forte em Curitiba e Foz do Iguaçu, tende a reduzir custos e tempo de deslocamento. Hotéis, restaurantes, operadores e guias devem capturar demanda em alta temporada europeia. Para empresas exportadoras e importadoras, a conectividade adicional potencializa agendas comerciais e missões empresariais.
Rede internacional já em expansão
- Curitiba: rotas para Santiago, Buenos Aires, Lima, Assunção e Montevidéu.
- Foz do Iguaçu: ligação com Santiago e novos voos domésticos da Latam para São Paulo e Brasília.
- Companhias como Azul e JetSMART ampliam operações internacionais a partir de Curitiba.
Infraestrutura: o que sustenta mais voos
A concessionária Motiva avança em projetos para aumentar a capacidade. O Afonso Pena prepara a terceira pista, com previsão de conclusão até o fim de 2026, para receber mais aeronaves de grande porte e rotas de longo curso. Em Foz do Iguaçu, a pista passou a 2.700 metros, a maior do Sul do país, o que melhora margens operacionais e abre espaço para novas ligações.
Terceira pista em Curitiba e pista ampliada em Foz formam o alicerce para rotas de longa distância e novos mercados.
Como aproveitar a novidade a seu favor
Estratégias para comprar melhor
- Acompanhe o início das vendas em 11 de novembro e monitore tarifas nas três saídas semanais.
- Compare conexões por Lisboa com outras portas de entrada europeias; avalie tempo total de viagem e políticas de bagagem.
- Verifique o programa Portugal Stopover da TAP, que permite incluir alguns dias em Lisboa ou Porto sem grande impacto na tarifa.
- Fique atento a políticas de alterações e à sazonalidade de férias europeias, quando os preços tendem a subir.
Conexões em Lisboa: o que considerar
Lisboa concentra voos para dezenas de cidades na Europa, no norte da África e em destinos do Oriente Médio. Isso dá flexibilidade de horários e múltiplos itinerários com a mesma companhia. Para quem viaja a trabalho, a centralização reduz risco de mala extraviada entre companhias diferentes. Para o turista, abre a possibilidade de combinar Lisboa com capitais como Madrid, Paris, Roma e cidades menores com apelo cultural.
Termos e alertas para a viagem
Regras de entrada no espaço Schengen para brasileiros dispensam visto para estadias de até 90 dias, mas podem exigir autorizações eletrônicas futuras. Leve passaporte com validade suficiente, seguro viagem recomendado e reservas comprovadas. Datas, horários e aeronaves podem mudar por ajustes operacionais e aprovações regulatórias.
Três pontos-chave: passagens à venda a partir de 11 de novembro, início dos voos em 2 de julho de 2026 e saídas às terças, quintas e sábados.
Impactos além do turismo
Mais voos de longo curso tendem a estimular cadeias de valor locais. Setores como tecnologia, educação, saúde e economia criativa se beneficiam de intercâmbio mais frequente com polos europeus. As universidades paranaenses podem captar intercambistas e fortalecer duplas titulações. Feiras e congressos ganham tração com acesso aéreo facilitado.
O que vem a seguir
Com a terceira pista prevista para 2026, o Estado mira novas rotas e mais companhias. A execução desse calendário pode destravar ligações para outros hubs europeus e eventualmente para a América do Norte. Para o viajante, isso significa mais opções, competição tarifária e rotas com menos conexões.
Quem planeja viagem para 2026 pode construir um roteiro inteligente: usar a saída de terça, quinta ou sábado de Curitiba, combinar um stopover em Portugal e depois conectar para o destino final. Para o setor produtivo, vale mapear feiras e rodadas de negócios em Lisboa e no continente, alinhando a agenda com os dias de operação da rota para reduzir diárias e maximizar encontros presenciais.


