Você moraria perto dela? William no Cristo revela 5 segredos da Tijuca que afetam o seu dia

Você moraria perto dela? William no Cristo revela 5 segredos da Tijuca que afetam o seu dia

Um encontro às 8h30 no Alto Corcovado rendeu imagens raras e discussões urgentes sobre florestas e calor nas cidades brasileiras.

O príncipe William, herdeiro do trono britânico, visitou o Parque Nacional da Tijuca na manhã desta quarta, 5 de novembro, dentro da agenda do The Earthshot Prize 2025. A passagem pelo Cristo Redentor abriu espaço para conversas sobre reflorestamento, clima e história carioca.

Visita com foco em clima e legado

William subiu ao Alto do Corcovado logo cedo. A névoa baixa deu contorno ao monumento e ao maciço que abriga a maior floresta urbana replantada do mundo. O roteiro incluiu conversa com a chefia do parque e uma vista direta para vales, encostas e bairros que dependem da mata para respirar melhor.

Recebido por Viviane Lasmar, chefe do Parque Nacional da Tijuca, o príncipe ouviu sobre o projeto de reflorestamento que começou no século XIX e moldou a paisagem atual. Ele recebeu de presente o livro “Parque Nacional da Tijuca”, de Vitor Marigo, que registra a trajetória da área protegida e suas trilhas de recuperação.

A floresta da Tijuca ajuda a reduzir a temperatura média do Rio em cerca de 5°C, atenuando ondas de calor.

Roteiro da manhã e bastidores

O príncipe chegou por volta das 8h30. Equipes técnicas conduziram uma caminhada curta no entorno do Cristo. Guias apresentaram espécies nativas e explicaram como a mata capta umidade e cria sombra sobre a cidade. William comentou que a área revela uma “beleza real do Rio”, algo difícil de captar sem sentir o cheiro da vegetação e a brisa que sopra dos vales.

Autoridades presentes

O prefeito Eduardo Paes acompanhou a visita. A embaixadora do Reino Unido no Brasil, Stephanie Al‑Qaq, também esteve no grupo. O encontro reforçou o caráter diplomático da agenda ambiental, alinhada às iniciativas do The Earthshot Prize.

Por que a floresta da Tijuca mexe com a sua rotina

O parque figura como a unidade de conservação mais visitada do país, com mais de 4,6 milhões de visitantes em 2024. A mata funciona como um ar-condicionado natural para bairros densos, uma barreira contra enxurradas e um refúgio de lazer de fácil acesso.

Reconhecida como Reserva da Biosfera desde 1991 e como paisagem cultural urbana de Patrimônio Mundial desde 2016, a Tijuca virou referência de gestão ambiental integrada.

Serviços ecossistêmicos que você sente no bolso e no corpo

  • Redução do calor urbano: sombreamento e evapotranspiração que aliviam a sensação térmica nas tardes de verão.
  • Regulação da água: recarga de nascentes, retenção de sedimentos e menor risco de alagamentos em chuvas intensas.
  • Saúde pública: áreas verdes associadas a menor estresse, melhor qualidade do ar e incentivo à atividade física.
  • Economia local: trilhas, mirantes e atrações que movimentam guias, transporte, alimentação e hospedagem.
  • Biodiversidade urbana: abrigo para aves, mamíferos e polinizadores que sustentam a regeneração da Mata Atlântica.

Reflorestamento que reescreveu a cidade

Em 1861, Dom Pedro II decretou a proteção das florestas da Tijuca e das Paineiras. O Rio sofria com desmatamento que secava nascentes e comprometia o abastecimento de água. A resposta veio com plantios sistemáticos e manejo de encostas.

O trabalho costuma trazer o nome do major Manuel Gomes Archer. A linha de frente, no entanto, teve mãos negras escravizadas que abriram trilhas, produziram mudas e plantaram árvores nativas. Ao dar visibilidade a essas pessoas, a história ganha contorno mais justo e revela quem sustentou a transformação no chão da mata.

Em 13 anos, mais de 100 mil árvores voltaram ao maciço da Tijuca, revertendo um ciclo de degradação que afetava a vida cotidiana do Rio.

Trabalho invisibilizado que merece crédito

  • Maria
  • Eleutério
  • Constantino
  • Manoel
  • Mateus
  • Leopoldo
  • Sabino
  • Macário
  • Clemente
  • Antônio
  • Francisco

Esses nomes traduzem uma história de reconstrução ambiental que sustentou o crescimento da cidade e inspirou gerações de viveiristas, técnicos e voluntários.

Pontos famosos e níveis de esforço

Ponto Acesso típico Nível de esforço Observação
Cristo Redentor (Alto do Corcovado) Vans credenciadas ou trem do Corcovado Baixo Vista panorâmica; ingresso com horário definido
Parque Lage Entrada pela Rua Jardim Botânico Baixo Jardins históricos e acesso à trilha para o Corcovado
Pedra da Gávea Trilha pela Barrinha ou Pico dos Quatro Alto Técnica e exigente; condição física e guia recomendados
Pedra Bonita Estrada da Pedra Bonita Médio Rampa de voo livre e mirante amplo
Mirante Dona Marta Estrada das Paineiras Baixo Visual do Pão de Açúcar e da orla
Vista Chinesa Estrada da Vista Chinesa Baixo Parada clássica para fotos e ciclismo

Orientações, riscos e oportunidades para quem visita

  • Escolha horários de menor insolação, preferencialmente antes das 10h ou após as 15h.
  • Leve água, boné e protetor solar; a umidade da mata exige hidratação constante.
  • Em dias de chuva forte, evite trilhas íngremes por risco de escorregamento e queda de galhos.
  • Use calçado com boa aderência e informe seu roteiro a alguém antes de sair.
  • Não gere lixo; traga de volta tudo que levar, incluindo bitucas e embalagens.
  • Respeite a fauna: quatis e saguis se aproximam de pessoas em busca de comida.

Não alimente animais silvestres. Esse hábito muda o comportamento da fauna e aumenta o risco de acidentes.

Quem mora no entorno pode participar de mutirões de plantio, ações de manejo de espécies exóticas e programas de educação ambiental. Essas frentes aceleram a recuperação de clareiras e fortalecem a rede de trilhas com sinalização adequada.

O prêmio ambiental e o efeito na cidade

O The Earthshot Prize, capitaneado por William, mobiliza soluções para clima, conservação e cidades mais resilientes. Ao incluir a Tijuca na agenda, o prêmio sinaliza atenção a florestas urbanas que reduzem calor extremo e protegem encostas. O Rio, com sua história de reflorestamento, oferece um laboratório vivo para tecnologias de monitoramento de nascentes, restauração de mata ciliar e integração entre mobilidade e lazer verde.

Iniciativas locais podem aproveitar essa vitrine para testar microflorestas em praças, corredores verdes ao longo de rios e telhados vegetados em escolas. A combinação de sombreamento, pavimentos drenantes e arborização de ruas reduz gastos com saúde, energia e manutenção viária. Bairros com mais árvores registram menor variação térmica e melhor conforto em ondas de calor.

Como a visita conversa com a sua vida

A passagem do príncipe pelo parque dá visibilidade a práticas que já impactam o seu dia: a brisa que entra pela janela, a água que chega à torneira e a sombra que permite caminhar no meio da tarde. Políticas públicas que ampliam a cobertura vegetal têm efeito mensurável na conta de luz e no tempo de deslocamento, porque criam ambientes mais confortáveis para caminhar, pedalar e aguardar transporte.

Se você pensa em um roteiro de fim de semana, escolha trilhas compatíveis com seu preparo e verifique a previsão do tempo. Se você mora no asfalto quente, busque árvores de rua que precisam de adoção comunitária. A floresta replantada há dois séculos mostra que decisões coletivas mudam o clima da cidade. E começam, muitas vezes, com passos simples: plantar uma muda nativa, somar-se a um mutirão e cuidar do verde que sua família usa todos os dias.

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