Você tomaria esse lado? há 51 anos, Sylvester Stallone fez Richard Gere ser demitido no set

Você tomaria esse lado? há 51 anos, Sylvester Stallone fez Richard Gere ser demitido no set

Uma briga banal num carro apertado virou caso sério e botou dois jovens atores em rota de colisão duradoura inesperada.

Nos bastidores de um drama de gangues gravado no início dos anos 1970, Sylvester Stallone e Richard Gere trombaram em personalidade, método e limites. O incidente escalou rápido e mudou o rumo do elenco. Décadas depois, a rusga ainda rende memórias incômodas para os envolvidos.

O dia em que um set ferveu

O filme era Os Lordes de Flatbush, lançado em 1974, sobre uma turma do Brooklyn nos anos 1950. Stallone, ainda à procura de um grande papel, vivia Stanley. Gere, vindo do teatro e com pouca experiência em cinema, estava escalado para Chico. A convivência ficou difícil logo nos ensaios.

Durante uma improvisação de briga, o contato físico passou do combinado. Stallone reclamou. Gere manteve o tom duro, mergulhado no personagem. A tensão saiu do estúdio e ganhou contornos pitorescos numa pausa para o almoço: os dois dividiram o banco de trás de um carro. Um lanche gorduroso escorreu na calça de Stallone. Ele reagiu. O clima azedou de vez.

O conflito deixou o trabalho paralisado: limites estourados, confiança quebrada e urgência por uma decisão de produção.

Quem era quem em 1974

Gere havia brilhado nos palcos como Danny Zuko em Grease. Tinha apenas um telefilme no currículo. Stallone somava participações discretas e buscava espaço. O set juntou ambições altas, estilos distintos e pouca margem para erro em um orçamento enxuto.

  • Direção: Martin Davidson e Stephen Verona.
  • Elenco principal: Perry King, Sylvester Stallone, Henry Winkler.
  • Clima de época: gangues, carros, namoro e conflitos de honra no Brooklyn de 1958.
  • Pressão de cronograma: filmagem curta, pouco dinheiro e pouca tolerância para atrasos.

A reviravolta que trocou o elenco

A produção precisou agir. Stallone levou a questão aos diretores: trabalhar junto, daquele jeito, parecia inviável. A escolha veio dura. Gere saiu. Perry King assumiu Chico. As filmagens andaram. O filme chegou aos cinemas no ano seguinte.

A troca de ator pacificou o set e salvou o cronograma, mas deixou uma mágoa que atravessou meio século.

Carreiras que aceleraram por caminhos diferentes

Gere voltou ao teatro, fez outro telefilme e, em 1977, ganhou o protagonismo em À Procura de Mr. Goodbar. A porta de Hollywood se abriu. Vieram, depois, American Gigolo e Uma Linda Mulher, que o tornaram um astro global.

Stallone apostou em um roteiro próprio. Em 1976, Rocky estourou e rendeu Oscars. A partir dali, Sly emplacou Rocky II, Rambo e uma carreira associada a personagens de fibra e superação.

Quando Hollywood parece uma cidade pequena

Os dois ainda cruzaram a mesma série policial como rostos anônimos. Stallone apareceu em Kojak em 1975. Gere, em 1976. Uma coincidência que mostra como a porta de entrada pode ser a mesma, mesmo para trajetórias que depois correm em pistas diferentes.

Ano Sylvester Stallone Richard Gere
1972 papéis pequenos no cinema teatro e TV em início de carreira
1974 Os Lordes de Flatbush (Stanley) deixa o elenco de Os Lordes de Flatbush
1975-1976 figuração em Kojak (1975) figuração em Kojak (1976)
1976-1977 Rocky impulsiona fama mundial Mr. Goodbar abre portas em Hollywood

Faíscas que reapareceram anos depois

A animosidade não parou nos anos 70. Em uma festa luxuosa narrada por Elton John em sua autobiografia, os dois quase se estranharam novamente. O motivo teria sido a proximidade entre Gere e a Princesa Diana. O encontro terminou com clima pesado e uma saída abrupta.

Rivalidades antigas costumam reaparecer em salões bem vestidos, longe das câmeras, quando velhas disputas ganham novos motivos.

O que essa história diz sobre trabalho em cena

Improvisação corporal sem alinhamento claro costuma gerar ruído, risco de lesão e briga. A pressão por cronograma piora o humor, e egos inflamados acionam decisões drásticas. Equipes maduras tratam disso cedo, com regras simples e objetivas.

  • Defina limites físicos antes de cada ensaio de luta.
  • Use coordenador de dublês para validar movimentos e quedas.
  • Combine sinais de segurança para interromper a cena sem constrangimento.
  • Separe áreas de descanso e alimentação para evitar incidentes bobos que viram faísca.
  • Documente acordos entre direção, elenco e produção para reduzir disputas.

Como evitar que um impasse termine em demissão

Diretores podem propor um “take” técnico sem contato, com câmera favorecendo ângulos. Produção pode remanejar cenas no dia para baixar temperatura emocional. Mediação rápida, com representante do elenco e do departamento de dublês, costuma destravar o trabalho sem trocar peças.

Quando o set vira ringue, a prioridade precisa voltar ao básico: segurança, comunicação curta e foco na cena.

Por que Os Lordes de Flatbush ainda importa

O longa foi um retrato barato e eficiente da cultura juvenil dos anos 1950. Revelou talentos, como Henry Winkler, e antecipou a onda nostálgica que ganharia fôlego com Grease. Para Stallone, serviu de vitrine antes de Rocky. Para Gere, ironicamente, funcionou como curva que o redirecionou ao papel que o colocaria no mapa no fim da década.

Quem revisita o filme percebe soluções criativas para contornar orçamento curto. Roteiro mais seco, cenas rápidas e foco no carisma do elenco deram conta do recado. Esse pacote ainda inspira produções independentes que priorizam verdade de atuação e ambientação convincente.

Ideias práticas para quem filma hoje

Um coordenador de ação pode simular em 10 minutos uma sequência de briga sem toque real, usando marcação no chão, respiração sonora e corte na edição. O resultado preserva o impacto, reduz o risco e poupa atritos entre atores com métodos diferentes. Em produções com agenda apertada, esse caminho evita atrasos caros.

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