Uma coleção inédita desembarcou na USP e promete mexer com quem estuda, cria ou simplesmente ama artes visuais asiáticas.
A Biblioteca da Escola de Comunicações e Artes da USP recebeu 240 volumes sobre pintura clássica chinesa. A seguir, você entende o que há nesse tesouro, por que ele importa para o Brasil e como consultar os livros sem mistério.
O que a coleção reúne
Os 240 livros dedicam-se à pintura clássica chinesa, com obras de todas as dinastias imperiais. As edições trazem fotografias de alta definição e estudos críticos produzidos por pesquisadores, fotógrafos e editores ao longo de mais de dez anos. Os volumes apresentam acabamento cuidadoso, com capas em tecido e impressão de qualidade destinada à preservação visual dos detalhes das obras.
A coleção chegou à Biblioteca da ECA-USP como doação da Universidade de Zhejiang, em cerimônia organizada pelo Centro USP-China e apoiada pelo Consulado-Geral da China em São Paulo. Participaram a professora Cecília Mello (conselheira do Centro USP-China), a diretora da ECA, Clotilde Perez, e o pró-reitor adjunto de pós-graduação Adenilso da Silva Simão, que discursou em chinês, gesto que simbolizou a aproximação acadêmica. A programação contou com apresentação da cantora lírica Marília Vargas e presença de representantes da Associação de Amizade China-Brasil e de pesquisadores da FFLCH.
240 volumes, todas as dinastias imperiais e mais de uma década de pesquisa: um mapa visual da pintura chinesa agora ao alcance do leitor na ECA-USP.
Onde e como consultar
Os livros estão disponíveis para consulta presencial na Biblioteca da ECA-USP. O acesso atende às normas do serviço, com foco em preservação e apoio ao estudo e à pesquisa. Para agilizar sua visita, siga um roteiro simples.
Passo a passo para localizar os volumes
- Busque no catálogo on-line da USP pelos termos “pintura chinesa”, “dinastias” ou “Zhejiang University” para encontrar os registros.
- Anote a cota (signatura) e a localização indicadas no catálogo.
- Confirme a disponibilidade e, se aparecer indicação de acervo especial, verifique condições de consulta no balcão de referência.
- Leve um documento com foto para cadastro ou confirmação de dados no atendimento.
- Prepare-se para consulta em mesa apropriada e sem empréstimo domiciliar, quando o item exigir preservação.
- Se planeja pesquisa longa ou em grupo, sinalize a intenção por telefone ou e-mail da biblioteca para combinar horário e mesa de consulta.
A consulta é presencial e gratuita, conforme as regras da Biblioteca da ECA-USP, com foco na preservação do material de arte.
Regras básicas de manuseio
- Mãos limpas e secas; evite cremes antes da consulta.
- Não use caneta sobre a mesa de leitura; prefira lápis para anotações pessoais em caderno próprio.
- Peça apoios de leitura para volumes pesados ou de grande formato.
- Fotografia das páginas depende de autorização prévia do setor responsável.
- Mantenha distância de alimentos e líquidos.
Por que esse acervo interessa a você
O conjunto atende perfis diversos. Estudantes e docentes de artes visuais encontram repertório de técnicas, pinceladas, iconografia, materiais e escolas regionais. Pesquisadores de história, comunicação e cultura visual têm base para análises comparativas entre correntes estéticas chinesas e referências ocidentais. Curadores, designers e artistas têm material para projetos que exigem estudo de composição, perspectiva, cromia e narrativas visuais.
- Para quem produz conteúdo: os livros ajudam a contextualizar imagens usadas em aulas, publicações e exposições.
- Para quem pesquisa: a sequência cronológica por dinastias facilita recortes temáticos e linhas do tempo.
- Para quem cria: padrões, motivos e gestos do pincel inspiram soluções de design, ilustração e pintura.
Fatos práticos em um só lugar
| Acervo | 240 livros sobre pintura clássica chinesa |
| Local | Biblioteca da Escola de Comunicações e Artes (ECA-USP) |
| Origem | Doação da Universidade de Zhejiang |
| Acesso | Consulta presencial, conforme normas da biblioteca |
| Custo | Gratuito para consulta local |
| Conteúdo | Fotografias de obras, análises críticas, recorte por dinastias |
| Idiomas | Predominância de chinês e materiais com apoio editorial especializado |
| Uso recomendado | Pesquisa acadêmica, docência, curadoria, criação em artes e design |
Ponte acadêmica Brasil–China em movimento
A doação aconteceu junto a “Liangzhu — Diálogos das Civilizações Mundiais”, série de atividades dedicada à cultura neolítica de Liangzhu, reconhecida como uma das raízes da civilização chinesa. A coincidência reforçou o recado: a USP atua para aproximar produção intelectual, patrimônio e público brasileiro de temas centrais da história da China.
Esse movimento ganha um canal semanal no “Momento China USP”, programa transmitido nas rádios da universidade às quartas, às 13h30, e também disponível em plataformas de áudio. As edições oferecem contexto sobre história, economia criativa, educação e artes, o que pode servir de porta de entrada para leituras guiadas da nova coleção na ECA.
Cerimônia, música, discursos em chinês e uma coleção rara: sinais de um investimento consistente no diálogo cultural.
Como tirar mais proveito dos 240 volumes
Ideias de uso acadêmico e criativo
- Crie um caderno visual por dinastia com notas sobre técnicas, temas, suportes e mestres.
- Monte um glossário pessoal de termos-chave (pinceladas, escolas, suportes) para facilitar leituras futuras.
- Compare séries de paisagens e retratos e observe como mudam as convenções ao longo dos séculos.
- Teste exercícios de composição inspirados nas obras fotografadas, como distribuição de vazios e cheios.
Boas práticas para planejar sua consulta
- Defina um recorte (por dinastia, autor, tema ou técnica) antes de ir à biblioteca.
- Leve uma lista de chamadas do catálogo e um cronograma com intervalos para descanso visual.
- Se precisa de imagens para aula ou artigo, converse com a equipe sobre caminhos legais e técnicos para reproduções.
Contexto que amplia o uso do acervo
Para quem pesquisa cultura visual, a coleção apoia comparações com acervos de museus fora do Brasil, já que reúne imagens de obras espalhadas pelo mundo. O leitor consegue ver padrões recorrentes, variações regionais e marcas de autoria, abrindo espaço para análises quantitativas (frequência de motivos) e qualitativas (transformações estilísticas). Uma estratégia útil envolve cruzar a consulta aos livros com aulas de história da arte asiática e grupos de leitura, o que melhora a interpretação das legendas e a compreensão de contextos históricos.
Outra frente valiosa trata do cuidado material. Embora resistentes, os volumes exigem atenção ao manuseio por causa do peso, do formato e do papel fotográfico. Pedir apoios de leitura, não forçar a lombada e organizar a sequência antes de abrir cada livro reduz riscos e ajuda a manter a coleção disponível para mais leitores por mais tempo.


