Um cartão-postal cercado por penhascos ganha uma novidade que promete mexer com filas, segurança e fotos inesquecíveis.
A Praia de Kelingking, em Nusa Penida, volta aos holofotes com um projeto que mira conforto e organização. Um elevador de vidro de 182 metros, apontado como o primeiro do tipo no mundo, deve mudar o jeito como os visitantes chegam à areia e observam o cenário.
Mudança que mexe com a experiência
Hoje, quem quer encarar Kelingking enfrenta uma descida íngreme, escorregadia e demorada, que consome cerca de 40 minutos. O novo elevador encurta esse esforço para poucos minutos e abre janelas inéditas de observação. O trajeto prevê plataformas intermediárias para pausas e fotos, sem a exaustão da trilha.
Elevador de vidro de 182 metros promete reduzir a descida de 40 minutos para poucos minutos, com mirantes no caminho.
As encostas calcárias que formam a “silhueta de T-Rex” seguem protagonistas. A diferença é a forma de chegar até elas: menos desgaste físico, mais controle de fluxo e mais gente acessando o mesmo ponto com previsibilidade. Para quem gosta de aventura, a trilha continua uma experiência intensa, com exigência de atenção e calçado adequado.
Capacidade e filas: o que esperar
Na trilha, guias costumam levar grupos de 10 a 15 pessoas por vez, respeitando segurança e ritmo. O elevador, segundo projeções, comporta de 20 a 30 pessoas por viagem, a depender do desenho final da cabine e do controle de carga.
- Altura estimada: 182 metros
- Tempo atual da trilha: cerca de 40 minutos
- Tempo estimado com o elevador: poucos minutos
- Capacidade por viagem: 20 a 30 pessoas (estimativa)
- Localização: distrito de Klungkung, Nusa Penida
Se a operação adotar viagens a cada 3 minutos com 25 pessoas, a capacidade pode chegar a 500 visitantes por hora. Em dias de maré de fotos e céu limpo, os horários de pico ainda devem formar filas. O agendamento por faixa de horário surge como solução prática para equilibrar demanda, reduzir aglomeração e manter a experiência agradável.
Parceria e dinheiro que fica na ilha
Anunciada em 2023, a obra reúne o Karang Dawa Traditional Banjar, da vila de Bunga Mekar, e a empresa PT Bina Nusa Properti (PT BNP), de capital chinês. O acordo impõe uma regra que favorece moradores: metade da equipe contratada precisa ser local. A exigência injeta renda em Bunga Mekar e no entorno, fortalece pequenos comércios e cria oportunidades para hospedagens domiciliares, artesanato e serviços de guia.
Contrato exige ao menos 50% de mão de obra local, com renda direta para Bunga Mekar e comunidades vizinhas.
O governo indonésio vê no projeto um motor de geração de empregos e de diversificação da economia de Nusa Penida. Em destinos insulares, infraestrutura de acesso costuma definir quem consegue participar do turismo. Ao tornar a descida mais segura e rápida, o elevador amplia o perfil de visitante: famílias, idosos e pessoas com mobilidade reduzida passam a entrar no planejamento de viagem sem susto com o trecho final.
Ilha sensível, construção vigiada
A geologia de Nusa Penida inspira cuidados. Encostas calcárias sofrem com erosão e com a força da maresia. A obra menciona materiais adequados ao litoral frágil, sistemas de gerenciamento de resíduos e uso de energia de baixo impacto para reduzir a pegada ambiental. O monitoramento independente de vibração, drenagem e fauna costeira ajuda a limitar danos e a ajustar a operação em tempo real.
Projeto prevê materiais compatíveis com o litoral frágil, gestão de resíduos e opções de energia mais limpa.
O controle de capacidade também entra como ferramenta ambiental. Ao dosar o número de visitantes por hora, a gestão local reduz pressão sobre trilhas, mirantes e áreas de descanso. Sinalização clara, campanhas de comportamento responsável e fiscalização de lixo evitam que a popularidade do destino se transforme em degradação.
Comparação que ajuda a dimensionar
O elevador panorâmico mais alto do mundo segue o Bailong, na China, com 326 metros e vistas do Parque Nacional de Zhangjiajie. Kelingking, com 182 metros, nasce com proposta diferente: encurtar o acesso à praia e organizar o turismo numa encosta costeira, adicionando mirantes ao longo do trajeto.
| Elevador | Altura | Contexto |
|---|---|---|
| Bailong (China) | 326 m | Parque nacional, vistas de cânions |
| Kelingking (Nusa Penida) | 182 m | Acesso à praia e mirantes costeiros |
Como chegar e quando ir
O acesso a Nusa Penida ocorre por lancha rápida saindo de Bali, geralmente de Sanur ou Padang Bai. Em Kelingking, a luz do amanhecer e do entardecer valoriza as falésias, projeta sombras marcantes e reduz a disputa por espaço nos mirantes.
Dicas práticas para o brasileiro
- Voos internacionais: valores médios partem de cerca de R$ 7.359, variando por temporada e conexões.
- Orçamento na ilha: por volta de US$ 70 por dia (cerca de R$ 432), considerando alimentação, transporte local e passeios.
- Calçado: aderente e fechado, mesmo se usar o elevador, por causa de escadas, pedras e áreas molhadas.
- Clima: protetor solar, chapéu e água. O sol bate forte nas encostas.
- Segurança: siga orientações dos guias e respeite áreas sinalizadas, especialmente em marés altas.
O que ver além da praia
Nusa Penida oferece circuitos curtos que cabem em um dia: Broken Beach, Angel’s Billabong e Crystal Bay formam um trio popular. Em Angel’s Billabong, atenção às correntes e às ondas que avançam sem aviso. Para quem gosta de mergulho, as saídas de barco revelam vida marinha e esculturas no chamado Templo Subaquático, sempre com operador credenciado.
Como o visitante pode contribuir
O sucesso de uma infraestrutura nova depende do uso responsável. Leve uma sacola para o seu lixo, evite plásticos descartáveis e respeite limites de acesso. Prefira guias locais credenciados e serviços de moradores. Esse circuito faz o dinheiro circular na ilha e reduz pressões sobre áreas sensíveis.
Informações adicionais úteis
Simulação de fluxo para planejar a visita
Se a cabine levar 25 pessoas e operar a cada 3 minutos, o tempo médio de espera com 300 pessoas na fila cairia para algo próximo de 36 minutos. Em feriados, chegue cedo ou agende um horário fora do pico do meio-dia.
Perfil de risco e alternativa de acesso
Quem tem vertigem pode preferir parar apenas nos mirantes intermediários. A trilha segue técnica e cansativa, com trechos escorregadios. Em dias chuvosos, o elevador tende a oferecer uma rota mais estável, desde que a operação aprove as condições de vento e visibilidade.
Vantagens para diferentes públicos
Famílias com crianças, idosos e viajantes com mobilidade reduzida ganham uma porta de entrada antes limitada pela trilha. Fotógrafos passam a ter mais pontos de composição sem disputar degraus. Guias locais podem adaptar roteiros combinando plataforma, mirantes e praias próximas, com percursos mais curtos e seguros.


