Você pagaria R$ 600 mil por metade de um touro? Henrique e Juliano levam Mickey Mouse no Brasil

Você pagaria R$ 600 mil por metade de um touro? Henrique e Juliano levam Mickey Mouse no Brasil

Cifras altas e nomes famosos se cruzam na arena, e um animal de 6 anos vira protagonista de conversas nacionais.

Um leilão em Campo Grande colocou o mercado de touros de rodeio sob os holofotes. Mickey Mouse, da Cia. de Rodeio Califórnia, passou a ditar preço e ambição entre competidores e investidores.

O negócio que sacudiu a arena

Na quarta-feira (29/10), durante o 2º Leilão de Estrelas da PBR em Campo Grande (MS), 50% da posse de Mickey Mouse trocaram de mãos por R$ 600 mil. A operação cravou a avaliação de R$ 1,2 milhão para o animal de 6 anos.

Com isso, o touro assumiu a liderança entre os mais valorizados do país. Ele superou o valor do touro Acesso Negado, comprado em 2023 pela Cia. Tércio Miranda por R$ 1,078 milhão.

Avaliado em R$ 1,2 milhão, Mickey Mouse se tornou o touro de rodeio mais caro do Brasil e alterou o patamar de preços do setor.

Quem está por trás do cheque

O consórcio que adquiriu metade do Mickey Mouse inclui a dupla sertaneja Henrique e Juliano, nomes de peso também nos investimentos agropecuários. Eles se uniram à Casa Branca Agropastoril, à Nelore Paranã e à Cia. de Rodeios Dois Irmãos.

A Cia. de Rodeio Califórnia segue como coproprietária e responsável pela gestão esportiva do animal. A empresa participa dos principais eventos do calendário, entre eles a Festa do Peão de Barretos (SP), o que mantém o touro em exposição constante diante do público.

No grupo investidor, chama atenção a Casa Branca Agropastoril, referência em melhoramento genético de gado nelore. A empresa detém participação em duas vacas de elite de maior valor no país: Carina e Viatina, avaliadas em R$ 24 milhões e R$ 21 milhões.

Com artistas e seleções de elite no mesmo negócio, o rodeio cruza fronteiras entre entretenimento, genética e performance esportiva.

Por que Mickey Mouse vale tanto

A estrela costuma entregar alto grau de dificuldade nas montarias. Quando o peão completa o tempo regulamentar, as notas frequentemente ultrapassam 90 pontos, algo que pesa na avaliação de um animal de arena e atrai competidores em busca de números robustos.

A idade de 6 anos soma pontos, pois equilibra vigor físico e experiência. A agenda com eventos grandes ainda impulsiona a exposição de marca do touro e gera receitas por saídas, direitos e futuras possibilidades na reprodução quando ele se aposentar das arenas.

No papel e na arena, o touro combina idade produtiva, notas altas e forte demanda de organizadores.

Impactos para fãs e competidores

  • Mais disputa por montarias com o animal, já que notas altas fazem diferença em finais de campeonato.
  • Cachês por saída tendem a subir, em linha com a nova avaliação de mercado.
  • Calendário do touro pode ficar mais seletivo, priorizando arenas com maior visibilidade e premiação.
  • Gestão esportiva exige manejo cuidadoso, logística escolhida a dedo e acompanhamento veterinário constante.

Campo Grande no mapa do rodeio

Campo Grande recebe, neste fim de semana, uma etapa do Campeonato Nacional da PBR. O leilão na véspera agitou os bastidores e aumentou a expectativa por montarias com grandes nomes. Ao redor das arenas, hotéis, restaurantes e transportadoras de animais sentem o efeito imediato de um calendário que concentra audiência e negócios.

Outras compras do leilão

O evento também movimentou o plantel de outras companhias. Partes da posse de dois touros da Cia. JK Bucking Bulls foram negociadas: Debochado por R$ 360 mil e Touro Cego por R$ 300 mil.

Animal Idade Companhia de origem Parte negociada Valor
Mickey Mouse 6 anos Cia. de Rodeio Califórnia 50% R$ 600 mil
Debochado n/d Cia. JK Bucking Bulls cotas R$ 360 mil
Touro Cego n/d Cia. JK Bucking Bulls cotas R$ 300 mil

O recorde anterior pertencia a Acesso Negado, vendido em 2023 por R$ 1,078 milhão.

Como funciona comprar metade de um touro

A compra de 50% costuma ocorrer por meio de condomínio entre investidores. O grupo divide receitas e despesas conforme o contrato, define a agenda esportiva e pactua decisões estratégicas, como descanso, transporte e prazos de permanência em cada evento.

  • Receitas: cachês por saída nas arenas e premiações atreladas a desempenho, quando aplicáveis.
  • Custos: alimentação, manejo diário, transporte especializado, equipe técnica e veterinária.
  • Gestão: calendário ajustado para preservar performance e longevidade do animal.
  • Pós-carreira: possibilidade de uso em reprodução, conforme aptidão e planejamento do proprietário.

Critérios que pesam na avaliação

  • Histórico de notas e regularidade das saídas.
  • Idade e janela de alto rendimento.
  • Sanidade, conformação e capacidade de recuperação entre eventos.
  • Estilo de pulo e grau de dificuldade para derrubar o peão.
  • Demanda de organizadores e presença em competições de grande público.

O que este recorde sinaliza para o mercado

O novo patamar de preço amplia a vitrine do rodeio e atrai capital fora do circuito tradicional. Artistas, criadores e empresas especializadas compartilham riscos e ganhos, aceleram investimentos em genética e manejo e elevam a exigência de profissionalização nas equipes.

Para quem acompanha das arquibancadas, a tendência aponta mais touros de alto nível nas principais etapas, notas disputadas no limite e narrativas que conectam performance e negócios. Para quem pensa em investir, convém avaliar histórico do plantel, modelo de contrato, governança do condomínio e previsões de agenda. Um calendário bem desenhado protege o animal, sustenta a performance e reduz o risco de perda de valor.

Investimento em animais de performance envolve risco vivo: planejamento técnico, transparência e disciplina financeira fazem diferença no resultado.

Curiosos ou iniciantes podem simular cenários com base no número de saídas por temporada, cachê médio e custos fixos de manejo. O exercício ajuda a dimensionar retorno potencial e sensibilidade a imprevistos, como pausas por ajustes veterinários. Já para fãs e competidores, a presença de Mickey Mouse na pista cria expectativa por montarias de altíssimo nível e coloca a temporada sob um novo grau de exigência.

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