Arquibancadas cheias, biometria facial e rivais de peso transformaram os dias de jogo em Itaquera neste ano.
A força da Fiel apareceu no placar e no caixa. Em 2025, 11 partidas com renda mínima de R$ 3 milhões já renderam R$ 36,85 milhões ao Corinthians na Neo Química Arena, um feito inédito no estádio. O volume de jogos com arrecadação alta superou todos os anos anteriores e ajudou o clube a somar R$ 95 milhões em bilheteria na temporada.
Recorde que vem das arquibancadas
Contra o Grêmio, no último domingo, 41.703 pagantes produziram R$ 3.030.958,40 em bilheteria. Não foi um caso isolado. Pela 11ª vez no ano, o público pagante levou a renda acima de R$ 3 milhões, somando R$ 36.852.666,40 apenas nesses jogos. A marca supera 2022, quando nove partidas atingiram esse patamar.
11 partidas com renda a partir de R$ 3 milhões geraram R$ 36,85 milhões para o clube em 2025.
O desempenho de caixa está espalhado por diferentes competições: sete jogos do Brasileirão, dois da Copa do Brasil e dois do Paulista. A decisão estadual contra o Palmeiras ficou acima de R$ 4,6 milhões, com a maior média de preço de ingresso do ano.
A Neo Química Arena já somou R$ 95 milhões em bilheteria na temporada 2025.
Quanto cada jogo rendeu
Veja os confrontos de 2025 que superaram R$ 3 milhões em bilheteria, com público pagante e ticket médio.
| Placar | Competição | Público pagante | Renda | Ticket médio |
|---|---|---|---|---|
| Corinthians 2 x 0 Grêmio | Brasileirão 2025 | 41.703 | R$ 3.030.958,40 | R$ 72,68 |
| Corinthians 1 x 2 Flamengo | Brasileirão 2025 | 40.296 | R$ 3.003.306,00 | R$ 74,53 |
| Corinthians 2 x 0 Athletico-PR | Copa do Brasil 2025 | 41.450 | R$ 3.557.400,00 | R$ 85,82 |
| Corinthians 1 x 1 Palmeiras | Brasileirão 2025 | 44.969 | R$ 3.208.887,30 | R$ 71,36 |
| Corinthians 1 x 0 Palmeiras | Copa do Brasil 2025 | 45.527 | R$ 3.369.505,50 | R$ 74,01 |
| Corinthians 0 x 0 Vitória | Brasileirão 2025 | 44.579 | R$ 3.062.595,70 | R$ 68,70 |
| Corinthians 1 x 0 Santos | Brasileirão 2025 | 46.535 | R$ 3.429.158,00 | R$ 73,69 |
| Corinthians 4 x 2 Internacional | Brasileirão 2025 | 44.569 | R$ 3.041.403,00 | R$ 68,24 |
| Corinthians 2 x 1 Sport | Brasileirão 2025 | 43.996 | R$ 3.041.600,70 | R$ 69,13 |
| Corinthians 0 x 0 Palmeiras | Paulista 2025 | 48.196 | R$ 4.638.125,50 | R$ 96,23 |
| Corinthians 2 x 1 Santos | Paulista 2025 | 47.472 | R$ 3.469.727,00 | R$ 73,09 |
Final do Paulista contra o Palmeiras: R$ 4,638 milhões e ticket médio de R$ 96,23.
Cenário de 2025 e o que ainda vem
O acumulado de bilheteria na Arena chegou a R$ 95 milhões em 33 partidas nesta temporada, somando 32 jogos do time masculino e um do feminino. Em valores absolutos, a tendência é ultrapassar 2024. Corrigindo por inflação, a referência de R$ 140 milhões de 2015 segue dura de alcançar.
A agenda ainda reserva quatro jogos do Brasileirão e um da Copa do Brasil do time principal, além da possibilidade de partidas do feminino nas fases finais do Paulista. Há espaço para ampliar a arrecadação, inclusive porque quatro partidas em 2025 ficaram na casa dos R$ 2,9 milhões e flertaram com a marca dos R$ 3 milhões.
Preços, demanda e biometria facial
O ticket médio oscilou entre R$ 68,24 e R$ 96,23 nos grandes jogos, com picos em clássicos e mata-mata. A presença de rivais como Palmeiras, Flamengo e Santos elevou a demanda, e a setorização permitiu calibrar preços sem esvaziar os setores populares.
Cinco dessas partidas ocorreram após a implementação da biometria facial. A tecnologia reduz filas e fraudes, melhora o giro nas catracas e tende a aumentar a conversão na última hora. Em jogos de maior apelo, qualquer ganho de eficiência logística vira receita adicional na reta final de vendas.
- Clássicos e decisões elevam ticket médio e lotação.
- Horários nobres favorecem famílias e geram maior consumo agregado.
- Biometria facial acelera acesso e reduz inadimplência no dia do jogo.
- Oferta limitada de setores “visados” estimula compra antecipada.
- Quase metade dos jogos de alto rendimento tiveram público acima de 45 mil.
Comparação histórica
Levando em conta a Neo Química Arena, 2025 já é o ano com mais jogos de R$ 3 milhões ou mais em bilheteria:
- 2025: 11 (um acima de R$ 4 milhões)
- 2022: 9 (quatro acima de R$ 4 milhões; um acima de R$ 5 milhões)
- 2015: 5 (um acima de R$ 5 milhões)
- 2018: 3 (um acima de R$ 5 milhões)
- 2019: 1 (um acima de R$ 5 milhões)
- 2024: 1
O que isso significa para o clube e para você
A melhora de bilheteria ajuda no fluxo de caixa imediato, reduz pressão sobre outras receitas e cria margem para investimentos operacionais. Em um calendário com custos crescentes de logística, segurança e elenco, cada milhão adicional por jogo diminui a dependência de premiações e vendas de atletas.
Para o torcedor, a dinâmica de preços responde à demanda. Jogos contra rivais diretos ou em fases decisivas tendem a custar mais, enquanto partidas em sequência curta favorecem promoções em setores específicos. Planejamento vira aliado: comprar com antecedência e observar o histórico de ticket médio por adversário pode reduzir gastos.
Como planejar sua ida à Arena gastando menos
- Use o histórico: clássicos superam R$ 90 no ticket médio; jogos medianos giram entre R$ 68 e R$ 75.
- Priorize rodadas no meio de semana para preços mais estáveis e maior disponibilidade de assentos.
- Combine setores: um jogo premium no inferior leste e outro no superior pode equilibrar o orçamento mensal.
- Acompanhe a janela de abertura e fechamento das vendas; a biometria reduz gargalos, mas os setores mais disputados esgotam rápido.
Informações complementares
Termo para guardar: ticket médio. Ele é a renda dividida pelo público pagante. Ajuda a comparar jogos diferentes. Exemplo: um confronto com 48 mil torcedores e R$ 4,6 milhões gera ticket médio de R$ 96, similar ao teto visto na final estadual. Já partidas entre R$ 3,0 e R$ 3,4 milhões, com públicos na faixa de 41 a 46 mil, mantêm a média entre R$ 68 e R$ 75.
Quer simular seu gasto? Se você comprar dois ingressos por mês e optar por um clássico (R$ 95 de média) e um jogo regular (R$ 72 de média), a despesa fica perto de R$ 167 mensais por pessoa, sem contar transporte e consumo no estádio. Em famílias de quatro pessoas, a diferença entre um pacote com dois clássicos ou nenhum pode passar de R$ 300 no mês. Esse cálculo ajuda a decidir datas, assentos e prioridades sem abrir mão da presença.


