Você foi mãe cedo ou conhece quem foi: 10 cidades de Rondônia recebem Carol Terra e “Mãe aos 15”

Você foi mãe cedo ou conhece quem foi: 10 cidades de Rondônia recebem Carol Terra e “Mãe aos 15”

Histórias reais ganham voz na sala de aula quando música, literatura e conversa franca encontram jovens curiosos e professores atentos.

Uma artista rondoniense transformou vivência pessoal em livro, microfone aberto e diálogo direto com estudantes. A proposta chega a escolas e universidades com rodas de conversa, canções autorais e um relato que mexe com memórias, dúvidas e sonhos.

Livro vira palco para conversas que muita gente evita

Carol Terra, cantora, compositora e agora escritora e diretora de cinema, circula por Rondônia com o projeto “Mãe aos 15 – Maternidade, Música e Resiliência”. O livro nasce de sua experiência como mãe adolescente e se transforma em ferramenta de encontro. Cada parada reúne leitura, debate e apresentação musical. O público escuta, pergunta, compartilha e leva um exemplar para casa em noites de autógrafos.

Sem idealizar a maternidade precoce, a obra propõe acolhimento, informação e espaço seguro para falar de raça, diversidade e saúde emocional.

A agenda entra em salas de aula e auditórios. A equipe oferece interpretação em Libras, o que amplia a participação de estudantes surdos. Professores utilizam a atividade para trabalhar literatura, educação sexual, projeto de vida e combate à evasão escolar. O formato dá voz aos jovens e valoriza trajetórias que raramente chegam ao microfone.

Roteiro confirmado em 10 municípios e atividades gratuitas

O cronograma abrange 10 cidades de Rondônia. As primeiras ações já ocorreram em três municípios. A caravana agora segue por diferentes regiões do estado até encerrar em Porto Velho.

Cidades já visitadas

  • Ariquemes
  • Nova Mamoré
  • Guajará-Mirim

Próximas paradas

  • Vilhena
  • Ji-Paraná
  • Cacoal
  • Jaru
  • Rolim de Moura
  • Ouro Preto do Oeste
  • Porto Velho

Apresentações musicais, rodas de conversa e distribuição de livros aproximam alunos, professores e famílias em ações sem cobrança de ingresso.

O Banco da Amazônia patrocina o projeto via Lei Rouanet. O mecanismo permite que empresas direcionem parte do imposto devido para iniciativas culturais. Esse modelo de financiamento sustenta a circulação, a equipe técnica e a acessibilidade do evento. A escolha por escolas e universidades amplia o alcance entre adolescentes e educadores.

Temas que atravessam a juventude e pedem voz

O conteúdo do livro passeia por dores e recomeços. Carol relata os medos da adolescência, as dúvidas sobre o futuro e o impacto das desigualdades. A narrativa destaca raça e território. A autora nasceu em Porto Velho e carrega a Amazônia como referência estética e política. A música aparece como refúgio e ferramenta de cura. A escrita organiza sentimentos e vira ponte com outras meninas que vivem pressões parecidas.

O público encontra uma linguagem direta. Cada capítulo cria respiro para quem carrega culpa, cansaço e invisibilidade. O material ajuda escolas a discutirem prevenção à violência, direitos reprodutivos, paternidade responsável e rede de apoio. Professores relatam melhora no envolvimento da turma quando o assunto dialoga com a realidade da comunidade.

“Existe força e beleza no recomeço. A arte vira caminho de cura, partilha e resistência”, afirma a artista durante as conversas.

O que acontece em cada encontro

Eixo Atividades
Literatura Leitura de trechos, bate-papo com perguntas abertas e entrega de exemplares
Música Canções autorais que dialogam com pertencimento, ancestralidade e recomeço
Formação Mediação com educadores e sugestões de plano de aula sobre temas sensíveis
Acessibilidade Interpretação em Libras e materiais de apoio para acompanhamento

Quem é Carol Terra

A artista soma mais de 15 anos de trabalho na cena cultural amazônica. Ela compõe, canta, escreve e dirige. A trajetória independente busca visibilidade para vozes da região. Suas produções tratam de pertencimento, memória e resistência. O novo livro amplia esse repertório e registra uma fase de vida que muitas famílias escondem atrás do silêncio.

Como escolas e famílias podem se engajar

Direções escolares podem solicitar atividades de mediação e organizar horários específicos para turmas. Equipes pedagógicas conseguem integrar a proposta a disciplinas de Língua Portuguesa, Artes e Projeto de Vida. Famílias interessadas podem acompanhar a programação local e buscar a secretaria de educação do município para confirmar datas e locais.

  • Antes do encontro, combine regras de convivência e confidencialidade com a turma.
  • Separe tempo para perguntas anônimas em papéis. Isso reduz constrangimentos.
  • Convide a equipe de saúde da família para realizar encaminhamentos quando necessário.
  • Garanta intérprete de Libras e materiais impressos acessíveis.

Por que esse debate faz diferença

Conversas qualificadas dentro da escola reduzem estigma e ampliam informação. Jovens entendem direitos, risco de abandono escolar e possibilidades de retomada dos estudos. Professores acessam ferramentas para lidar com casos reais, sem julgamento. A presença de uma artista da região ajuda a quebrar a distância entre conteúdo e vida cotidiana. Quando a fala vem de quem viveu o tema, a escuta cresce.

Lei Rouanet e impacto local

A Lei de Incentivo à Cultura permite que empresas apoiem projetos com contrapartida social. No caso desta turnê, os recursos garantem deslocamento, equipe, acessibilidade e doação de livros. A cadeia produtiva local também ganha com cachês, contratação de intérpretes e serviços de produção. Cidades menores, muitas vezes fora do circuito, recebem atividades que ficam concentradas nas capitais.

Dicas práticas para jovens mães e para quem as acompanha

Quem vive a maternidade na adolescência enfrenta mudança brusca de rotina. A escola pode ajustar horários, oferecer reforço e articular transporte. Postos de saúde garantem pré-natal, planejamento reprodutivo e apoio psicológico. A rede de assistência social orienta sobre benefícios e creches. A família precisa distribuir tarefas e evitar sobrecarga. O pai deve assumir responsabilidades legais e afetivas.

  • Registre consultas e vacinas em caderneta e mantenha calendário atualizado.
  • Crie uma rede de cuidado com vizinhos, parentes e colegas da escola.
  • Organize estudos em blocos curtos, com revisão semanal.
  • Busque grupos de apoio e atividades artísticas gratuitas na comunidade.

Projetos culturais como “Mãe aos 15” ajudam a reorganizar rotas. A arte abre conversa, confirma pertencimento e alimenta a autoestima. Em Rondônia, a circulação pelas 10 cidades estimula políticas públicas e mobiliza escolas. Quando a comunidade se envolve, a juventude encontra caminhos para seguir estudando, criar seus projetos e transformar realidades aparentemente fechadas.

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